Diário do André Ribeiro

Seguindo as orientações do fórum, estou criando este diário. Já li o livro e vi os vídeos. Confesso que tentei, sozinho, fazer o Reboot, mas falhei todas as vezes. O máximo que consegui foi ficar cerca de 10 dias em recuperação.

Pretendo escrever todos os dias (até porque, este é um diário!! ), mesmo que seja uma frase pequena sobre como estou me sentindo. Vamos ver como me saio.

Um forte abraço a todos!

Seja bem-vindo, André!

Estamos junto nessa luta contra o vício e em busca de uma melhor sexualidade.

Conte-nos um pouco da sua história, se se sentir à vontade.

Força e um abraço!

Dando continuidade ao projeto, inicio o 2° dia. Por enquanto tudo bem, embora eu saiba que a ansiedade começa a crescer a partir do 4° ou 5° dia. Vamos ver o que acontece.

Obrigado Ulisses pelas palavras e vamos juntos até a meta.

Forte abraço.

Começando o 3° dia. Não sei o que houve com o contador que está marcando 1 dia e 13 horas. Eu devo ter configurado algo errado. Bom, vale o que está no relato.

Por enquanto tudo bem. Na verdade, sinto-me esperançoso, pois relatar a experiência neste site tem sido reconfortante. Das vezes que tentei sozinho, tinha um compromisso apenas comigo mesmo e, como já me frustrei e me decepcionei muito na minha vida, fracassar no reboot não seria nada demais.

Agora, compartilhando a experiência sinto-me apoiado (ainda que invisivelmente) pelas pessoas que leem este diário. Não sei o porquê, mas não gostaria de decepcionar quem eventualmente esteja acompanhando esta trajetória (se é que existe alguém).

Além disso, tenho utilizado uma estratégia diferente das vezes anteriores e parece que está dando certo. Mas isso conto no próximo post.

Forte abraço!

Começando o 4° dia, embora o contador diga o contrário.

Ainda me sinto bem, com a ansiedade controlada, embora ela esteja cada vez maior. Com base nas experiências anteriores, sei que, para mim, os piores dias são o 5°, o 10° e o 15°, lembrando que nunca passei dos 15 dias. Porém, conhecimento é poder e estou me preparando para não ter uma recaída amanhã.

Tenho feito duas coisas que anteriormente não fazia:

1°) Caminhar quase todos os dias. Estou fazendo acompanhamento psiquiátrico, tratando de uma depressão profunda combinada com uma crise de ansiedade, tendo em vista que perdi quase tudo na minha vida. Logicamente, não falei deste vício para o médico, pois desconfio que ele não entenderia, mas o tratamento que estamos fazendo já me ajuda bastante. A grande questão é que ele está me "obrigando" a caminhar pelo menos 30 min por dia. Ele diz que esse exercício ativa vários neuro-hormônios que substituem a medicação. Quando eu estiver fazendo isso por algum tempo, iremos suspender os remédios. Curiosamente, a caminhada (ou qualquer exercício AERÓBICO) produz os mesmos neuro-hormônios que a PMO, entre eles a dopamina e a endorfina, só que de forma mais duradoura (e mais saudável).

2°) Meditação. Outro mecanismo que me foi aconselhado pelo psiquiatra, pois também produz vários neuro-hormônios, principalmente a serotonina e a dopamina. Porém, a meditação não funciona sozinha, devendo vir acompanhada de atividade física aeróbica.

O importante é estarmos praticando esses dois exercícios pelo menos 15 dias antes de iniciar a abstinência de PMO, para que o nosso organismo já esteja acostumado com métodos alternativos de produção destes neuro-hormônios quando realizarmos o corte definitivo da pornografia. Assim, não sentiremos tanto os efeitos da abstinência e teremos uma alternativa saudável para produção destes neurotransmissores.

Por isso, acredito que desta vez conseguirei vencer os dias mais cruciais conforme acima mencionado.

Abraço

André,
Estou aqui acompanhando seu relato e torcendo por vc. Estamos na mesma luta.
Se quiser uma opinião: siga o que seu médico diz. Faça exercícios e procure alguma prática meditativa. Mal certamente não lhe fará. Tenho feito as duas coisas e tem me ajudado muito.
abs

Chegamos ao 5° dia. Os quatro anteriores até que foram tranquilos. Porém, com base em experiências passadas, este dia costuma ser bastante difícil.

Não sei se existe uma explicação fisiológica ou se é apenas uma neurose da minha cabeça, mas este é um dia que eu costumo fraquejar. Vou tentar bolar estratégias para ficar o tempo todo com a mente ocupada no dia de hoje.

Obrigado Joobit pelas palavras. Como disse algum filósofo: "Quem vai sozinho vai mais rápido, mas quem vai acompanhado vai mais longe".

Abraço

André Ribeiro escreveu: Como disse algum filósofo: "Quem vai sozinho vai mais rápido, mas quem vai acompanhado vai mais longe".

Abraço

Gostei da frase ! Isso aí, vamos juntos então.

A contagem dos dias é boa por vários motivos, entre eles essa coisa de saber exatamente onde recaímos. Mas a recaída não significa a perda de todo o trabalho, pois é certo que esse tempo sem PMO enfraqueceu as conexoes cerebrais.

abraço

Dando continuidade ao diário, sobrevivi ao 5° dia.

Não foi nada fácil, pois, assim como nas outras vezes, estive com um alto grau de ansiedade e só conseguia pensar em P. Confesso que cheguei a procurar e a acessar alguns sites P, mas consegui me controlar e sair sem MO.

Tudo bem que tive uma ajuda "divina" ontem, no final do dia, pois minha internet caiu e fiquei sem poder acessar!

Hoje é o sexto dia, sinto-me mais calmo e mais estabilizado. Porém, já começo a me preocupar com amanhã, sexta-feira à noite, um grande vilão a ser derrotado!

Pirata Feio: vamos juntos, então. Este fórum tem me ajudado muito, pois, como disse anteriormente, antes tinha um compromisso solitário comigo mesmo e não tinha mais problema em recair e me frustrar. Agora, compartilhando a trajetória, não quero decepcionar vocês que me acompanham.

Abraço.

Consegui superar o sétimo dia e estou iniciando o oitavo.

Começo a me sentir mais disposto e animado para realizar as tarefas do dia-a-dia. Além disso a P não está mais exercendo tanto fascínio sobre mim. Acho que são as conexões mentais se desfazendo pouco a pouco.

No campo profissional, começaram a aparecer mais atividades para eu realizar. Acho que tive uma mudança na minha apresentação, no meu entusiasmo e na minha auto-confiança que fez com que as pessoas fechassem mais negócios comigo.

Enfim, por enquanto tudo bem e melhorando a cada dia. Fico imaginando o que poderá acontecer comigo quando eu chegar no 90° dia.

Abraço

Ontem passei pelo 9° dia e estou começando o 10°.

Gradualmente sinto as conexões se enfraquecerem. Já consigo enfrentar certas situações que, antes, me levariam com certeza à PMO, como ficar sozinho, por exemplo.

Após muito tempo, consegui ir à igreja, pois sentia muita vergonha de ir sendo viciado. Ontem não senti nem vergonha e nem culpa, muito pelo contrário, estava muito feliz e orgulhoso de mim mesmo. É uma sensação que quero conservar sempre, pois é muito boa e não me sentia assim há muitos anos.

Instalei um contador de 30 dias. Estava ficando angustiado de ver o de 90 subindo devagarinho. Quero ver se o de 30 sobe mais rápido e me estimula mais.

Abs

Muito bom meu velho,

Também instalei um contador de 30 pra motivar !

E é muito interessante a nossa atitude perante as outras pessoas, sem o PMO tu foi tranquilo pra igreja, nos sentimos iguais a todos. E isso é ótimo para a largar nosso vício.

abraço

Já estou quase superando o 11° dia.

Confesso que deixei o fórum um pouco de lado e não tenho participado como gostaria, mas é impressionante a quantidade de coisas que eu negligenciei por quase 10 anos de vício e que agora começo a perceber.

A vontade que tenho é de correr atrás do prejuízo, pois percebo ter tempo e forças para tal. Isso porque só estou há 10 dias no Reboot.

Não vou dizer que está sendo fácil, porque, na verdade, está bastante difícil. Mas, para minha surpresa, tenho entrado em sites de P e não estou tendo a mesma euforia que tinha antes, muito pelo contrário. Sinto até um certo distanciamento daquelas cenas, que já vejo como um número teatral muito forçado, só para prender a mente daqueles que são mais fracos (assim como eu).

Compreendendo o que acontece no nosso cérebro, estou desenvolvendo uma certa indiferença à P, tanto que, das vezes que entrei, consegui sair tranquilamente sem MO. Olhei e não tive vontade de fazer nada. Me senti um leão andando no meio de uma plantação de acelga, olhando tudo e não comendo nada.

Por outro lado, tenho tido boas relações sexuais reais e sinto que só estou conseguindo me excitar diante do contato corporal com a minha parceira. Estou gradativamente substituindo o voyeurismo por contato sexual real. Isso é ótimo.

Abs.

Superei o décimo segundo e estou começando o décimo terceiro.

Por enquanto tudo bem. Até tenho tido vontade de ver P (e às vezes até acesso uns sites), mas não fico com vontade de M. Como já disse, tenho achado a P uma situação muito forçada. Percebo que é a atuação de duas pessoas (muitas vezes ruins), pois ninguém, de verdade, faz sexo como nos filmes. Acho que é o meu senso crítico já sobressaindo sobre o meu instinto.

Enfim, continuando na batalha.

Abs.

Como eu faço pra ficar essa barra de contagem dos dias que estou no Reboot - já estou 1 semana.

André, creio que se vc acessa P, mesmo de leve, dever recomeçar o processo de reboot. Não se engane cara... Não seja condescendente com vc mesmo, porque assim vc não vai atingir o que quer. Ou quer mesmo?

O processo de reboot é muito claro. Leia tudo de novo se preciso for.

É preciso fazer minguar, no cérebro, as conexões com a P e se abrir para novas conexões de prazer na vida - sexo real é uma dessas novas conexões, apenas uma.

abs

Olá Joobit

Agradeço a mensagem. Está aí uma grande questão: preciso resetar o processo porque acessei P, mesmo sem M e O?

Um detalhe que talvez eu tenha deixado de mencionar é que, ao acessar, percebi que a P não está mais exercendo nenhum fascínio sobre mim. Não tenho mais D.E. e venho tendo ótimas relações sexuais com minha esposa. Atualmente, a única coisa que me excita de verdade é o contato físico com ela e não mais a P. Também não olho mais mulheres na rua ou fico imaginando coisas com amigas ou estranhas.

Enfim, mesmo estando há pouco tempo no Reboot, já velho colhendo coisas ótimas.

Já li o livro várias vezes (umas 4x) e assisti os vídeos do Dr. Gary Wilson. Aquele do TEDx eu assistia todos os dias no início do Reboot. O que eu pude perceber é que o Reboot é um processo sugerido e baseado em uma média da população, mas que pode variar de pessoa para pessoa a depender dos tipos de conexão cerebral, o tempo de vício e idade de início do vício. Lembro dele dizer, inclusive, que pessoas mais novas precisam de mais tempo do que pessoas mais idosas, etc.

Além disso, tenho dúvidas se é necessário abrir mão da exposição à pornografia para sempre. Não disse consumo de P, mas exposição. Se for assim, nunca mais podemos assistir novela ou série da globo que sempre coloca um softcore. Isso sem falar em certos filmes de romance ou até peças teatrais.

Na terapia cognitivo comportamental, uma das etapas é exatamente enfrentar aquele objeto que nos assombra e aprender a não se dominar mais por ele. Será que não precisamos desenvolver esse tipo de controle? Poder acessar P, mas compreender que se trata de uma cena de teatro, e, por isso, não ficarmos excitados ou dominados, com vontade insaciável de MO?

Enfim, fica a questão
Abs

André,

Vc pode estar certo. Cada um é cada um. Como vimos no vídeo, a questão da idade importa sim, assim como o tempo e à exposição ao vício e as outras conexões ligadas ao prazer e à obtenção de dopamina. E se vc está casado, e suas conexões com sua mulher são fortes, tanto melhor. Há aí uma via que, se reforçada, fará sua vida melhor.

Mas pode ser também que sua indiferença à P seja momentânea e pode estar ligada a algum mecanismo relacionado à flatline. Nas primeiras semanas eu não tinha tesão por nada. Nem se tivesse visto P eu acho que teria tido tesão. Tomara que, no seu caso, não seja isso. Só o tempo dirá. Eu não ficaria testando e não arriscaria, ao menos nos 90 dias a que se propõe o reboot.  

Tenho estado longe da P e da M. Vontade de P não tenho tido, de M sim. Tenho conseguido contornar. Mas nesta semana vi uma cena mais erótica (nada explícito) num filme na TV paga, fiquei muito excitado e, em seguida, fiquei com vontade de ver de novo e de novo a cena. Deu vontade de ver P também. Foi algo momentâneo e não muito forte, mas rolou.

Talvez a questão seja a nossa necessidade de acessar P. Por que precisamos dessa necessidade de acessar? Por que não podemos nos ver sem essa necessidade? Por que precisamos seguir atrelados a essa identidade que acessa pornografia?

É claro, sempre veremos softporn na TV e etc. Mas nesses casos nós não procuramos deliberadamente o acesso. Eles fatalmente ocorrerão. E teremos de lidar com isso. A questão não está aí. A questão é quando procuramos por esse acesso (daí a diferença) e, como consequência, não conseguimos sair disso - o que configura o vício.  Será que poderíamos isolar a consequência indesejada do acesso? Não sei... Talvez não. Talvez sim.

Te passo um link para um texto que li e que me foi fundamental para chegar aqui nesse fórum e começar o processo de reboot. http://www.papodehomem.com.br/os-efeitos-do-excesso-de-pornografia/

Há no texto uma comparação da pornografia com o junk food. Acho muito interessante. Se optamos por não comer comida porcarienta, se isso não é para nós uma opção, por que a pornografia continuaria a ser uma opção?? Por que não poderia simplesmente deixar de ser um opção para sempre?

abs

Olá Joobit

Obrigado pelo artigo. Parece muito interessante. Ainda não pude lê-lo, mas reservei um momento para fazê-lo.

Sobre o fato de você ter visto uma cena erótica, não acho que deva resetar o Reboot. Até porque vc disse que não se masturbou. Caso tivesse feito isso, aí sim, deveria resetar. Na verdade, o que diferencia um viciado de uma pessoa "normal" é exatamente este controle que o "normal" possui quando exposto à P, mas que o viciado não tem.

Apenas para ilustrar, antigamente passava na TV, no domingo na hora do almoço, uma certa prova. Eu via essa prova e não conseguia me controlar. Tinha que apelar para a M. Meu irmão mais velho, pelo contrário, olhava, achava legal, até ficava excitado, mas não recorria à M. Quando a prova acabava, ele retomava seus afazeres de maneira tranquila. Eu ainda ficava pensando na prova por boa parte do domingo.

Hoje entendo que estava me viciando enquanto meu irmão lidava com a cena de forma segura e tranquila, mesmo ela tendo apelo erótico.

O Reboot é bom para afastarmos o nosso cerebro do vício, mas, posteriormente, precisamos encarar o fato que de estaremos, em vários momentos da nossa vida, expostos ao erotismo e à sensualidade. Aí eu pergunto: estaremos preparados para isso? Qual será o nosso comportamento diante da exposição?

Como você viu aquela cena, ficou excitado, mas não se masturbou, acho que vc está no caminho certo de encontrar o autocontrole. Que é exatamente o que falta nos viciados. Parabéns!

Logicamente, também penso em abandonar a P, mas espero que você entenda que o fato de eu entrar em um site porno mas conseguir ficar sem MO, já é uma conquista enorme, diante da situação em que eu estava anteriormente, onde fazia M várias vezes ao dia, me consumindo muitas horas.

Abs