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Agora conseguirei - Página 3 Empty Re: Agora conseguirei

24/10/2022, 15:22
Pakit escreveu:Dia 14
Existe uma metáfora legal do intruso na festa de aniversário para falar sobre sentimentos e o PMO:

Imagine-se você está fazendo uma festa para comemorar seu aniversário e chama todos seus amigos e familiares queridos. Entretanto tocam a campainha, e é seu vizinho. Você odeia esse vizinho, ele não foi chamado para a festa, mas mesmo assim ele chega para participar. Ele fede, é grosseiro e te transmite coisas ruins.
Você volta pro salão na festa, e ele tá lá  enchendo o saco dos seus outros amigos. Você se incomoda só de ouvir a voz dele. Você cansado disso, expulsa ele da sua festa. Seu vizinho irritado, sai.
Você volta para o salão e começa a tentar a continuar realizando sua festa nos trancos e barrancos. Entretanto, toca a campainha de novo. Você muito irritado vai ver quem é, e é de novo é seu vizinho entrando. Você não deixa ele entrar, fecha a porta na cara dele e fica de olho na janela, na porta e no muro para não ter risco dele invadir. Seu objetivo principal é que ele não entre de nenhuma forma e você fica parado lá (quem sabe por horas)...

Parado na sala você percebe que tentando suprimir seu vizinho e impedindo de entrar, você tá perdendo a sua festa. Você tá perdendo a conversa com seus amigos e as músicas que estão tocando, está suprimindo a si mesmo também no processo.

E você tem duas escolhas: voltar para a festa para aproveita seus amigos, e deixar seu vizinho intruso entrar.
 Ou ficar lá parado vigiando a porta e a janela para que ele não entre de jeito nenhum, com a sensação de controle. Mas que consequentemente, você tá perdendo contato com sua festa e todos os reforçadores que poderia obter.

Bom, você escolhe deixar a sala e parar de vigiar a porta e voltar para aproveitar seu aniversário.  
Você decide aceitar seu vizinho na festa....ele chega fedendo, irritante e continua te incomodando. Mas com o tempo você percebe que ao aceitar na festa, você não precisa ficar se preocupando em expulsar ele. Você aproveita seus amigos, a música, a comida...e quando olha pro lado, seu vizinho não te incomoda tanto mais. Você até percebe que ele tem um bom senso de humor e que pode aprender coisas novas com ele, mesmo não gostando muito dele.

É uma metáfora simples, mas interessante pra explicar o porquê suprimir pensamentos ruins ou pensamentos PMO não é o melhor caminho para ser seguido. As vezes aceitar pode ser bem mais interessante do que ficar suprimindo, brigando e achando que você está no controle (enquanto na verdade, o controle é o que faz você perder tudo a sua volta). Porque quando entramos nessa briga, a gente só tende a perder e nos machucar no processo. Lembre-se sempre dessa frase que eu escrevo aqui: não somos nossos pensamentos. Aprender a permitir a sentimentos ruins sem que você acabe virando eles, porque (in)felizmente, eles são inerentes a vida. Entretanto, ao aceitar eles de cabeça abertas, podemos aprender novas coisas de si mesmo e até mesmo entender o que eles estão nos direcionando.

Abraços e vamos para mais um dia.
" O corpo não é um templo, é um parque de diversões. Aproveite a viagem"
Anthony Bourdain

Bela metáfora meu amigo!
Obrigado por nos agraciar com essas sábias palavras.

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Pakit
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26/10/2022, 13:23
Muito obrigado pelo os feedbacks, amigo Kobscop!! Você é muito reforcador para minha caminhada!!
Torço por você sempre.

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Pakit
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26/10/2022, 13:35
Dia 16
Tendo não ficar julgando as pessoas aqui porque todos somos iguais, mas queria mostrar meu contraponto e reflexão e claro,não é uma reflexão para ninguém em específico: não concordo quando eu vejo as pessoas aqui recomendando comportamentos que não são funcionais para o indivíduo em tratamento. (Exemplo: começar a fazer jejum de dopamina e derivados)

Isso de ficar recomendando as pessoas tomarem banho em água fria, comer chuchu e cenoura todos dias, e excluir as redes sociais...quer dizer, você tá tirando todos reforçadoras da pessoa, e tá induzindo uma depressão ou a volta do PMO.

Vamos se apegar os conceitos básicos da análise do comportamento: ficar emitindo comportamento que gera consequência aversiva, não te faz mais resiliente a nada. (sempre foi algo polêmico na análise do comportamento, massss: aprendemos com nossos acertos, e não com nossos erros. Errar não gera aprendizado, mesmo que os coaching da vida por aí dizem que sim)

Se sofrer por sofrer tornasse as pessoas mais resilientes e com mais autocontrole na vida, pessoas no oriente médio em situações de guerra e pobreza extrema seriam coaching de comportamento e de autocontrole (ps: não estou falando isso em forma de ofensa ou piada).

Agora quando emitimos comportamentos que geram reforços na nossa vida, percebemos que podemos SIM mudar nosso mundo através da nossas escolhas. E isso é foda! Quando você consegue se apropriar que sua decisão muda o mundo, você percebe que dá sim para sair de coisas que são ruins e aversivas para ti. Que você consegue sair de situações ou lidar com sua família tóxica, do seu trabalho tóxico ou das suas relações tóxicas.

(Existe um conceito na análise no comportamento chamado "desamparo aprendido", irei escrever sobre ele mais pra frente no meu diário)

Sabe o que te torna mais resiliente, mais funcional e mais forte? Torna-se cada vez mais sensível as experiências. E isso já falei várias vezes por aqui.

Aprenda a escolher, a mudar o mundo a sua volta, e não tenha medo de sofrer no processo, porque isso que nos direciona.
Ficar parado no piloto automático não está funcionando para ninguém aqui no fórum. Comecem a perceber que o mundo muda a partir DAS SUAS escolhas e decisões. Eu poderia realmente ficar sentado acreditando que não consigo mudar meu meu comportamento, que o PMO é uma parte minh e resta aceitar a viver essa vida miserável. Mas não: eu PAREI DE ASSISTIR. Mudei meu mundo. E agora tô esperando as respostas sobre isso para continuar.


Algo que a gente ver na farmacologia clínica de saúde mental é que mesmo pessoas tomando remédio: pessoas depressivas, ansiosas ou em extremo sofrimento não conseguem sair do ciclo da doença. Se realmente só remédios fosse efetivo, a psicologia não iria ter mais o porque existir. Mas não é o caso: remédios não cria comportamento (imagina que legal se a gente tomasse a pilula da habilidades sociais ou pílula da resolução de conflitos no trabalho, seria show haha). Muitas pessoas depressivas não melhoram mesmo tomando remédio. Porque o remédio não vai ensinar a lidar com o mundo. Mesma coisa com o PMO: parar o vício não irá ensinar a gente a lidar com nossos estressores e nem criar novos comportamentos na gente, isso temos que está trabalhando no processo.

E porque no final das contas eu tô falando isso: temos que criar comportamentos funcionais e que ajudem na nossa vida e que gerem prazer, são reforçadores e valoroso PRA GENTE.
Vocês não vão ver eu aqui falando pra alguém tomar banho em água fria se a pessoa odeia água fria, pra que?O que funciona para mim, não funciona para você, e tá tudo bem, e temos que trabalhar com nossas diferenças. O que tomar banho de água fria vai ajudar a pessoa resolver os problemas no trabalho dela? Ou com a família dela?

Se eu pudesse sugerir algo pra pessoas aqui do fórum: dentro dos relatos do nossos amigos, comecem a ver comportamentos que a pessoa valoriza, comportamentos que geram refocadores para ESTA PESSOA. Mesmo que não for reforçadoras pra gente... Isso que vai realmente se efetivo pra ELA.

Sugira que ela possa expandir comportamentos que ela já faz no dia a dia e não somente ficar sugerindo comportamento novo e descontextualizado com a história dela. Se a pessoa gosta de caminhar, recomende que ela possa aumentar mais ou ser mais rápido, coisas que engajem ela e que façam sentido no contexto dela. Agora pedi pra ela aprender a escalar o Everest, não vai ser efetivo e nem reforcador, sabe? Vai "entrar num ouvido e sair pelo o outro".
O acolher é entender a história daquela pessoa e tentar ajudar dentro do contexto que ela conta...


Falando um pouco de mim aqui:

Estou indo no trancos e barrancos da vida. Não tô com tanta vontade de PMO e estou criando estratégias para não cair. Um dos meu maiores gatilhos é as redes sociais. Uma estratégia que eu fiz e que foi efetiva: mudei a senha de todas redes sociais para senhas super complicadas, e coloquei elas em um caderno dentro do meu armário. Para eu entrar no meu Instagram eu tenho que emitir o comportamento de ir no caderno,abrir a página, pega a senha e entrar. Até eu fazer isso, muitas vezes nem é reforcador mais e nem tenho vontade. Quando tô fora de casa, não lembro a senha, então nem entro.
É uma boa estratégia pra quem ficar fora do Instagram ou outra rede social,mas não quer excluir.
No final é isso: Sempre crie estratégias que dificultem a manutenção de um um hábito ruim.

Abraços e vida que segue, vou ler o diário dos meus amigos aqui.

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Kobscop
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28/10/2022, 09:04
Tenho diminuído bastante o uso de redes sociais. O Twitter eu exclui faz quase um ano, eu uso mais o Facebook para ver páginas de zoeira e futebol. O Instagram eu uso pouco. Mas antigamente usava muito as redes sociais e isso toma um tempo enorme da nossa vida. Espero diminuir até parar um dia rsrsrs.
Torcendo por você!

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Pakit
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28/10/2022, 12:58
Kobscop amigo, total!!
O twitter em época de eleição agora então tá o próprio inferno na terra. Também vou seguir seu caminho e ir parando aos poucos. Sei que tem muitas coisas boas na rede social, mas é difícil fazer essa filtragem quanto você tá contaminado por ela.
Também torço para ti, sempre!! Vamos que vamos, amigo.

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Pakit
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28/10/2022, 13:15
Dia dezoito:

Estava finalizando o livro de psicologia contextual de Terapia de Aceitação e Compromisso para meu trabalho de conclusão de curso, e li um relato de caso que eu achei muito bom o manejo que o psicólogo realizou e vou copiar para vocês lerem também para gente pode refletir sobre o nosso vício.

Antes só vou contextualizar: O relato é sobre um homem chamado Tim que tem abuso de álcool, entretanto, está parando para não perder sua mulher. Para isso, ele toma uma medicação chamada Antabuse, que não sei se vocês conhecem, mas é uma medição que ao tomar álcool fica tóxico ao organismo. Então ao tomar a medicação a pessoa não consegue colocar uma gota de alcool na boca sem passar mal, vomitar, ter diarréia etc. Só que esse remédio trás muita vitimização pra essas pessoas, porque elas acham que tão sendo perseguidas ou que conseguem parar o álcool sem isso (muito parecido com nós com o pmo...) e se sentem humilhadas no processo.

Em baixo o texto retirado do livro:

"Antabuse monitorado pode ser efetivo na manutenção da abstinência de álcool, mas costuma ser vivenciado pelos clientes como humilhante. Em um caso
tratado por um de nós (KGW), foi adotada uma abordagem baseada em valores e compromisso. O cliente tinha uma longa história de recaídas com episódios perigosos e destrutivos de consumo de álcool. No esforço para salvar seu casamento, o marido alcoólico concordou em tomar Antabuse todos os dias, com a adesão sendo monitorada pela sua esposa. A conversa clínica a seguir abordou seu sentimento de humilhação por todo o processo:

CLIENTE : Eu disse a Sue que tomaria Antabuse todos os dias e que ela poderia me vigiar quanto a isso.

TERAPEUTA:E ela disse que daria outra chance ao casamento se você fizesse isso?

Cliente:Sim.

TERAPEUTA: Como você está se sentindo a respeito, Tim?

CLIENTE: Bem, esta era a única alternativa para que ela ficasse. Sem isso, ela disse que não poderia dar outra chance. Você sabe, com as crianças e tudo mais.

TERAPEUTA: De certa forma, é como se você tivesse que fazer isso?

CLIENTE:Ela vai embora se eu não fizer.

TERAPEUTA: Bem, isso me preocupa um pouco. Quero dizer, há duas formas de como isso poderia acontecer. Todas as manhãs, você pode se sentar à mesa do café, ela estaria lá, e você estaria dizendo a si mesmo:
“Que droga. Por que eu tenho que fazer isso? Ela está me
observando como se eu fosse uma criança pequena ou algo parecido”. E, muito provavelmente, ela perceberia isso e ficaria furiosa. Mais ou menos assim: “Ei, isso não é minha culpa! Não me acuse!”. E, mesmo que nada disso seja dito, acaba cavando um abismo entre vocês.

Cliente:Bem, para mim não tem problema fazer isso. Quero dizer, EU NAO CONFIO EM MIM!

TERAPEUTA: Está vendo? Isso é exatamente o que estou querendo dizer. Agora o Antabuse está cavando um abismo entre você e você. Eis outra ideia. Veja se lhe serve. Lembra quando você e Sue se casaram? Pare por apenas um minuto, mantenha os olhos fechados e veja se consegue imaginá-la naquele dia.

CLIENTE: Com certeza. Aquele foi um dia incrível! Assustador e feliz, e não sei como expressar o que significou para mim.

TERAPEUTA: Bem, mas você se expressou naquele dia, não foi? Você ficou de pé na frente de todas aquelas pessoas, na frente de Sue. E olhou nos olhos dela e disse: “Aceito”. Lembra?

CLIENTE: Claro.

TERAPEUTA: Vou lhe pedir que faça isso, Tim. Você se importaria de apenas parar por um segundo e fechar os olhos, acomodar-se na sua cadeira, reservar um momento e se permitir notar a suave inspiração e expiração a cada respiração? (Faz uma pausa de cerca
de 30 segundos com uma breve orientação para que observe a respiração.) Tim, quero que veja se consegue imaginar você e Sue no altar. Veja se consegue se lembrar de olhar nos olhos dela. (Faz uma pausa suficientemente longa para permitir que o cliente visualize.) Você consegue vê-la, Tim? Demore-se mais um momento com aqueles olhos com os quais você olhou para ela tantos anos atrás. Simplesmente permita-se deslumbra-se com isso por apenas um momento. (Pausa) Você ficou ali, de pé, e assumiu um compromisso de ser Tim, o marido dela. Veja se consegue ouvir suas próprias palavras, “Aceito”. Agora, respire e deixe que seus olhos se abram suavemente, Tim. Você conseguiu ver aquele momento?

Cliente: Sim, eu pude vê-la. Eu estava bem ali.

TERAPEUTA: Para sempre, certo? Você sabe... “Na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença”.

CLIENTE:Sim.

TERAPEUTA:E quanto a isso, Tim? E se a cada manhã você se sentasse à mesa do café com Sue, reservasse um momento para olhar nos olhos dela e dissesse uma vez mais “Aceito”.
E então, tomaria seus medicamentos. Existe uma maneira, Tim, de, a cada vez que você tomar seus remédios, permitir que isso seja um tipo de reafirmação daqueles votos que você fez"

(Fim do relato)

 Achei bonito esse caso e muito perspicaz o manejo do terapeuta.
Quantas vezes na vida fazemos sacrifícios, tiramos algo que a gente gosta, para tentar entrar em contato com nossos valores e com o que realmente queremos de fato na nossa vida?
 Nesse caso, o Tim era uma alcoólatra, tinha o reforcador que era a bebida e faziam mal pra ele e todos a sua volta.
Entretanto, o manejo foi fazer ele lembrar da promessa que fez com a mulher  de ser "um bom marido" algo que o vício estava barrando. E além disso, não se sentir humilhado ou vítima da própria doença ao tomar o remédio.  Ele continua tomando o remédio, mas vendo de uma perspectiva diferente! Todo dia ao tomar o remédio para não beber, ele vai lembrar de quando falou "aceito" para sua amada no dia do casamento, para evitar pensamentos como " sou um fracasso" ou "não é minha culpa ser alcoólatra" atitudes de vitimização que cometemos recorrentemente.

E isso que temos que fazer ao parar de praticar PMO. Todos os dias eu me apego aos valores que realmente me fizeram parar com pmo. Diferente do Tim, eu não tenho uma esposa e nem uma lembrança de casamento, entretanto, tenho amigos e familiares que verdadeiramente gostam de mim, e que ao continuar nessa vida tô indo contra tudo que eu defendo (ser mais saudável, ser um bom estudante,ser um atleta, saber sofrer sem recorrer ao pmo, ser mais comunicativo, ser um bom amigo) tudo que o pmo me barrou com o passar do tempo.
Precisamos no encontrar com nós mesmo é se apegar na vida que realmente queremos viver, sem vitimização e lamentação. Sei que é difícil, entretanto, precisamos nos comprometer com nós mesmo nessa jornada e todos dias dizer "aceito".

Esta tudo bem por aqui!!
Abraços e tamo junto.

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Lima Gomes
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29/10/2022, 21:10
Partir boa noite !

Obrigado por compartilhar este relato, falou muito comigo pois sou casado, e por vezes me vejo na situação deste homem...

No mais, lhe desejo força nesse Reboot, continue firme e seguindo em frente, você só tem a ganhar se mantendo longe da P.

Forte abraço

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Kobscop
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30/10/2022, 12:35
Parabéns pelos dias limpos meu amigo!
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Dias
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2/11/2022, 19:24
Boa noite/bom dia Pakit, cara li todo relato inclusive o trecho do terapeuta e seu cliente e sem duvidas uma otima abordagem profissional dele, mas tbm otima relação que vc trouxe para esse "caso" aqui que compartilhamos em comum, afinal, nao adianta "empurrar" pra baixo dezenas de doses de remédio sem um proposito maior ne ? uma motivação, uma lembrança, algo que mais forte e alinhado com ele, que nos faça de fato nao só largar mas se afastar/nao ser mais congruente com essa fase de vicio, nao sentir mais necessidade, nao se enxergar mais nessa vida ou seguindo esses mesmos passos que mtas vezes trazem pessoas pra esse ciclo sem fim.

Digo isso pq após ter tido uma conversa cmg msm, uma reflexão interna e percebido esses e outros fatores, como oque eu estava perdendo, coisas que deixava de fazer, os prejuízos, minha vida, e nao só a rala ideia de "vou tentar parar", que ai sim consegui enxergar progresso, que vi de vdd que estava me distanciando dessa rotina, e mais alem disso criando um outro "eu" outras projeções de vida, novos valores, prioridades ... e tudo mais, que noz fazem de fato melhorar ... e sao mtas vezes a perda desses pensamentos que trazem o vicio ..

Por fim parabéns por cada dia, pela luta e experiencia cara, continua assim nesse relato de vitoria, pois sei que estou respondendo um ... Wink
Confio em vc bro, vc ta aqui para vencer, olha pra cima que é pra la que vc vai.. ate mais!

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Kobscop
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3/11/2022, 20:54
Fala meu amigo, tá sumido.
Como anda a luta?
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Pakit
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5/11/2022, 19:18
Lima, muito obrigado pela a mensagem!! Torço para que você tenha força e consiga permanecer nessa jornada por ti e por sua esposa! Abraços e conte comigo sempre!!

Dias, total!! Você trouxe um ponto bem interessante mesmo. O que adianta a pessoa tomar um remédio por tomar ou parar um vício por parar? Qual é o propósito que você quer ao parar isso? Porque analisando o comportamento temos o seguinte : o vício é bom e por isso continuamos com ele. Por que parar com o vício então?  Nesse relato, o vício dele faz que se distancie da mulher dele e dos filhos. É questão de por na balança.
 E aí que temos que procurar os nossos motivos para parar( e meus motivos não é igual os de todo mundo etc etc)
 E acho que por isso muitas pessoas aqui tem tanta dificuldade em deixa o vício...porque não consegue ver propósito ou sentido pós vício ou em parar. Mas é totalmente isso que você falou: temos que procurar algo maior nessa jornada, procurar correr atrás do que a gente de fato quer ser. E ser um viciado não é o que eu quero ser.
Com certeza irmão, também sei que estou falando com um campeão! Espero que você continue firme e forte, aprendi muito com ti!! Tamo junto sempre irmão!!

Kobscop, senti sua falta, amigo!! Realmente comecei a me embananar todo aqui e não consegui entrar mais no diário! Mas estou firme e forte, igual a ti haha também torço para para você, hoje e sempre!!! Vou voltando a escrever aqui aos poucos.

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14/11/2022, 10:55
Como anda a luta amigo?

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21/11/2022, 19:26
Estamos sentindo sua falta amigo.

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25/11/2022, 09:42
Como anda a luta amigo?

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Agora conseguirei - Página 3 Empty Fala comigo PAKIT

5/3/2024, 23:23
Cadê tu homem, tu sumiu, aqui é o Sonhador1199. Volta a ativa, ve essa mensagem da um toque lá no diario, ta sumido carai

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Pakit
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8/3/2024, 15:52
Amigos Kobscop e Vendedor de Sonhos!!
Estou aqui!! Sinto falta de vocês!!!
Não atualizei mais o forum aqui porque ano passado foi uma loucura hehe consequentemente, tive dias de focos e recaídas.
Prometo voltar!
Vou ler o que vocês estão escrevendo! 😁
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Pakit
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9/3/2024, 13:59
Dia 1:
Bem, vou reiniciar esse tópico do zero, junto com o contador, e começar a escrever novamente, de forma tímida e sem alarde.
Fico envergonhado de voltar, mas preciso dar um passo novamente. E é engraçado escrever depois de um tempo sumido, porque todos os tópicos de amigos aqui com os quais eu interagia praticamente não foram atualizados e sumiram do fórum. Gostaria de acreditar que eles estão vivendo uma vida feliz e sem vício, mas duvido muito, infelizmente. No entanto, espero que eles tenham a chance de voltar como eu fiz.
Não quero ler os posts anteriores que eu fiz; vou olhar para frente e pensar apenas no momento presente.

Agora, não sou mais estudante de Psicologia. Sou psicólogo com carteirinha e tudo. Mas ainda assim, vulnerável e tão viciado quanto. Nesse novo reboot, acredito que esteja mais maduro e em um ambiente mais facilitador para isso; estou num trabalho que me permite adaptar minha rotina novamente. Como meta para este ano e para este reboot, gostaria de voltar a ler livros, praticar exercícios físicos com mais regularidade e meditar de forma mais assídua. Comecei a ler Duna por conta dos filmes e estou gostando bastante; é uma leitura bem complexa.

Estou feliz de ver o Kobscop tão bem, o Vendedor de Sonhos lutando e o Drew não desistindo. Vou me basear em vocês, sempre. E espero conseguir ler novos posts aqui.
Abraços para todos.

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Pakit
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10/3/2024, 13:26
Dia 2:
Um dos motivos que me afastaram do fórum foi ver muitos posts sobre PNL para ajudar as pessoas a superarem vícios. Um usuário aqui era bastante militante dessa teoria e me incomodou DEMAIS, pois começou a angariar muitos "seguidores" aqui. Sou psicólogo, agora pós-graduando em análise do comportamento, e trabalho clinicamente com terapia de aceitação e compromisso. Sou bem crítico quando o assunto é aplicar ciências na psicologia. De qualquer jeito, percebo que eu tava me incomodando a toa.
Hoje, diferente do passado, estou mais tolerante com abordagens vistas como menos científicas (psicanálise, PNL...). Vou adotar o pensamento de que, se funciona para você, funciona. O importante é ver o que você se adapta, mesmo que não haja estudos científicos para isso. Não deixarei mais isso me incomodar, prometo. Tentarei aprender coisas novas, inclusive.

Como analista do comportamento, sei que o comportamento de todos segue algumas leis tidas como universais: reforço e punição. Não adianta apenas saber que é viciado; é necessário mudar o ambiente, pois continuar em um ambiente adoecedor sem repertório comportamental para mudar é como acontece com a maioria dos usuários de drogas. Eles passam seis meses em uma clínica, são realocados para casa, onde têm os mesmos amigos, frequentam as mesmas festas e convivem com a mesma família. A recaída é mais fácil do que gostamos de acreditar. Acredito que o Pakit do velho testamento já escreveu sobre isso haha.

Dito isso, desta vez já fiz mudanças ambientais que sei que facilitarão no reboot: deixarei as janelas do meu quarto sempre abertas, pois janela fechada é gatilho para o comportamento de PMO. Excluí as redes sociais que usava para consumo. Engraçado como a mente funciona; ela insistia: "não apague, você consegue ficar sem usar sem apagar... mas vai que tem uma mensagem ou algo legal lá." A mente sempre tenta nos fazer cair. Então fui mais firme e apaguei sem pensar muito.
Estou controlando minha rotina; sempre fui um grande procrastinador. A maioria dos estudos de neurociência menciona os benefícios de agir sobre uma rotina e ter diários (como estes aqui), nos quais sempre fui resistente e preguiçoso haha. Recomendar para o paciente não significa que eu faça. Os princípios comportamentais também regem o comportamento de nós, psicólogos, para o bem ou para o mal. Não estamos acima disso, então, ajudar as pessoas e ser psicólogo não significa que eu seja perfeito.

Apenas para finalizar o texto de hoje, estou gripado haha. Tive uns três dias de estresse seguido e acordei ontem super gripado. Fico refletindo: estou gripado porque estava muito estressado( e minha imunidade foi pro ralo) ou estou estressado porque já estava doente e não tinha dado sinais físicos ainda? Engraçado como é difícil entender a causalidade humana quando pensamos nela, pode ser as duas coisas. Mas, por mais que não seja científico no que vou dizer( e Skinner vai se revirar no caixão haha) quero acreditar que meu corpo ficou doente porque assim teria um momento de descanso do estresse que estava tendo. Agora estou deitado na cama pensando na vida e como mudá-la para melhor.
Abraços.

Kaneki gosta desta mensagem

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Agora conseguirei - Página 3 Empty Re: Agora conseguirei

10/3/2024, 15:34
Pakit, cheguei agora no seu tópico e digo que mesmo com as falhas que sofremos no caminho ainda podemos encontrar força e inspiração.
Estou no primeiro semestre de psicologia, aceito dicas e macetes de estudo kk
Vamos a luta, irmão!
Conte comigo e com meu apoio.

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Pakit
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10/3/2024, 16:52
Eaeeee, Henrique!!
Que legal em, futuro amigo de profissão! Fico feliz. Escolheu uma profissão linda, mesmo que eu seja imparcial para falar isso haha. Espero que você aproveite a graduação; é muito complexa, mas muito agregadora, e é incrível ajudar as pessoas com isso.
Cara, a única dica que eu dou (que você deve ter ouvido já) é estar aberto para experimentar. Tente ler sempre um pouco sobre todas as abordagens, estagiar em diferentes campos (clínica, hospital, escola etc., claro, dependendo da oportunidade que a faculdade dá). Nunca se feche a NADA!
Quando você estiver formado, aí sim você escolhe uma pós-graduação focada no que você quer. Durante a graduação, é momento de experimentar.
A vida também dá umas rasteiras durante a graduação, porque eu sabia que queria escolher algo mais científico dentro da psicologia, e escolhi TCC no meio da graduação. Até que tive contato com as terapias contextuais (além que acabei virando um analista do comportamento ferrenho, que rejeita ideais cognitivistas. Mas como disse ali em cima: tô numa fase de respeitar hahaha). Enfim... aproveite e permita-se estudar um pouco de tudo! Conte comigo caso precisar de algo.

Abraços, vou da uma lida no seu diário.

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Pakit
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12/3/2024, 14:50
Dia 4:
A pior coisa do vício para mim são as sensações de abstinência que eu sinto (engraçado que ainda existam pessoas que defendem que seja mito que a pornografia gere vício).
Sempre quando paro de utilizar PMO, fico mais deprimido, sinto dores de cabeça ou vontade de só ficar deitado.
Parar com o vício escancara tudo de ruim que tem na minha vida: o quanto eu não tenho tantos amigos assim, o quanto de relações amorosas e afetivas que eu não possuo, minha procrastinação com os estudos, minha falta de comprometimento com meus esportes e lazer. E aí eu fico mais deprimido e recorro ao PMO, e o PMO é como um passe de mágica que faz com que todas essas coisas ruins em mim desapareçam. Sem perceber que é utilizando ele que minha vida continua assim.
Não quero mais desperdiçar minha única e curta vida sendo um viciado. Já deu para mim.

Hoje, acordei sentindo uma vontade absurda de assistir PMO para me livrar da ansiedade. Mas eu só me acolhi e aceitei que tudo ia ficar bem. Vai dar tudo certo, sei disso, e dessa vez vou conseguir. Não quero mais viver nesse inferno.

Abraços pessoal.
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13/3/2024, 08:09
Pakit escreveu:Dia 4:
A pior coisa do vício para mim são as sensações de abstinência que eu sinto (engraçado que ainda existam pessoas que defendem que seja mito que a pornografia gere vício).
Sempre quando paro de utilizar PMO, fico mais deprimido, sinto dores de cabeça ou vontade de só ficar deitado.
Parar com o vício escancara tudo de ruim que tem na minha vida: o quanto eu não tenho tantos amigos assim, o quanto de relações amorosas e afetivas que eu não possuo, minha procrastinação com os estudos, minha falta de comprometimento com meus esportes e lazer. E aí eu fico mais deprimido e recorro ao PMO, e o PMO é como um passe de mágica que faz com que todas essas coisas ruins em mim desapareçam. Sem perceber que é utilizando ele que minha vida continua assim.
Não quero mais desperdiçar minha única e curta vida sendo um viciado. Já deu para mim.

Hoje, acordei sentindo uma vontade absurda de assistir PMO para me livrar da ansiedade. Mas eu só me acolhi e aceitei que tudo ia ficar bem. Vai dar tudo certo, sei disso, e dessa vez vou conseguir. Não quero mais viver nesse inferno.

Abraços pessoal.


Abstinência é fogo!!!!
Substituir a geração de dopamina que ela trás por outras coisas não é fácil e é praticamente impossível, o caminho é utilizar da neuroplasticidade para adaptar as nossas sensações.

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14/3/2024, 02:10
Dia cinco:
Existe um famoso poema do Fernando Pessoa que se chama Poema em Linha reta. E eu adoro ler ele em tempos em tempos e deu vontade de deixar ele aqui.


Poema em Linha Reta- Fernando Pessoa (utilizando pseudônimo de Alvaro Campos)


"Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;

Eu, que tenho sido cómico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado,
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,

Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um acto ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe — todos eles príncipes — na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e erróneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos — mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que tenho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza."

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14/3/2024, 11:56
Olá amigo, que interessante seu post sobre mudanças de comportamento, quais outras mudanças recomendaria? abçs.

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Pakit
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14/3/2024, 17:52
E aí, Kaneki! Tudo bem? Obrigado pela participação aqui no meu tópico. Vou ler o seu também! Tamo junto.

Bom, sua pergunta é interessante, então por isso já vou utilizar para colocar meu diário do dia. Além disso, explicar as ideias comportamentais me ajuda no meu autoconhecimento, então vou escrever um grande texto aqui e tá tudo bem se você se sentir entediado ou não entender nada do que eu escrever haha.

**Dia 6:**

Cara, você já viu aquela piada que todos falam dos psicologos? Aquela que todo psicólogo fala a palavra mágica "depende"? A gente vem de fábrica falando isso, haha. Porque, de fato, para eu recomendar mudanças comportamentais, eu precisaria saber quais são os seus comportamentos para ser efetivo para você, e isso "depende". Eu e você podemos realizar comportamentos parecidos sendo viciados, mas a função que o PMO tem na nossa vida é diferente. E isso muda tudo. Então, se eu recomendar para você comportamentos mais "saudáveis", estou falando sobre mim, e não sobre você, entende?

Por exemplo, eu posso falar para você fazer natação de segunda a sexta, isso não quer dizer que se você fizer isso vai ser bom para você. E aí para te ajudar eu poderia fazer o oposto, eu recomendaria: faça exercício, Kaneki. Mas isso não vai te ajudar em nada, é um conselho genérico que não ajuda a pensar em um novo comportamento. Você já sabe que exercícios ajudam, não é a orientação que vai mudar algo, e sim, você começar a fazer (e ter a mudança no seu ambiente como consequência).
Por isso, muitas vezes, livros de autoajuda não ajudam em nada as pessoas a mudarem (eu sou exemplo disso, adoro ler autoajuda e não aplico nada em minha vida haha), porque ler não quer dizer que você vai aprender novos comportamentos. A gente só aprende de fato mudando nosso ambiente ao nosso redor e sendo mudado por ele. Traduzindo: faça mudanças no seu ambiente e veja como você vai reagir a ele, é a melhor forma de mudar comportamento.

Bom, mas aproveitando a deixa, vou tentar refletir um pouco sobre os conceitos da Análise do Comportamento que talvez possam te ajudar a ter essas mudanças ambientais e comportamentais.

Dito isso, na Análise do Comportamento, um gatilho é um estímulo do ambiente que desencadeia uma resposta comportamental do organismo. Quer dizer: o estímulo aumenta a probabilidade de ocorrência de um comportamento específico, isto é, se você tem fome (estímulo gatilho), aumenta a possibilidade de você comer (resposta), e isso enche sua barriga (mais chance de quando você sentir fome, você vai comer). Os organismos reagem a isso o tempo todo. Se algo for bom após nossa resposta, tenderemos a fazer mais quando esse estimulo ter presente. Se algo for "ruim", tenderemos a fazer menos a partir desse estimulo. E agora podemos pensar em como utilizar isso no nosso dia a dia.

Pessoas viciadas em PMO geralmente utilizam PMO a partir de estímulos bem comuns: disponibilidade fácil de eletrônicos (celular e redes sociais), sentimentos de solidão ou estresse, situações comportamentais específicas como: estar sozinho em casa ou em um quarto escuro e fechado, ou mesmo utilizam pmo para relaxar depois de um dia cansativo. Até o cheiro ou ver uma pessoa na rua pode ser estímulo para PMO. Por isso é sempre importante você entender em que situações pratica o vício e quais seus gatilhos, isso vai te ajudar a mudar seu ambiente para que evite cair nos gatilhos (por isso os bloqueadores são essenciais para nós viciados)

Após isso, uma das recomendações que eu poderia fazer: sempre pense em comportamento concorrente para inserir na sua rotina. O que é um comportamento concorrente? Imagine jogar bola e ler um livro NO MESMO INSTANTE. Você não pode fazer os dois ao mesmo tempo se você quiser ir bem nos dois, certo? ( A não ser você quiser entrar no guiness book haha). É um exemplo absurdo, mas vamos para um mais funcional então. Imagine um atleta de alto rendimento que fuma durante sua rotina. Ele pode até continuar fumando, mas isso afeta a chance dele ir bem no esporte, o que na maioria das vezes, os comportamentos vão entrar em concorrência. Os atletas (pense em um maratonista) geralmente não irão fumar.

Dito isso, insira na sua rotina comportamentos que você ache que são concorrentes com seu vício. Se você utiliza o celular para praticar PMO, tentar diminuir o acesso ao dispositivo em determinados horários pode ser uma boa. Se antes você costumava cair sempre às dez da noite no Twitter, pode ser interessante às dez da noite você estar lendo um livro com o celular desligado. Ou assistir uma série que você goste, ou praticar um idioma novo... enfim, aí que entra seu comportamento individual (o celular e o computador são os maiores gatilhos possíveis para nós viciados em PMO, se a gente ficasse três meses sem eletrônicos, provavelmente a taxa de reboot seria de 50% ou mais, chuto eu haha. Mas como não podemos ficar privados dessa ferramenta, podemos pensar em como diminuir o uso e ter acesso a novas coisas gratificantes na nossa vida. Então estabelecer limites de uso é uma boa, tem aplicativos que fazem isso, alem de que pode ser importante excluir redes sociais que ativam gatilhos de pmo).

Eu tenho uma questão muito grande com grupos de redes sociais, era algo que fortalecia meu PMO. Sentimento de solidão ou desejo por exposição. Mas para substituir, agora estou em grupos de livros e jogos no Telegram, muito diferentes dos que me faziam recair e eu ainda continuo tendo amigos e um processo social advindo deles.

Também é importante utilizar estratégias de enfrentamento após você ver um gatilho ativador. Ao ver um estímulo que acionou seu desejo por PMO, a ideia é utilizar uma resposta que faça você evitar cair (Podemos pensar no comportamento concorrente aqui também). Pode ser um cartão com uma frase, uma foto da família que te motive a não recair, meditar ou mesmo correr na rua... sempre pensar em algum recurso que faça você superar aquela sensação de querer cair no vício.

Eu, Pakit, estou utilizando o mindfulness para
aceitar o vício e não recair após um gatilho forte. Foco na minha respiração e só saio da posição de meditação até eu conseguir superar o "desejo" quando cair num estímulo muito forte. Caso eu ainda não consiga tirar o desejo, vou utilizar estratégias físicas para me distrair, como segurar um cubo de gelo na mão (pode parecer esquisito, mas ao você distrair seu corpo com uma sensação física, a tendência é que seu corpo diminua a fissura e se concentre no gelo na mão, prática que são utilizadas com pessoas com transtornos mentais severos) ou ouvir uma música que eu goste até me sentir neutro novamente ao estímulo ativador.

De fato, mudar comportamento é muito complexo, porque os humanos nasceram para selecionar os MESMOS comportamentos. Pensa assim: nós humanos sempre vamos fazer comportamentos de reforço rápido. Você pode falar para uma pessoa que fumar vai desenvolver câncer daqui a dez anos, a possibilidade dessa pessoa parar é muito pequena. Ela só vai parar quando o cigarro começar a afetar o rendimento dela, a motivação, a energia (e mesmo assim poucos param). Comportamentos "gratificantes e bons" sempre tenderão a controlar nossos comportamentos, diferente dos que possuem resultado a longo prazo. Ou seja, por isso muitas pessoas abandonam a academia depois de um mês, ao descobrirem que só serão musculosos (se tiverem genética para isso) daqui a cinco anos ou mais. Mas se a pessoa se apegar aos elogios pequenos da família, ao dormir melhor e à melhora da saúde, isso pode ser um motivador maior para o tal shape daqui a cinco anos. Quebrar os comportamentos grandes (ficar noventa dias sem PMO) em pequenos passos me parece bem mais interessante. Isto é: se apegar no tempo extra de vida que você ganhou, em passar mais tempo com a família e amigos e aprender coisas novas. Como você pode quebrar esse comportamento de 90 dias em coisas menores?

No final, acho que uma pergunta importante para a gente mudar comportamento é: se você realmente parasse com PMO, como você acha que sua vida seria? O que você ganharia ou perderia e quais comportamentos você teria?

Como você pode viver esses valores e desejos hoje e agora, enquanto você luta durante essa jornada? Não dá para a gente viver essa vida sem ter que esperar os 90 dias?

Abraços, Kaneki.

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