A ilusão PMO

Renascente escreveu:

Tiago M escreveu:Olá.

Alguns apontamentos nesses 22 dias.

- O afastamento das redes sociais trouxe alguns benefícios. Destaco o que considero o mais relevante que foi o aumento da sensibilidade peniana, junto com uma maior energia. Acredito que isso se deve ao fato de que Facebook, Instagram e afins vão liberando pequenas doses de dopamina que, por ter como fonte o mesmo estímulo pornográfico, acaba alimentando este caminho neural, ainda que seja um conteúdo mais “soft”. Assim sendo, a recuperação não ocorre de forma plena.

- Afastar-se das redes sociais funciona como qualquer vício, ou seja, você vai sentir falta. É capaz se sentir até mesmo alguns sintomas típicos, como aquela leve dor de cabeça. Então, nem tudo são flores. É difícil!

- Apesar das dificuldades, e a partir delas, vale notar que uma nova consciência vai surgindo. Infelizmente nosso cérebro gosta de ser iludido, e quando se confronta com a realidade do que é de fato o sexo, ele esperneia porque quer continuar com a ilusão de que tudo é prazer e esquecer das consequências, que conscientemente sabemos não serem as melhores. É um caminho largo que começa cheio de facilidades e recompensas, mas que aos poucos vai se estreitando e termina em um beco sem saída.

- Passei e ainda passo por algumas dificuldades de adaptação no trabalho. Não sei até que ponto os sintomas de abstinência influenciaram nisso e espero que essa situação não me faça recair. Trabalho nunca é algo fácil, o próprio nome já diz. Então não dá para esperar que não existam dificuldades. Elas sempre vão estar lá. O que me ajudou a compreender e lidar melhor com isso foram algumas meditações do início desta quaresma. Cruzes sempre vão existir, podemos abraçá-las ou rejeitá-las, mas nunca evitá-las. E a rejeição da cruz sempre leva ao problema de ser um eterno fugitivo, que nunca amadurece e assim nunca aprende a transformar as próprias dores em frutos que sejam bons.

- A tendência de se isolar, de achar que está sozinho também se fez presente. Não sei de onde isso surge, se do próprio cérebro fraquejando a retornar para o vício, ou se de algo superior que como um predador primeiro isola a presa para então conseguir derrubá-la. Fato é que não estamos sozinhos. E até mesmo os sofrimentos que passamos são partilhados por outras pessoas.

Por enquanto é isso.

Até logo!

"... Assim como todos que passam por tempos como estes e não cabe a eles decidir. O que nos cabe é decidir o que fazer com o tempo que nos é dado. Existem outras forças atuando neste mundo além do mal." (Gandalf em: O Senhor dos anéis - a sociedade do anel)

"- O afastamento das redes sociais trouxe alguns benefícios. Destaco o que considero o mais relevante que foi o aumento da sensibilidade peniana, junto com uma maior energia. Acredito que isso se deve ao fato de que Facebook, Instagram e afins vão liberando pequenas doses de dopamina que, por ter como fonte o mesmo estímulo pornográfico, acaba alimentando este caminho neural, ainda que seja um conteúdo mais “soft”. Assim sendo, a recuperação não ocorre de forma plena."

Cara, sempre tive essa ideia, e comprovei empiricamente que é isso mesmo. Tenho DE severa, consegui me curar uma vez em 2020 ficando num hard total, até sem redes sociais. Recaí na pandemia, desde então vinha tentando um reboot meia boca, olhando fotos e videos rapidos no insta mas sem P pesada, e o efeito sobre mim é o mesmo da P mais extrema que possa existir: A DE permanece firme e forte. Cortei até as redes sociais há mais ou menos 1 mes e só depois disso estou experimentando uma melhora na DE. Ou seja, em anos sem PMO mas vendo redes sociais, meu prejuízo se manteve, e em 1 mes sem nada, já vislumbro melhora. Faz todo sentido isso, principalmente para quem tem DE. se ficar vendo foto, figurinha, gif ou vídeo, o efeito acaba sendo o mesmo no final. BROXA.

Tiago M escreveu:Acho que não estou enxergando as coisas com muita clareza. Por um lado não quero voltar aos comportamentos de antes, por outro a vontade de buscar fuga no prazer é uma tentação constante.

Está faltando aquela consciência que o fundo do poço dá: não vale a pena, tenho que sair disso. Porém, o momento é de uma certa falta de noção do quão importante é estar longe do vício, de valorizar os dias já vencidos.

Parece haver uma nuvem me impedindo de ver o lado bom das coisas. E uma voz a me dizer que é só voltar ao vício que tudo se tornará colorido novamente.

Embora eu saiba que isso é apenas uma ilusão, parece que saber disso me entristece, e eu preferiria estar na ignorância para não ter que lidar com a responsabilidade de fazer o que é correto.

Sinceramente isto está me cansando muito.

Espero encontrar uma nova perspectiva.