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Data de inscrição : 06/12/2022
Diário do TheDriver: - Disciplina é liberdade!
6/12/2022, 05:30
Olá amigos,
Tenho 30 anos e sou viciado desde uns 11 anos. Então são quase 20 anos nessa porcaria de vício (Nunca tinha parado para fazer as contas. Nem acredito que perdi duas décadas da minha vida nessa imundice. PQP!)
Tudo começou com acesso a revistas na escola que eram compartilhadas pelos colegas. Posteriormente, tive acesso à filmes de bancas de revistas e piratas que também eram emprestados e compartilhados por colegas. Lá pelos meus 17 anos, quando tive acesso à internet à vontade em casa (antes era só em lan houses), tudo piorou. De lá pra cá mantenho PMO quase que diariamente. Em alguns dias, como hoje, M. várias vezes ao dia e nem é por vontade. É simplesmente tédio e escapismo.
Geralmente são dias como hoje, quando termino o dia esgotado de tanta PMO, me bate um arrependimento profundo e me encaro no espelho por alguns segundos e penso: - Meu Deus, o que estou fazendo da minha vida?
E foi dessa mesma forma que várias e várias vezes tentei parar, sem muito sucesso. A última vez que tentei foi mês passado. Estava indo até bem. Fiquei uns 40 dias sem. Mas aí minha namorada viajou e eu usei isso como desculpa para recair no vício. E parece que foi pior que antes. Hoje mesmo devo ter M umas 5 vezes. Já compartilhei com ela que estava tentando parar com esse vício (Não sei se ela tem a dimensão exata do problema, mas ela me apoia). No entanto, infelizmente até agora, não tive coragem de contar pra ela que recaí. Menti falando que apenas M. sem P., mas não é verdade; acabei vendo sim muita P. Acho que se eu tivesse apenas M. pra aliviar, não teria sido tão ruim, mas não foi o caso.
Das vezes que consegui mais tempo utilizei bloqueadores. Inclusive, acabei de instalar novamente.
OBS: Destaco que já fui diagnosticado com TDAH (comecei tratamento, mas parei. hj não faço nenhum) e acredito que isso piora as coisas, pois acabo tendo um hiperfoco para atividades de prazeres imediatos como jogos, internet, PMO, etc. Por outro lado, tenho uma dificuldade imensa realizar tarefas que, apesar de chatas, não deveriam ser tão difíceis de realizar como lavar a louça, dobrar a rouba, limpar a casa, etc. Mas também ressalto que, apesar de ser uma agravante, isso não é desculpa: eu escolhi me afundar nesse vício e agora eu escolho sair.
____________________________________________________________________________
Feitas essas considerações, passo agora a expor os pontos da minha vida que, direta ou indiretamente, tem relação com esse vício, fazendo algumas reflexões sobre eles. Algumas dessas reflexões vieram da minha última tentativa de parar (engraçado como a gente começa a refletir mais sobre a vida quando estamos em abstinência, né?):
1- CARREIRA: Estou quase completando 31 anos e estou longe do lugar em que eu queria estar, principalmente no que toca carreira profissional. Sempre sonhei com concurso público de alto nível, mas esse vício imundo associado a uma dificuldade em manter disciplina me puxam para direção contrária. Atualmente já sou servidor público, mas num cargo que odeio. Ganho um salário mediano para a cidade em que vivo o que me permite ter uma vida tranquila, mas sem muito luxo. Pode parecer que estou reclamando de barriga cheia, mas todos os dias vou trabalhar frustrado e em vez de eu utilizar isso pra sair de onde estou, utilizo PMO pra esquecer que não estou onde eu gostaria de estar. Então cada minuto e energia desperdiçado com PMO são recursos que me afastam do meu sonho.
Sobre esse ponto, tenho refletido como que, ultimamente, tenho me comportado como uma pessoa invejosa e isso tem me deixado muito mal. O fato de eu estar frustrado me faz as vezes olhar com cobiça para os meus amigos que estão profissionalmente melhor que eu e isso é horrível. Em vez de eu sentir alegria por eles e me espelhar para também chegar lá, acabo me afastando deles e caindo em vicios para evitar pensar na realidade.
2- RELACIONAMENTOS: Sinto que sempre fico objetificando os meus relacionamentos (em sentido amplo: amigos, namorada, família etc.), fazendo uma espécie de “contabilidade” sobre o que estou ganhando com aquilo. No fundo acho que é medo de ser feito de otário e de me sentir usado. Mas parando pra pensar agora, no fundo, me falta amor e me sobra egoísmo.
Aliás, somente há pouco tempo, depois de bastante tempo solteiro, consegui voltar a ter um relacionamento sério. Até então estava constantemente com o pensamento de que não tinha “lucro” algum e rechaçava qualquer ideia de namoro. Com isso, acabei magoando algumas mulheres pel caminho. Apesar de já ter me permitido dar um passo a frente e começar a namorar, ainda me pego constantemente analisando minha relação para ver até que ponto é lucrativa (muitas vezes essa análise é no sentido sexual. Péssima atitude, eu sei, mas reconhecer isso já é um passo pra mudança.)
Fazendo uma viagem no tempo para buscar a raíz desse problema, acho que por sempre ter sido muito tímido durante a escola e sofrido bullying de virgem, bv, cabaço, etc., por mais que na época não me parecesse nada demais, acho que acabou deixando marcas na minha mente que ainda crê (mesmo que inconscientemente) que eu preciso ser extremamente sexualizado, ter inúmeras parceiras e ter muitas relações s. pra ser feliz.
O pior é que essa necessidade de sexualização acontece somente na minha mente (com a PMO), pq na realidade, não tive tantas experiências reais assim, creio que principalmente por conta da timidez. Aliás, a maioria das experiências que tive, foi por iniciativa das mulheres (Acredito que o fato de ter sofrido o bullying mencionado me fez cuidar da minha aparência e, modéstia a parte, hj sou considerado um cara bonito e com um corpo legal. Não falo isso pra me autoafirmar e sim porque tem relação com a reflexão seguinte);
Refleti também que a M. tem relação direta com uma mistura de baixa autoestima com narcisismo, por mais contraditório que pareça. Vcs também sentem isso? Reparem bem o que significa esse ato. Estamos gastando a nossa existência para nos dar um prazer puramente sensorial como se estivéssemos gritando para nós mesmos como somos especiais e merecedores de prazer (talvez a gente até seja, mas não esse tipo de prazer momentâneo, fútil e supérfluo) e, de certa forma, acabamos meio que adorando o nosso próprio corpo. Mas escolhemos a pior maneira para fazer isso, por meio de um ato totalmente falso, fictício e não no agrega em nada. Por um lado, é algo meio narcisista, como se nós tivéssemos uma opinião muito elevado sobre o que somos e merecemos, as por outro, é como se a gente odiasse a nossa existência tendo uma péssima percepção sobre quem somos e mutilando nossa alma por meio desses atos repetitivos.
No meu caso, por exemplo, em vez de eu encarar de frente que não estou onde gostaria e buscar forças para sair do lugar, fico nessa fuga da realidade por meio de atividades que dão prazeres puramente momentâneos como se eu fosse merecedor de muita coisa além daquilo que já tenho. E na verdade não é! Sei que muitas pessoas são injustiçadas pela vida, mas no meu caso não. Estou exatamente onde eu mereço estar (talvez tenho até mais do que mereço) e vou continuar eternamente aqui se eu não me mover pra sair do lugar.
3- CORPO: Como disse acima, apesar de ter um corpo atlético, tenho uma péssima postura que acredito ser fruto da timidez, baixa autoestima, além do ato de M.
Isso porque ficar horas e horas na frente do PC curvado praticando PMO acabou condicionando meu corpo e se manter assim. Pra piorar, ao sair na rua geralmente com a energia baixa e tímido estou constantemente com os ombros caídos e pra frente. Durante essa jornada vou buscar meios para melhor isso.
4- ESPIRITUALIDADE: Por fim, outro ponto que sinto que não tenho dado atenção devida é pra minha relação com Deus (sou cristão). Quanto mais afundado estou nessa lama, em vez de me apegar com Ele, parece que sinto uma vergonha e tento me esconder (tolice, afinal, como esconder algo de um Ser onisciente?). Acho que se conseguisse apenas manter uma habitualidade de orar antes de dormir, já estava satisfeito... Vamos melhorar nesse ponto também!
___________________________________________
Pois bem, esse é o meu relato sobre o estado atual da minha vida.
Minha meta hoje é somente instalar os bloqueadores e programar o alarme para diariamente vir postar aqui. Vou tentar manter um bloco de anotações para os pensamentos que surgirem ao longo do dia e os compartilharei com vcs. Ao longo da minha jornada vou compartilhando também as minhas estratégias e a minha evolução.
Abraço a todos e até amanhã!
Tenho 30 anos e sou viciado desde uns 11 anos. Então são quase 20 anos nessa porcaria de vício (Nunca tinha parado para fazer as contas. Nem acredito que perdi duas décadas da minha vida nessa imundice. PQP!)
Tudo começou com acesso a revistas na escola que eram compartilhadas pelos colegas. Posteriormente, tive acesso à filmes de bancas de revistas e piratas que também eram emprestados e compartilhados por colegas. Lá pelos meus 17 anos, quando tive acesso à internet à vontade em casa (antes era só em lan houses), tudo piorou. De lá pra cá mantenho PMO quase que diariamente. Em alguns dias, como hoje, M. várias vezes ao dia e nem é por vontade. É simplesmente tédio e escapismo.
Geralmente são dias como hoje, quando termino o dia esgotado de tanta PMO, me bate um arrependimento profundo e me encaro no espelho por alguns segundos e penso: - Meu Deus, o que estou fazendo da minha vida?
E foi dessa mesma forma que várias e várias vezes tentei parar, sem muito sucesso. A última vez que tentei foi mês passado. Estava indo até bem. Fiquei uns 40 dias sem. Mas aí minha namorada viajou e eu usei isso como desculpa para recair no vício. E parece que foi pior que antes. Hoje mesmo devo ter M umas 5 vezes. Já compartilhei com ela que estava tentando parar com esse vício (Não sei se ela tem a dimensão exata do problema, mas ela me apoia). No entanto, infelizmente até agora, não tive coragem de contar pra ela que recaí. Menti falando que apenas M. sem P., mas não é verdade; acabei vendo sim muita P. Acho que se eu tivesse apenas M. pra aliviar, não teria sido tão ruim, mas não foi o caso.
Das vezes que consegui mais tempo utilizei bloqueadores. Inclusive, acabei de instalar novamente.
OBS: Destaco que já fui diagnosticado com TDAH (comecei tratamento, mas parei. hj não faço nenhum) e acredito que isso piora as coisas, pois acabo tendo um hiperfoco para atividades de prazeres imediatos como jogos, internet, PMO, etc. Por outro lado, tenho uma dificuldade imensa realizar tarefas que, apesar de chatas, não deveriam ser tão difíceis de realizar como lavar a louça, dobrar a rouba, limpar a casa, etc. Mas também ressalto que, apesar de ser uma agravante, isso não é desculpa: eu escolhi me afundar nesse vício e agora eu escolho sair.
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Feitas essas considerações, passo agora a expor os pontos da minha vida que, direta ou indiretamente, tem relação com esse vício, fazendo algumas reflexões sobre eles. Algumas dessas reflexões vieram da minha última tentativa de parar (engraçado como a gente começa a refletir mais sobre a vida quando estamos em abstinência, né?):
1- CARREIRA: Estou quase completando 31 anos e estou longe do lugar em que eu queria estar, principalmente no que toca carreira profissional. Sempre sonhei com concurso público de alto nível, mas esse vício imundo associado a uma dificuldade em manter disciplina me puxam para direção contrária. Atualmente já sou servidor público, mas num cargo que odeio. Ganho um salário mediano para a cidade em que vivo o que me permite ter uma vida tranquila, mas sem muito luxo. Pode parecer que estou reclamando de barriga cheia, mas todos os dias vou trabalhar frustrado e em vez de eu utilizar isso pra sair de onde estou, utilizo PMO pra esquecer que não estou onde eu gostaria de estar. Então cada minuto e energia desperdiçado com PMO são recursos que me afastam do meu sonho.
Sobre esse ponto, tenho refletido como que, ultimamente, tenho me comportado como uma pessoa invejosa e isso tem me deixado muito mal. O fato de eu estar frustrado me faz as vezes olhar com cobiça para os meus amigos que estão profissionalmente melhor que eu e isso é horrível. Em vez de eu sentir alegria por eles e me espelhar para também chegar lá, acabo me afastando deles e caindo em vicios para evitar pensar na realidade.
2- RELACIONAMENTOS: Sinto que sempre fico objetificando os meus relacionamentos (em sentido amplo: amigos, namorada, família etc.), fazendo uma espécie de “contabilidade” sobre o que estou ganhando com aquilo. No fundo acho que é medo de ser feito de otário e de me sentir usado. Mas parando pra pensar agora, no fundo, me falta amor e me sobra egoísmo.
Aliás, somente há pouco tempo, depois de bastante tempo solteiro, consegui voltar a ter um relacionamento sério. Até então estava constantemente com o pensamento de que não tinha “lucro” algum e rechaçava qualquer ideia de namoro. Com isso, acabei magoando algumas mulheres pel caminho. Apesar de já ter me permitido dar um passo a frente e começar a namorar, ainda me pego constantemente analisando minha relação para ver até que ponto é lucrativa (muitas vezes essa análise é no sentido sexual. Péssima atitude, eu sei, mas reconhecer isso já é um passo pra mudança.)
Fazendo uma viagem no tempo para buscar a raíz desse problema, acho que por sempre ter sido muito tímido durante a escola e sofrido bullying de virgem, bv, cabaço, etc., por mais que na época não me parecesse nada demais, acho que acabou deixando marcas na minha mente que ainda crê (mesmo que inconscientemente) que eu preciso ser extremamente sexualizado, ter inúmeras parceiras e ter muitas relações s. pra ser feliz.
O pior é que essa necessidade de sexualização acontece somente na minha mente (com a PMO), pq na realidade, não tive tantas experiências reais assim, creio que principalmente por conta da timidez. Aliás, a maioria das experiências que tive, foi por iniciativa das mulheres (Acredito que o fato de ter sofrido o bullying mencionado me fez cuidar da minha aparência e, modéstia a parte, hj sou considerado um cara bonito e com um corpo legal. Não falo isso pra me autoafirmar e sim porque tem relação com a reflexão seguinte);
Refleti também que a M. tem relação direta com uma mistura de baixa autoestima com narcisismo, por mais contraditório que pareça. Vcs também sentem isso? Reparem bem o que significa esse ato. Estamos gastando a nossa existência para nos dar um prazer puramente sensorial como se estivéssemos gritando para nós mesmos como somos especiais e merecedores de prazer (talvez a gente até seja, mas não esse tipo de prazer momentâneo, fútil e supérfluo) e, de certa forma, acabamos meio que adorando o nosso próprio corpo. Mas escolhemos a pior maneira para fazer isso, por meio de um ato totalmente falso, fictício e não no agrega em nada. Por um lado, é algo meio narcisista, como se nós tivéssemos uma opinião muito elevado sobre o que somos e merecemos, as por outro, é como se a gente odiasse a nossa existência tendo uma péssima percepção sobre quem somos e mutilando nossa alma por meio desses atos repetitivos.
No meu caso, por exemplo, em vez de eu encarar de frente que não estou onde gostaria e buscar forças para sair do lugar, fico nessa fuga da realidade por meio de atividades que dão prazeres puramente momentâneos como se eu fosse merecedor de muita coisa além daquilo que já tenho. E na verdade não é! Sei que muitas pessoas são injustiçadas pela vida, mas no meu caso não. Estou exatamente onde eu mereço estar (talvez tenho até mais do que mereço) e vou continuar eternamente aqui se eu não me mover pra sair do lugar.
3- CORPO: Como disse acima, apesar de ter um corpo atlético, tenho uma péssima postura que acredito ser fruto da timidez, baixa autoestima, além do ato de M.
Isso porque ficar horas e horas na frente do PC curvado praticando PMO acabou condicionando meu corpo e se manter assim. Pra piorar, ao sair na rua geralmente com a energia baixa e tímido estou constantemente com os ombros caídos e pra frente. Durante essa jornada vou buscar meios para melhor isso.
4- ESPIRITUALIDADE: Por fim, outro ponto que sinto que não tenho dado atenção devida é pra minha relação com Deus (sou cristão). Quanto mais afundado estou nessa lama, em vez de me apegar com Ele, parece que sinto uma vergonha e tento me esconder (tolice, afinal, como esconder algo de um Ser onisciente?). Acho que se conseguisse apenas manter uma habitualidade de orar antes de dormir, já estava satisfeito... Vamos melhorar nesse ponto também!
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Pois bem, esse é o meu relato sobre o estado atual da minha vida.
Minha meta hoje é somente instalar os bloqueadores e programar o alarme para diariamente vir postar aqui. Vou tentar manter um bloco de anotações para os pensamentos que surgirem ao longo do dia e os compartilharei com vcs. Ao longo da minha jornada vou compartilhando também as minhas estratégias e a minha evolução.
Abraço a todos e até amanhã!
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- SoldadoP
- Mensagens : 497
Data de inscrição : 29/11/2018
Idade : 36
Re: Diário do TheDriver: - Disciplina é liberdade!
6/12/2022, 09:22
thedriver escreveu:Olá amigos,
Tenho 30 anos e sou viciado desde uns 11 anos. Então são quase 20 anos nessa porcaria de vício (Nunca tinha parado para fazer as contas. Nem acredito que perdi duas décadas da minha vida nessa imundice. PQP!)
Tudo começou com acesso a revistas na escola que eram compartilhadas pelos colegas. Posteriormente, tive acesso à filmes de bancas de revistas e piratas que também eram emprestados e compartilhados por colegas. Lá pelos meus 17 anos, quando tive acesso à internet à vontade em casa (antes era só em lan houses), tudo piorou. De lá pra cá mantenho PMO quase que diariamente. Em alguns dias, como hoje, M. várias vezes ao dia e nem é por vontade. É simplesmente tédio e escapismo.
Geralmente são dias como hoje, quando termino o dia esgotado de tanta PMO, me bate um arrependimento profundo e me encaro no espelho por alguns segundos e penso: - Meu Deus, o que estou fazendo da minha vida?
E foi dessa mesma forma que várias e várias vezes tentei parar, sem muito sucesso. A última vez que tentei foi mês passado. Estava indo até bem. Fiquei uns 40 dias sem. Mas aí minha namorada viajou e eu usei isso como desculpa para recair no vício. E parece que foi pior que antes. Hoje mesmo devo ter M umas 5 vezes. Já compartilhei com ela que estava tentando parar com esse vício (Não sei se ela tem a dimensão exata do problema, mas ela me apoia). No entanto, infelizmente até agora, não tive coragem de contar pra ela que recaí. Menti falando que apenas M. sem P., mas não é verdade; acabei vendo sim muita P. Acho que se eu tivesse apenas M. pra aliviar, não teria sido tão ruim, mas não foi o caso.
Das vezes que consegui mais tempo utilizei bloqueadores. Inclusive, acabei de instalar novamente.
OBS: Destaco que já fui diagnosticado com TDAH (comecei tratamento, mas parei. hj não faço nenhum) e acredito que isso piora as coisas, pois acabo tendo um hiperfoco para atividades de prazeres imediatos como jogos, internet, PMO, etc. Por outro lado, tenho uma dificuldade imensa realizar tarefas que, apesar de chatas, não deveriam ser tão difíceis de realizar como lavar a louça, dobrar a rouba, limpar a casa, etc. Mas também ressalto que, apesar de ser uma agravante, isso não é desculpa: eu escolhi me afundar nesse vício e agora eu escolho sair.
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Feitas essas considerações, passo agora a expor os pontos da minha vida que, direta ou indiretamente, tem relação com esse vício, fazendo algumas reflexões sobre eles. Algumas dessas reflexões vieram da minha última tentativa de parar (engraçado como a gente começa a refletir mais sobre a vida quando estamos em abstinência, né?):
1- CARREIRA: Estou quase completando 31 anos e estou longe do lugar em que eu queria estar, principalmente no que toca carreira profissional. Sempre sonhei com concurso público de alto nível, mas esse vício imundo associado a uma dificuldade em manter disciplina me puxam para direção contrária. Atualmente já sou servidor público, mas num cargo que odeio. Ganho um salário mediano para a cidade em que vivo o que me permite ter uma vida tranquila, mas sem muito luxo. Pode parecer que estou reclamando de barriga cheia, mas todos os dias vou trabalhar frustrado e em vez de eu utilizar isso pra sair de onde estou, utilizo PMO pra esquecer que não estou onde eu gostaria de estar. Então cada minuto e energia desperdiçado com PMO são recursos que me afastam do meu sonho.
Sobre esse ponto, tenho refletido como que, ultimamente, tenho me comportado como uma pessoa invejosa e isso tem me deixado muito mal. O fato de eu estar frustrado me faz as vezes olhar com cobiça para os meus amigos que estão profissionalmente melhor que eu e isso é horrível. Em vez de eu sentir alegria por eles e me espelhar para também chegar lá, acabo me afastando deles e caindo em vicios para evitar pensar na realidade.
2- RELACIONAMENTOS: Sinto que sempre fico objetificando os meus relacionamentos (em sentido amplo: amigos, namorada, família etc.), fazendo uma espécie de “contabilidade” sobre o que estou ganhando com aquilo. No fundo acho que é medo de ser feito de otário e de me sentir usado. Mas parando pra pensar agora, no fundo, me falta amor e me sobra egoísmo.
Aliás, somente há pouco tempo, depois de bastante tempo solteiro, consegui voltar a ter um relacionamento sério. Até então estava constantemente com o pensamento de que não tinha “lucro” algum e rechaçava qualquer ideia de namoro. Com isso, acabei magoando algumas mulheres pel caminho. Apesar de já ter me permitido dar um passo a frente e começar a namorar, ainda me pego constantemente analisando minha relação para ver até que ponto é lucrativa (muitas vezes essa análise é no sentido sexual. Péssima atitude, eu sei, mas reconhecer isso já é um passo pra mudança.)
Fazendo uma viagem no tempo para buscar a raíz desse problema, acho que por sempre ter sido muito tímido durante a escola e sofrido bullying de virgem, bv, cabaço, etc., por mais que na época não me parecesse nada demais, acho que acabou deixando marcas na minha mente que ainda crê (mesmo que inconscientemente) que eu preciso ser extremamente sexualizado, ter inúmeras parceiras e ter muitas relações s. pra ser feliz.
O pior é que essa necessidade de sexualização acontece somente na minha mente (com a PMO), pq na realidade, não tive tantas experiências reais assim, creio que principalmente por conta da timidez. Aliás, a maioria das experiências que tive, foi por iniciativa das mulheres (Acredito que o fato de ter sofrido o bullying mencionado me fez cuidar da minha aparência e, modéstia a parte, hj sou considerado um cara bonito e com um corpo legal. Não falo isso pra me autoafirmar e sim porque tem relação com a reflexão seguinte);
Refleti também que a M. tem relação direta com uma mistura de baixa autoestima com narcisismo, por mais contraditório que pareça. Vcs também sentem isso? Reparem bem o que significa esse ato. Estamos gastando a nossa existência para nos dar um prazer puramente sensorial como se estivéssemos gritando para nós mesmos como somos especiais e merecedores de prazer (talvez a gente até seja, mas não esse tipo de prazer momentâneo, fútil e supérfluo) e, de certa forma, acabamos meio que adorando o nosso próprio corpo. Mas escolhemos a pior maneira para fazer isso, por meio de um ato totalmente falso, fictício e não no agrega em nada. Por um lado, é algo meio narcisista, como se nós tivéssemos uma opinião muito elevado sobre o que somos e merecemos, as por outro, é como se a gente odiasse a nossa existência tendo uma péssima percepção sobre quem somos e mutilando nossa alma por meio desses atos repetitivos.
No meu caso, por exemplo, em vez de eu encarar de frente que não estou onde gostaria e buscar forças para sair do lugar, fico nessa fuga da realidade por meio de atividades que dão prazeres puramente momentâneos como se eu fosse merecedor de muita coisa além daquilo que já tenho. E na verdade não é! Sei que muitas pessoas são injustiçadas pela vida, mas no meu caso não. Estou exatamente onde eu mereço estar (talvez tenho até mais do que mereço) e vou continuar eternamente aqui se eu não me mover pra sair do lugar.
3- CORPO: Como disse acima, apesar de ter um corpo atlético, tenho uma péssima postura que acredito ser fruto da timidez, baixa autoestima, além do ato de M.
Isso porque ficar horas e horas na frente do PC curvado praticando PMO acabou condicionando meu corpo e se manter assim. Pra piorar, ao sair na rua geralmente com a energia baixa e tímido estou constantemente com os ombros caídos e pra frente. Durante essa jornada vou buscar meios para melhor isso.
4- ESPIRITUALIDADE: Por fim, outro ponto que sinto que não tenho dado atenção devida é pra minha relação com Deus (sou cristão). Quanto mais afundado estou nessa lama, em vez de me apegar com Ele, parece que sinto uma vergonha e tento me esconder (tolice, afinal, como esconder algo de um Ser onisciente?). Acho que se conseguisse apenas manter uma habitualidade de orar antes de dormir, já estava satisfeito... Vamos melhorar nesse ponto também!
___________________________________________
Pois bem, esse é o meu relato sobre o estado atual da minha vida.
Minha meta hoje é somente instalar os bloqueadores e programar o alarme para diariamente vir postar aqui. Vou tentar manter um bloco de anotações para os pensamentos que surgirem ao longo do dia e os compartilharei com vcs. Ao longo da minha jornada vou compartilhando também as minhas estratégias e a minha evolução.
Abraço a todos e até amanhã!
Torcendo por vc amigo.
Isso aí instala os bloqueadores, se conseguir mais de um no mesmo aparelho, uma dica que está dando certo para mim instalar um bloqueador que não permita desinstalar o bloqueador de P.
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