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Casado_naluta
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Data de inscrição : 23/02/2023

Diário do casado na luta Empty Diário do casado na luta

23/2/2023, 08:29
Olá, pessoal!
Escrevo aqui para tentar não me angustiar e deixar os meus pensamentos me dominarem. Está um pouco difícil agora.

Sou casado há três anos e namorei minha esposa durante quatro anos. Comecei a namorar ela quando tinha 28 anos. Ela foi a primeira mulher que fiz sexo. Devido à uma ansiedade extrema, medo, baixa autoestima, nunca havia tentado antes. Preciso, nesse momento, falar um pouco da minha história. Desculpe se ficar um pouco longo o texto.

Sempre fui um garoto tímido e desde criança me chamavam de "veadinho". O porque, nunca soube. Nunca fui de jogar bola. Não tenho trejeitos também... A razão é que, desde pequeno, isso me acompanha, esse bullying que sofri na escola. Dói falar disso, olhar o passado e ver que isso ainda machuca. Pois bem, isso foi criando em mim entraves de dificuldade em relação ao sexo oposto - afinal, eu não era o que os outros falavam de mim?

Chegando à adolescência, tive meus poucos beijos com garotas (bem poucos mesmo). Mas eu era o mais inteligente da classe. Porém, o que eu queria mesmo, era ser como os outros meninos, fortes, que "pegavam" todas as meninas. Não queria ser eu, alto, magro e tímido.

Isso permaneceu quando entrei na faculdade. Se, para alguns a faculdade é o período de muita pegação, sexo, para mim foi de muito estudo e trabalho. Eu trabalhava meio período e no outro estudava bastante. Tive minhas paixões em relação às outras meninas, mas tinha medo. Tinha medo da rejeição, do não, da humilhação que já tinha vivido enquanto criança. Novamente, queria ser como os outros: fortes e pegadores. Porém, aprendi a ser uma pessoa sociável e todos da sala gostavam de mim. Fui querido por todos da turma. Já não era mais aquele menino tão retraído.

Fui crescendo... Uma vez chamei uma garota para sair (aqui tinha por volta dos meus 24) e a ansiedade foi tanta na hora de encontrar que quase passei mal. Ficamos algumas vezes. Depois, teve mais duas garotas, mas tudo rápido e uma ansiedade gigante que gritava.

Nesse meio tempo, já estava na pornografia. Assistia pornografia hétero, trans e homo - afinal, será que os outros tinham razão? Ficava assistindo entre elas, alternando.

Quando conheci minha esposa, aos 28, tinha muito receio da relação sexual, embora muita vontade. Em nossa primeira vez, depois de três meses só na pegação, acabamos tendo ela. Tive dificuldade em colocar a camisinha, mas depois rolou bem. Mas ainda tinha MUITA ansiedade ao fazer sexo. Será que estou fazendo bem? Será que ela está gostando? Será que vai subir? Era um monte de será, será, será, será, será...

Antes que perguntem, eu tenho diagnóstico de TOC, de psiquiatra e psicólogo. Já tive esse será com a porta de casa, se esqueci a carteira em algum lugar, entre outros. Faz uns três anos que não frequento os dois e também não tomo mais remédio (tomava revoc). Essas questões, sobre ficar nessa angústia sexual (será que sou gay?) também já falei para a psicóloga. Ela disse: da mesma forma que você quer "testar" se a porta está aberta, você quer "testar" na vida real, o que não vai te ajudar, vai trazer apenas mais angústia.

Não posso mentir que voltei à pornografia - tanto hetero, quanto trans e homo. Também fiz sexo virtual ("camera") com outros homens - e, no momento, pensava: POQUE ESTOU FAZENDO ISSO? E desligava o computador. E isso me batia uma angústia gigantesca: se estou fazendo isso virtual, quero fazer real? Sou gay? Mas eu quero fazer real MESMO?

O que eu sinto da minha autoestima é que ela ainda é baixa, algo que não consegui trabalhar na terapia (estava ficando caro). Ainda tenho em mim aquele menino que quer ser outros - aquele outro forte, "másculo" que não tem dúvidas, que nunca falhou no sexo. É claro que não sou mais aquele menino - não sou tão tímido mais, frequento a academia, as pessoas gostam de mim. Mas não sabem o quanto, às vezes, queria ser outros. Minha psicóloga dizia: veja quantas coisas você construiu, a pessoa que você é... mas, meus amigos, é difícil.

No fundo, eu sei que não quero nada disso na realidade - "experimentar" com outro homem. Nessas duas semanas já li um monte de texto falando de casado que descobriram que são gays - eu chorava com cada um. Não quero acabar com meu casamento, quero continuar com a mulher que amo. Eu sei que é meu pensamento que me faz torturar e é horrível ser escravo do pensamento, do imaginário. Até, em pensamento, pensei em contar tudo isso à minha esposa e caso ela se separasse de mim, agora livro, iria procurar outros homens? Não... talvez iria viver tudo aquilo que não vivi na minha adolescência.

Antes também que falem, não sou homofóbico. Trabalho em escola e luto à favor pelo respeito às diversidades - seja qual for - pois não quero que ninguém sofra o que eu sofri na escola.

Me deu "pane" três semanas passada que simplesmente "falhei" com minha esposa - simplesmente não subiu. Nesses quase sete anos, foram três vezes que aconteceu. Eu sempre fico mal com isso. Minha mente diz: falho, ah, é porque você é gay. Aí eu entro num ciclo de compulsão de pesquisa na internet - minha psicóloga já tinha dito isso - para acalmar a ansiedade. Acredito SIM que eu seja viciado em pornografia, com certeza. Parei de acessar pornografia e camera durante quinze dias. A última vez que fui ter relação com a minha esposa, não tive problema e estava duro como pedra. Percebo como faz mal esse negócio.

Mas quero lutar contra esse vício. É difícil. É torturante, angustiante. Ficar com essas dúvidas mentais. O pior é essa autoestima baixa também... Quis compartilhar minha história aqui, para ver se tem outros companheiros que atravessam essa dificuldade.

luta diária, Racs e Rottweiler gostam desta mensagem

Rottweiler
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Diário do casado na luta Empty Re: Diário do casado na luta

23/2/2023, 12:02
Parabéns Casado_naluta por ter coragem de relatar seus problemas aqui. Em breve algum moderador vai passar deixando algumas instruções. Sobre a sua situação, eu não tenho lugar de fala para te orientar especificamente. É meu histórico com reboot ainda está no campo da teoria devido o meu contador. Mas você tem essas orientações psicológicas já é um bom começo. Tenho uma pergunta: qual era sua frequência de sessões de pmo, antes e depois de casado? Já começou a se abster da P e M?

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