Diário de Van Gogh - Vencendo o meu maior inimigo...

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14/10/2022, 16:41
Pelo teu português, provavelmente és português certo? Como está essa luta? Estive bastante tempo sem vir aqui ao fórum, mas uns dias atrás retomei a minha "recuperação". É bom saber que há mais tugas por aqui... Abraço e siga nisso my friend!

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6/11/2022, 08:14
VanGogh como vai a luta? Estamos juntos, força!
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4/12/2022, 20:11
Meus caríssimos Amigos, venho aqui após muito tempo de ausência com boas e más notícias. Quero, antes de mais, dizer que a minha ausência do fórum não foi uma fuga mas sim uma estratégia de luta. Eu tive uma recaída no dia 9 de Setembro e sei que a partir de dia 14 iniciei novo reboot, sendo que já não me lembro se de dia 9 a 14 houve mais algum deslize, mas penso que não. Desde esse dia até à semana passada que mantive o reboot de uma forma que nunca tinha conseguido até agora. Posso dizer que este tempo em que consegui, com muito sucesso, manter-me afastado de PMO me trazem uma certeza de que realmente eu conseguirei muito mais! Vou relatar um pouco do que se passou durante este tempo, tanto para organizar ideias mas também para que o diário registe realmente os passos que vou dando, apesar do tempo de atualização ser mais distante.

Como disse, iniciei o reboot no dia 14 de Setembro e apoiei o inicio com a instalação do único bloqueador que instalei até agora, para além das mudanças nas configurações de DNS e outros modos de restrição de idade já presentes nas aplicações e sistemas em geral. Eu penso que isso foi uma ajuda extra mas noto que o controlo efetivo partiu de mim, uma resistência que foi crescendo, como expectável, ao longo do reboot. No início o ânimo é sempre mais reduzido, mas com o tempo tudo parece encaixar-se com mais harmonia. Ao longo das várias semanas houveram momentos de lembrança ou tentação mas foi residual e reparei que, apesar desses momentos serem efetivos e reais, já não me afetavam tanto ou me deixavam naquela ansiedade de querer consumir PMO. Isto para mim é importante pois eu noto que a minha experiência de reboot é cíclica, ou seja, o padrão inicia com um estado muito frágil e desanimado, que vai retomando o normal, por assim dizer, mas que de tempo a tempo, sofre um apelo forte ou então há uma série de cedências, iniciadas internamente mas depois apoiadas por pequenos comportamentos externos que vão ajudando a desmoronar tudo e aí dá-se a queda e retoma tudo ao que explanei. Ora, a resistência e sucesso do reboot só se atinge se houver um máximo de cuidado durante o período inicial e em momentos de potencial deslize interno > a passar para externo. No fundo nunca dá para controlar tudo mas dá para contornar e criar estratégias. A proximidade com realidades que seja benéficas, belas e reais geralmente levam-me para um panorama cerebral oposto ao criado por PMO, que é malévolo, feio e mentiroso ou irreal. Eu acho que isso me ajudou muito. Ou seja, ao longo destes meses eu notei que tive momentos e realizei coisas que me foram afastando quase totalmente da ideia de PMO.

Quanto à queda que tive na semana passada, foi uma rotura ao fim de quase 90 dias e isso é sempre entristecedor mas acho que foi também uma aprendizagem importante. Há umas semanas atrás, começaram vários problemas, quer em casa com problemas de saúde inesperados, quer com coisas a avariar ou a desaparecerem, como também o trabalho que se tornava muitas vezes fonte de preocupações contantes. Não posso negar que este conjunto de preocupações me estava a afetar de algum modo mas eu tive a plena consciência disso e mesmo assim eu mantive o afastamento de PMO com muito sucesso. A questão fundamental foi a cedência interna, que começou a levar a pequenas cedências externas, isto num curtíssimo período de tempo e num dia, num único dia, tudo cedeu. Ou seja, a importância da gestão dos momentos cruciais é fundamental. Reconheço que aí falhei mas creio que consegui algo que nunca tinha conseguido até aqui e isso anima-me a retomar para superar, até porque em quase 90 dias sem PMO mais uma vez se notam os vários pontos positivos. Eu sei que PMO não é o meu principal problema mas algo urgente de resolver para conseguir reparar talvez aquilo que me leva a cair, que não é PMO em si mesma mas um certo desequilíbrio interno meu. Eu noto isso com outras coisas, uma espécie de desordem que de vez em quando se manifesta no entanto com PMO essa desordem vira a minha vida nesse mesmo "caos". Eu acredito que vou vencer isto, com a graça de Deus!

Ah, e sabem uma coisa? Nesta recaída eu vi com tanta clareza uma coisa. Apesar de eu ter consumido desde há tanto tempo P e PMO ser uma realidade diária na minha vida por tantos anos e isso ter, sem dúvida, consequências na minha mente e naquilo que por vezes me vem à consciência e que tantas vezes luto, eu apercebi-me com muita plenitude que eu realmente não sou isto, o meu ser não quer isto nem se corresponde com isto. Apesar de saber que isto me faz sentir, por breves segundos, um prazer, que nunca vale a pena, ou que, em caso de Edgind, me deixa quase em êxtase por várias horas mas me faz sentir um escravo perdido, que não vê naquilo que está a ver aquilo que procura e quer para a sua vida.

Noto também uma outra coisa que creio que pode funcionar a meu favor. Desde há bastante tempo que eu percebi em mim, no ponto de vista psicológico e no campo da personalidade, que sou alguém que ultrapassa com facilidade as crises, que após passar a tormenta o "esquecimento" da mesma é rápido. Coloquei esquecimento entre parenteses porque eu sei o que faço e o que acontece mas o meu foco cerebral manda tudo isso para alguma gaveta da qual raríssimas vezes tenho acesso. Em toda a minha vida noto isso, como os eventos traumáticos são assimilados por mim com uma lembrança não dolorosa, apesar de o ter sido na altura, e de não gerar em mim muitas recordações recorrentes ou ressentimentos. Com PMO eu esqueço com facilidade as cenas, os contextos, as imagens. Eu trabalho na área da imagem e tenho muita coisa em mente mas creio que o mecanismo cerebral realmente sabe o que lhe interessa manter com mais foco. Graças a Deus por isso.

Bem, Amigos, vou seguir na luta! Mesmo nas recaídas, façam o mesmo. Vale a pena lutar. Levarei esta luta até à morte.

Força!

15.08.2022 > 09.09.2022 | 09.09.2022 > 29.11.2022

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9/12/2022, 00:35
Que mensagem inspiradora VanGogh, vais superar esta fase do vício. Alcançaremos a vitória! Recai ontem, mas amanhã é um novo recomeço!
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22/1/2024, 20:48
Olá, meus Amigos,

Desejei várias vezes o dia de hoje e quase sempre me pareceu algo longínquo e praticamente inalcançável pela fraqueza da vontade e pelas quedas. No entanto, com a graça de Deus, creio ter recaído nos últimos dias de Setembro ou 1 de Outubro, e daí até hoje tenho-me mantido firme nesta luta. Tenho, com o auxilio de Deus, conseguido evitar os gatilhos e, mesmo com muitos acontecimentos frustrantes e complicados, que me levavam habitualmente a buscar estes estímulos rápidos e satisfatórios, fui seguindo com consistência. Houve alturas de maior tentação e mais ansiosas mas nunca houve o passar a barreira, mesmo no âmbito mental, e isso foi um grande ponto de auxílio. Eu foquei a minha atenção no objetivo dos 90 dias, mas sem quase nada no reboot em si. Apenas sabia que completaria essa "meta" no 1º dia do ano novo e que isso seria um feito extraordinário para mim, uma vez que nunca o tivera conseguido talvez desde a primeira vez que pratiquei PMO, há mais de 16 anos. Ou seja, neste momento, estou a vivenciar algo que já não conseguia há muitos anos e que julgava já ser quase impossível. Ainda que soubesse que não o era, mas a prática do dia a dia e as dificuldades muitas vezes dão-nos essa perceção mental, de que o objetivo é inalcançável.

Eu sei que a cura de um viciado na realidade nunca é absoluta, pois mesmo que haja uma recaída após vários anos de abstinência, é sempre um sinal de que o mal sempre lá esteve. Ou seja, a luta é constante e permanente até ao final da vida. O objetivo tornar-se a vida em si e parte da rotina, parte da própria vida é o melhor a fazer para a consistência ser efetiva e estou a tentar isso a todo o custo. Reconheço que tenho tido dificuldades com outras coisas, como o uso das redes sociais ou outro tipo de coisas, como certos jogos. Eu sei que são estratégias mentais de substituição e procura por dopamina, mas estou vigilante e consciente dos abusos que faço por vezes. No entanto, não me massacro demasiadamente por esses erros, uma vez que eu sei que o organismo, em termos mentais e de desintoxicação, tem as suas artimanhas. Penso que o que tenho conseguido tem sido muito bom, ainda para mais sabendo que os bloqueadores são praticamente inexistentes e isso significa que a principal barreira criada é mesmo na mente e na vontade.

Haverei de vir aqui mais vezes, principalmente para acompanhar diários e possivelmente escrever algumas mensagens aqui sobre tudo isto e sobre as dificuldades ou pontos positivos.

Gostaria muito de ver os Amigos que tanto acompanhei aqui e que também seguiram e comentaram no meu diário com palavras de força a vencer a sua luta. Sei que muitos já não escrevem nos seus diários há algum tempo, mas se lerem isto, (ou quem ler esta mensagem) só quero dizer: NÃO DESISTAM! MESMO QUE TUDO PAREÇA PERDIDO. NUNCA É TARDE PARA PARAR. Eu vou fazer este ano 30 anos e desperdicei grande parte deste tempo com PMO, julguei várias vezes que talvez nunca conseguiria pelo menos cumprir o propósito dos 90 dias. Graças a Deus, aqui estou, mesmo com dificuldades e inquietudes, como sempre, a viver este "impossível". Quero viver a vida sem isto e sei que TU também consegues fazê-lo. No que eu puder ajudar, conta comigo!

Um grande abraço a todos! Nunca desistam!

*Lutadora, aguardo pelo nosso encontro. Mantém-te firme na luta. Sei que um dia vais ler isto.
**A todos os Amigos que escreveram aqui e que acompanharam o diário, assim como os que fui acompanhando: Estamos sempre juntos. Obrigado por tudo! Não desistam!

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15/2/2024, 21:47
Continuo firme na luta. Mesmo quando passa pelo olhar a tentação, a resistência e a força interior são muito maiores. É esta a maior e mais incrível experiência, para alguém que viveu a realidade de PMO diariamente, por vezes, 1, 2, 3, 4, 5 vezes por dia a recair, com uma periodicidade diária, sem saber o que era o ficar sem isso. Muitas vezes me senti desesperado por pensar "serei eu um viciado". Uma realidade tremendamente difícil de aceitar e mais difícil ainda de reverter. Muitas vezes me prostrei no chão do meu quarto a chorar, enquanto ouvia canto gregoriano, após as minhas recaídas miseráveis. Dizia eu no meu coração que "esta foi a última vez" e "amanhã vai ser diferente" e sempre, dia após dia, ia tecendo a teia que me haveria de aprisionar mais de 15 anos da minha vida. Em muitos momentos olhei para mim ao espelho e observei o fundo dos meus olhos, para perceber onde me teria perdido eu. Onde estava a pessoa que eu era sem PMO, pois eu não era realmente o miserável que se refletia na degradação das recaídas. Como se interiormente estivesse o meu verdadeiro "Eu" amarrado por um hábito, por um prazer, por um vício, por um segredo. Antes, sempre uma agitação, uma corrida, um descontrolo, eu sem mim mesmo. Depois, o desânimo, a falta de vitalidade, a tristeza, a falta de sentido, a solidão. PMO rouba-nos a vida. Se deixarmos, PMO rouba-nos a vida até nada mais restar. Há momentos em que parece que nada mais importa: "nunca vou conseguir superar isto", "sou um falhado", "sou um miserável", "não sinto nada, parece que já não me importo por viver assim" - pensamentos que tantas vezes ocuparam a minha mente.

Por mais miseráveis que possamos parecer, por mais frágil que seja a nossa vontade, entorpecida pelo vício, não nos devemos resignar e deixar caídos. As recaídas são tremendas, no entanto, devemos ter esperança no dia em que uma recaída se torne a última e possamos, mesmo com dificuldade e fragilidade, seguir sem PMO. Nunca é tarde para parar.

E a luta não tem fim.  

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