Diário - Vierkenes

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Diário - Vierkenes - Página 25 Empty Re: Diário - Vierkenes

2/12/2019, 18:54
vierkenes escreveu:Obrigado pela mensagem, meu caro vitrola! Muito me ajudou, e fico feliz com o fato de que posso contar com o apoio de vocês.

Venho aqui em pleno dia 50 pra tornar as coisas ainda mais claras, pra quem ainda tem alguma dúvida. Estou em um ponto de transição, muito angustiado, e postar aqui vai me ajudar.

Estou com 30 anos, e eis como foi minha vida aqui - a pornografia provavelmente foi o pilar desse estilo de vida. Se eu não fosse viciado em pornografia, talvez tivesse superado todas essas coisas mais cedo.

1 - Não dancei, quando deveria ter dançado.
2 - Fiquei calado, quando deveria ter dito tudo.
3- Só disse não, quando deveria ter dito mil vezes sim.
4 - Não me expressei, quando deveria ter dito, cantado, pulado e deixado tudo muito claro, com todos os pingos nos is
5 - Não me aproximei de meninas, quando deveria ter me aproximado, beijado, e vivido grandes paixões
6 - Não olhei pra frente, e consequentemente, não vi o que estava acontecendo ao redor, porque estava sempre olhando pra baixo
7 - Andei o tempo todo curvado, quando deveria estar com a coluna reta
8 - Fiquei em casa me masturbando, quando deveria estar vivendo a vida.
9 - Fiquei no bar bebendo sozinho e calado, quando deveria estar VIVENDO, ainda que bêbado.
10 - Perdi mil oportunidades de crescimento, socialização, trabalho, vivências e aprendizado, porque estava totalmente preso e fixo no NÃO, quando deveria ter topado QUALQUER COISA e dito SIM.
11 - Me recusei a continuar nos esportes, porque me achava incapaz e desistia rapidamente, quando deveria ter persistido e ouvido amigos e companheiros, que sempre me incentivaram a continuar.
12 - Deveria ter ido correr, ao invés de ficar em casa o dia todo, me masturbando

Bom, eu poderia continuar ao infinito. A sensação, meus amigos, é de que a vida literalmente, passou pela ponta do meu nariz, e eu fiquei parado. Foi exatamente isso que aconteceu. Não tem como calcular as oportunidades perdidas. Poderia ter tido umas 4 namoradas, vivido grandes amores, tido experiências profissionais, explorado todo meu potencial. Poderia ter me divertido ao extremo, ter conhecido mil pessoas, ter feito grandes amigos, que estariam comigo até hoje. Poderia até ser conhecido na minha área. Enfim, o estrago foi grande.

Não estou, contudo, me lamentando pelo passado. Eu já passei dessa fase do reboot, em que apenas ficamos pensando no que poderia ter sido. O que interessa é o AGORA. O que vem PELA FRENTE. Não interessa o passado. Qualquer um que esteja interessado em uma cura verdadeira deve parar imediatamente de pensar no que foi perdido,  e pensar exclusivamente no que vem pela frente. Sou jovem, ainda tenho saúde, ainda tenho um corpo, uma voz, uma expressão, um pênis, tudo isso pra usar da forma devida.

Todas essas coisas que eu falei vão muito além do vício. Mas como aqui é um fórum pra ajudar a combater o vício, vou logo dizendo que dos meus 12 ou 13 até os 28 ou 29 - ou seja, 14 anos de vício - eu me masturbava praticamente TODOS OS DIAS. Minha energia foi DRENADA com essa bosta. Quem é viciado nisso se torna um INÚTIL DE MERDA, um INCAPAZ. É notório. Todo mundo aqui sabe disso. Posso dizer com segurança que foi apenas devido ao vício em pornografia que eu consegui viver dessa forma até aqui. Estou em um ponto de mudança apenas porque estou com 50 dias de reboot. Se não tivesse passado do dia 5, eu JAMAIS TERIA ESSE MOMENTO.

Portanto, se liguem, especialmente os novos no fórum: ESSA PORRA DE PORNOGRAFIA VAI DEIXAR VOCÊ TOTALMENTE INÚTIL, ENQUANTO CONTINUAR NESSA. SÓ NO REBOOT VOCÊ VAI CONSEGUIR CRESCER, EVOLUIR E FAZER AS COISAS. Com porn: NADA. Sem porn: TUDO.

O fato é que hoje tive meu momento de crise e cheguei a conclusão definitiva de que não me é mais possível viver dessa forma. Acabou essa vida pra mim. Não posso, por nada nesse mundo, continuar a ver a vida passando pelo meu nariz sem fazer nada. Estou com 30 anos, não dei ao mundo todo meu potencial. Eu sou um cara com um potencial incrível, tenho muito a contribuir com todos ao meu redor, pros outros. É minha missão nessa vida. Se eu morresse assim, acho que teria que encarnar de novo e viver a mesma coisa, tudo de novo. Esse é meu desafio maior. É por isso que estou vivo. Não tem sentido em continuar vivo, se for pra continuar a viver da forma que vivi até aqui.

Acho que já falei o suficiente, vou dar um tempo nas postagens, talvez retorne depois do dia 60.

Ah, e foda-se essa porra de GP. Nada contra quem gosta, mas definitivamente, eu mereço muito mais do que uma gozada numa boceta rodada e fria, e ainda pagar por isso. Eu sou um cara incrível, e tenho plena e total capacidade de arranjar uma mulher que goste de mim do jeito que eu sou, que me ame e me acolha, que faça um sexo gostoso comigo, um sexo amoroso e terno, e de graça. Por gosto e por prazer. Por carinho. Porque é bom e faz bem. Eu posso dar muito carinho e prazer também, sem cobrar nada por isso. E com muito respeito e empatia, sem a mentalidade escrota de um viciado em pornografia.

Vida nova para todos.

Contem comigo sempre. Todas as vezes que puder trazer uma boa palavra pra algum de vocês, eu estarei aqui. Se não estou fazendo isso, é porque estou quase sem acesso a internet.

Continuem firmes no reboot, pois SÓ O REBOOT SALVA!

Bom trabalho pra todos!

Sábias palavras, Vierkenes. O presente depoimento é um emblema de quem está disposto a qualquer coisa para mudar. Que nossos jovens de fato tenham acesso a este texto.

Ou essa atual geração se livra da pornografia ou as consequências dessa desgraça serão as piores possíveis para milhões de seres humanos ao redor do mundo. Ou olhamos para frente ou nada dará certo em nossas vidas, afinal de contas ruminar o passado só nos faz estagnar no tempo, falo por experiência própria.

Também seria capaz de elaborar uma lista semelhante à sua em relação àquilo que o vício me tirou. Já tinha fama de omisso na família, deixei desperdiçar chances absurdas por causa da pornografia. De andar curvado e não impor respeito a agir como um moleque e mandar para o crematório a confiança da família. De "dar foras sem querer" em garotas incríveis, por não saber me comportar em meio à situação, a perder chances evidentes de crescimento profissional. Que outros homens (e mulheres) não façam a vida escapar entre suas mãos e seus dedos, trocadilhos à parte.

E GPs não valem mesmo a pena. Um só parágrafo basta.

Meu abraço.

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Diário - Vierkenes - Página 25 Empty Re: Diário - Vierkenes

2/12/2019, 20:21
Parabéns vierkenes pelos 50 dias alcançados! Belo texto, tem muito em comum com a minha situação e de vários aqui.


Vlw,
Força.

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6/12/2019, 02:29
Oi vierkenes.
Seu texto me fez refletir e me inspirar, tenho muitos pontos em comum em relação a essas perdas que temos mas que estão no passado. Eu pelo menos as vezes penso nelas e fico abatido e lamentando mesmo sabendo que nada do que fiz vai mudar, mas as ações tomadas no presente, essas sim farão a diferença. Me senti inspirado num momento que a tristeza estava em mim, agradeço imensamente por ter lido suas palavras.
Parabéns pelo empenho, pelos 50 dias e por ter conseguido tanta sabedoria. Abraços.

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6/12/2019, 15:23
É realmente irônico eu postar um texto desses, ler os comentários dos companheiros, ver que dei força a outros, e vir aqui que cai no dia 53.

É isso, amigos. Caí no dia 53.

Sabem, eu estou perdendo as esperanças em relação aos meus conflitos psicológicos. Considero-os extremamente graves, e não sei o que fazer ao certo. Eu preciso me curar dessas coisas, ou isso vai travar minha vida por inteiro, pra sempre.

Não sei o que fazer. Eu já faço terapia a uns 3 anos, e embora tenha ajudado de alguma forma, por outro lado não me parece ter mudado o essencial de meu comportamento. Estou desesperado. Eu não sei o que diabos aconteceu comigo. Acho que minhas relações familiares me deixaram de tal modo que fiquei um morto vivo. Eu sou que nem uma pedra, totalmente inerte e parado. Eu tenho um potencial incrível, mas tudo isso está sendo desperdiçado por inércia e imobilidades patológicas, fruto de algum trauma muito bizarro que deve ter acontecido comigo. Eu tenho certeza de que alguma coisa de muito errado aconteceu comigo, e eu não lembro o que é. Não é possível uma coisa dessas. Não sei ao que apelar. Vou pesquisar sobre outras linhas de terapia, hipnose, o diabo, eu preciso me curar dessa porra!

Eu nem sei se vale a pena eu falar dessas coisas. Vou falar da paranoia que diz respeito ao toque, e que pra mim é um dos meus piores problemas (eu tenho vários outros!!). Eu, honestamente, não vejo nenhuma perspectiva de eliminar a pornografia de minha vida enquanto não resolver esse problema. Se trata do seguinte:

Desde de muito pequeno - por volta de 8 ou 9 anos de idade - eu sempre rejeitei violentamente o toque de meus pais ou de outras pessoas. De minha mãe, de forma mais específica, mas dos outros também. Minha mãe vinha me abraçar, me beijar, ou me tocar, normalmente, com afeto, carinho, etc, e eu era muito agressivo com ela, a repelia violentamente. O tempo passou, e eu agia assim com todos, inclusive com amigos. Odiava abraços, mesmo dos mais próximos. Ficava com ódio quando alguém simplesmente encostava a mão em mim. Em relação ao sexo feminino, tem um detalhe que chama a atenção. De algum modo, em minha mente - ou ego, ou consciência, chamem como quiserem - se construiu a ideia de que me era proibido tocar o corpo de uma mulher. Especialmente se tinha desejo envolvido. Proibido. Não pode. Não. Não. E mais não. Somente NÃO, e nunca SIM. Como todo adolescente de 13 ou 14 anos, eu sentia desejo pelas meninas. Mas era absolutamente inconcebível, impossível e inimaginável que eu tocasse minimamente em algumas dessas meninas. Mesmo com todo o consentimento e desejo do mundo. Elas as vezes se aproximavam de mim, certamente com algum desejo, as vezes chegavam a me tocar de alguma forma, e eu ou as repelia, as vezes de forma grosseira, ou eu simplesmente fugia.

Dá pra imaginar o conflito que isso causou em mim? Porque desejo e vontade de tocar uma mulher eu sempre tive. Mas conseguir de fato, isso me era impossível. Alguma coisa muito bizarra que se construiu e se firmou na minha mente, e que não consigo desconstruir.

De modo que esse comportamento prosseguiu por toda a minha vida. Especialmente em relação as mulheres. Hoje em dia consigo dar abraços em pessoas próximas, mas tocar mulheres por quem eu sinto desejo, me é impossível. É incrível o poder da mente. Eu não sei de onde surgiu essa loucura. Acho que isso é muito grave. Isso me faz sofrer demais.

Eis porque eu falo que eu vivo em isolamento e sem toque nem contato com ninguém. Espero que agora fique claro. Eu já tive que matar grandes paixões por causa disso. Eu nunca tive problemas de auto estima em relação as mulheres (nunca tive pensamentos do tipo: "eu sou um merda perto daquele mulherão"). E também, sempre teve muitas mulheres que se interessavam por mim. Já cheguei a ser incrivelmente grosseiro e estúpido, com mulheres muito legais e bacanas, muito atraentes, que se interessavam por mim a tal ponto que chegavam a me tocar. E aí eu explodia e dizia alguma barbaridade. Elas, obviamente, iam embora, achando que eu sou algum tipo de louco. E eu sou mesmo, porque esse comportamento não é nem um pouco normal. Pra mim é uma doença gravíssima.

De modo que só beijei uma menina aos 15 anos, uma única vez. E perdi a virgindade aos 27, com a já relatada história da ex namorada. Esses foram os únicos contatos íntimos que tive. E muitas, mas muitas meninas, algumas realmente interessantíssimas, e muito, mas muito atraentes, que eu "dispensei", digamos assim, por causa do meu problema. Lembro que uma vez uma mulher muito gata e muito legal, que era da minha turma na faculdade, tava bêbada, e ela me intimou mesmo, dizendo que tinha tempo que ela tava de olho em mim. Uma pessoa normal e saudável teria ali uma noite de sexo. Mas eu, que tenho gravíssimos problemas psicológicos, falei alguma coisa muito estúpida, assim que ela me tocou. Acho que devo ter ficado com raiva do desejo dela por mim, ou com a ideia de tocar ela. Depois disso, ela parou de falar comigo. Um tempinho depois, eu parei pra pensar no que tinha feito. Pensei: "que porra de problema é esse que eu tenho, caralho? Porra, ela é muiiiito linda, olha só que peitos perfeitos! E ela é super legal, ela sempre me tratou muito bem! Ela é muito gostosa! Que porra de problema eu tenho?". E eu fui tentar falar com ela. Mas depois do ocorrido, ela não me deu bola. Perfeitamente compreensível. É isso que dar sentir desejo por um cara totalmente pirado, que tem um problema desses. Quantas vezes vocês acham que isso aconteceu comigo? Posso dizer que incontáveis. Se eu não tivesse esse problema, teria perdido a virgindade com 17, e transado com mais ou menos umas 12 mulheres. Sem prostitutas. Tudo numa boa. Eu poderia até continuar a ser viciado em pornografia, mas  certamente largaria com muito mais facilidade. A uma altura dessas, já teria completado 90 dias faz tempo.

E assim vou seguindo, no 0 contato físico. E todo o resto que relatei acima. Isso é doença grave. Não foi a pornografia que me deixou assim. Isso não tem nada a ver com pornografia. Isso deve ser algum trauma fodido da minha infância. Talvez eu tenha sido estuprado e não saiba. Quem sabe? Sei que sempre me sinto invadido quando sou tocado por uma mulher. E quando tenho vontade tocar, sinto como se eu estivesse invadindo ou violentando ela. Eu nem sei como consegui namorar e fazer sexo normalmente com a ex namorada. Com ela isso não aconteceu. Talvez porque tivesse muito amor envolvido, e ela teve toda a paciência pra transar com um cara que estava praticamente em pânico ao ver ela sem roupa. Foi engraçado. Ela tirou a parte de cima, eu fiquei olhando, aproximei as mãos sem tocar. E ela disse carinhosamente "pode tocar. Não tem problema. Se não quiser também, eu não me importo. Fica tranquilo". Eu disse que não tinha condições de dar o que ela queria. E ela se vestiu, continuando a ser carinhosa e compreensiva comigo. Umas meia hora depois eu fui atrás dela. E aí aconteceu. E depois da primeira vez, eu não senti mais esses lances de invadir ou ser invadido.

E ainda tenho outros problemas psicológicos. Relatei esse porque me parece ser o que mais atrapalha o reboot. Atrapalha não, impede completamente.

Como vou me livrar de pornografia desse jeito? Não acho que seja possível. Preciso ter uma vida sexual normal. E não me venham falar que exagero, ou blá blá blá. Acho que fui muito claro na descrição do meu problema. O grau de sofrimento que isso me causa é insuportável. É indescritível. Eu não aguento mais ser assim. Ou curo isso, ou vou ter que me contentar com pornografia ou prostitutas. Fora o álcool, porque a frustração é tanta, que realmente não tenho outra alternativa.

Bom, foda-se. Não sei mais o que fazer. Enquanto isso, vou continuar tentando heroicamente o reboot, porque com um problema desses (e vários outros), tá complicado.

Vou dar um jeito de evitar as próximas recaídas. Vou agir logo de forma extrema. Se eu ficar caindo....vai ser o inferno na terra.

Até a próxima!

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6/12/2019, 19:35
Velho, caí hoje também. Estava com 25 dias.

Lamento sua queda. De verdade. É horrível sentir que você tem algo que fica te puxando pra trás, fica sugando suas energias, enquanto você luta como um FDP pra conseguir um dia por vez.

Sobre o seu TOC, sugiro que procure a hipnoterapia. Estou fortemente inclinado a fazer uma sessão. Só me falta o dinheiro pra pagá-la. Levei minha ex pra um hipnoterapeuta e vi como é potente esse tratamento. Mas, como tudo na vida, é preciso sempre observar tofas as esferas da vida e tentar alinhá-las ao máximo: mental, espiritual, físico, social e financeiro.

Eu adoraria conseguir materializar essa merda desse vício e socá-lo até a morte. Infelizmente, esse desejo é impossível de concretizar-se. Sendo assim, o jeito é fazer uma faxina geral na vida e limpar a mente da maneira que der certo.
Espero de coração que você consiga sair dessa merda toda. Seu diário é um dos que mais me agrada ler; talvez, porque pensamos de maneira um pouco semelhante.
Vou seguir orando por você e te enviando energias positivas pra que você se liberte desse vício, compadre.



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Oração da Serenidade: "Concedei-nos, Senhor, a serenidade necessária para aceitar as coisas que não podemos modificar, coragem para modificar aquelas que podemos e sabedoria para distinguir umas das outras".


"Aquele que tem um porque para viver, pode enfrentar quase todos os comos."( Nietzsche)
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Diário - Vierkenes - Página 25 Empty Re: Diário - Vierkenes

7/12/2019, 19:39
Caro Vitrola, muito obrigado por suas contribuições no meu diário. Hoje li um post seu em algum lugar falando justamente sobre isso, em como nos fortalecemos lendo a história dos outros. Isso realmente nos faz mais forte, e nos ajuda a compreender as nuances da vida e do vício em si.

Sobre a hipnose, vou procurar saber. É realmente fundamental que eu me dedique a resolver essas coisas, pois elas são um entrave absoluto no meu desenvolvimento, em todos os sentidos. É um problema diferente do vício em pornografia, mas ao mesmo tempo, ambos estão ligados. Acho que se conseguisse resolver essas coisas, o reboot ia deslanchar de vez, e alcançaria marcas fabulosas.

Bom, amigos, vou zerar o contador hoje tomar a medida extrema, que vai impedir completamente novas quedas. Eu devia ter feito isso logo ontem (dia da queda), mas adiei uma noite - o que significa que também consumi pornografia e me masturbei hoje.

Digo logo que cai por motivos bem específicos. Primeiro, perdi um pouco as esperanças quanto aos problemas relatados anteriormente. Me deixei tomar pelo desespero e pela falta de perspectiva de uma solução. Eu já sofro com isso a muito tempo, já tentei alguns tipos de terapia, obtive excelentes resultados com uma em específico. Voltei a ela, e preciso me manter firme. Certamente essa será a minha cura. Minha felicidade e bem estar depende disso.

O Vitrola falou desse "algo que fica te puxando pra trás". Eu chamo isso de "resistência". Todas as vezes que tentamos sair da zona de conforto, rumo a um aumento da perspectiva e de mundo, sentimos essa força, que nos puxa pro estado de antes. Eu diria que todos nós rompemos isso aos poucos - exceto os que simplesmente desistem de lutar e se entregam ao abandono. Cada 5 dias é uma vitória. Se depois ficamos 15 dias, melhor ainda. Mesmo que haja uma queda, o registro da experiência dos 15 dias permanece. A gente já tem uma ideia de como é lidar com aquela energia, que tipo de reação vamos ter. Isso nos habilita para alcançar metas maiores. Eu já fiquei 85 dias, e ainda me lembro bem de como é maravilhoso. Eu já sei as pedras no caminho. O negócio é continuar seguindo a trilha, e descobrir por conta própria seu próprio caminho. E aos poucos, toda a resistência vai ser quebrada.

É preciso paciência, acima de tudo. 14 anos diariamente: muito tempo. Esse negócio formou uma parte muito importante de meu ser. Mas fico muito feliz quando vejo que, ao prosseguir no reboot com marcas maiores, todo esse condicionamento simplesmente desaparece. Confiem na capacidade de regeneração do organismo: se dermos o descanso de que ele precisa, tudo volta a funcionar perfeitamente, na máxima potência.

53 dias foi uma boa marca. Não vou ligar pros contadores. Eu sei dos benefícios que tive durante esse tempo. Eu tenho capacidade de voltar ao trilho do trem da vida. Por enquanto, basta eu tomar imediatamente a medida extrema, e eliminar a fonte de minha queda. É a melhor opção do momento.

Eis como foi minha queda. Tive acesso totalmente livre e desimpedido de internet, sozinho. Acessei o site, vi uns videos por alguns minutos. Tive ereção, mas inicialmente não senti vontade de me masturbar. Sai, passei 1 hora fora. Depois, assisti de novo, já no intuito de me masturbar. Vi algumas novidades. Vi os velhos vídeos de sempre. Fiquei até de manhã no computador, mas não me masturbei taaantas vezes assim. Passei bastante no fórum, lendo outros diários. Depois da última masturbação, fui dormir, por volta de 5 da manhã. Ao acordar - dormi pouquíssimo, não pensei em pornografia. Pensei que aquilo era besteira, que eu conseguiria voltar normalmente ao reboot. Percebi que esse reboot de 53 foi muito bom pra mim, deu pra dar uma desintoxicada muito boa. Confiança subiu, vida melhorou bastante. Vi que 1 dia de queda não é suficiente pra perder tudo isso. Percebi que a pornografia não conseguiu matar minha essência, e que eu sou um cara muito legal e bacana, mesmo com esse problema. Não sou um cara escroto, que trata as mulheres mal e as trata como corpos, apenas.

Eu acredito já ter me perdoado pelo meu vício. Esse é um passo fundamental: parem de se culpar moralmente pelo vício. Admitam e reconheçam suas fraquezas. Se possível, falem para pessoas próximas - isso inclui namoradas ou esposas, caso eles tenham um mínimo de maturidade e compreensão do ser humano. O alívio ao dar esse passo é muito grande. Todos erramos, companheiros, pra depois acertar. Isso faz parte da nossa condição sobre a terra.

De modo que hoje me masturbei mais algumas vezes. Já estava com um pensamento e uma energia pior do que a de ontem - mas não inteiramente dominado por esse monstro. Ainda conservo parte de meu lado racional. Sei exatamente porque consumi pornografia hoje. Tomarei a medida extrema assim que acabar de escrever essa mensagem.

Pra terminar, outro motivo que me levou a queda foi um certo desamparo que senti aqui na cidade. Eu to aqui a 2 meses, tendo que lidar com vários problemas psicológicos - que são os mais pesados de lidar, pra mim. Eu não fiz amigos aqui, exceto uma menina muito legal, de quem eu poderia realmente me aproximar, contar com ela, etc. Mas, como é comum na cidade, ela estava apenas de passagem, e já foi embora. Tenho me sentido muito só. E ainda por cima tem o grave problema de que eu não consigo me abrir facilmente pros outros. Como a cidade é pequena, acaba que você conhece todo mundo pelo menos de vista, e daí já pra ter uma ideia de que tipo de relação se poderia desenvolver com tal pessoa. Eu vi que tem pessoas aqui que se mostraram muito simpáticas comigo. Mas eu não consigo me abrir pra elas. Alguém com mais saúde já teria conversado bem mais, desenvolvido uma amizade ou companheirismo, visitado a casa da pessoa, etc. Eu não fiz nada disso. Gostaria de mudar esse comportamento. Ele me é muito danoso, e bastante prejudicial pro reboot. E ainda por cima, passei por perrengues relativos a casa em que estou morando - com pouquíssima estrutura - e com alguns aspectos da cidade.

Não sei se aqui é o lugar ideal pra mim. Mas eu preciso continuar na minha batalha pra sair de casa. Preciso continuar a procurar trabalho, mesmo com todas as dificuldades, e mesmo com todas as características que tenho. Tenho que mandar um foda-se pro fato de que sou tímido - a timidez não pode ser uma corrente, que escraviza e impede a pessoa de fazer as coisas. Devo botar minha cara no sol, mesmo com uma voz baixa e uma presença tímida. É isso, ou então é ficar eternamente parado, eternamente nas sombras. Tem que fazer o que tem que ser feito, e foda-se. Mesmo que não seja do jeito ideal.

Portanto, vou continuar aqui na batalha pra permanecer aqui. Tenho certeza que se eu persistir, eu vou conseguir.

Por enquanto é só.

Bom reboot pra todos!


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8/12/2019, 06:40
Minhas saudações, Vierkenes. Pode contar com meu apoio nessa guerra.

A respeito de dificuldades de adaptação na nova cidade, há 17 anos sei o que é isso. Deixei São Paulo com a família no início do século e meu pai e eu nunca nos adaptamos aqui ao interior, de modo que até hoje estamos batalhando para voltar para a capital. Não sei se varia de cidade para cidade, porém por aqui nunca conseguimos arranjar amizades ou ter claras oportunidades de progresso pessoal/profissional ou mesmo lazer, o povo aqui é muito preconceituoso, conservador e não gosta de gente de fora. Tudo aqui na cidade, seja em que área for, parece feito só para eles. Meu pai é quase doente em razão disso e tenho feito minha parte rumo a melhores dias. Há pessoas razoáveis, porém são minoria. Aqui o aspecto cultural pesa muito, é um lugar bem tradicionalista, bem provinciano, te medem em todo lugar em que você entra e parece que só de você sair na rua sem ser um deles já é considerado um insulto em forma de forasteiro. Considero que somos verdadeiros sobreviventes neste lugar.

No mais, desejos de sucesso e disposição para que chegue aonde merece. Força.

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Diário - Vierkenes - Página 25 Empty Re: Diário - Vierkenes

10/12/2019, 22:48
Obrigado, caro Justiceiro, pelas palavras. A esse respeito, admito que as vezes me bate uma insegurança - será que estou no lugar certo? E tem a minha personalidade também, a qual atrapalha bastante o contato, inclusive em relação a amizades. Mas diria que, de modo geral, aqui é bem receptivo para pessoas de fora. Acho que não vou ter problemas quanto a isso. A geografia da cidade também me é incomoda: é só ladeiras. Eu acho isso chato. Mas talvez o que eu realmente precise seja de mais tempo aqui, pra me adaptar. E de um emprego. E também de uma namorada, porque ninguém é de ferro e todo mundo merece isso.

Bom, eu não tinha planos de postar, mas vim porque achei que tinha uma palavra boa pra vocês.

Caí hoje de novo. Evidentemente, isso é uma questão espiritual e emocional. Eu me considero um rebooter experiente. Já passei por várias fases do processo, e acredito que, mesmo tendo caído hoje, estou em plena recuperação. Estou aqui a quase 4 anos.

Sendo experiente, digo que minha queda foi mais emocional. Admito que me entreguei "às forças do mal", digamos assim, mas todos sabemos que isso é a completa falta de dignidade e respeito por si mesmo. Isso quando há essa consciência. Nem sempre é assim. E digo mais: quando cheguei aqui, em março de 2016, eu me encontrava na mais profunda ignorância. Acho que eu era um animal, irracional, uma besta. Ignorava tudo, não via nada, não ligava a mínima para nada. Não há problema em ser assim: nascemos nas trevas, e só com o tempo a gente vai aprendendo a viver bem.

Portanto, queria deixar aqui meu profundo agradecimento por esse espaço. Aqui é um lugar que salva vidas. Esse é um dos melhores espaços de resistência que existem na internet, e isso uma sociedade que, em sua maior parte, vive de forma pornográfica. Portanto, continuemos aqui. Nunca me esqueço de algumas palavras que o companheiro Marco disse aqui no meu diário: "faça do diário uma extensão de sua alma. Escreva aqui e ajude os outros que estão no barco". É isso que estou fazendo agora

Em resumo: acredito que quando chegamos aqui, com o cérebro totalmente intoxicado, temos primeiramente uma batalha "fisiológica", digamos assim. É uma questão química, de fato. Porém, conforme avançamos no reboot e vemos as coisas com clareza, cada vez mais o peso de uma queda é sentida com toda consciência. Eu sabia o que eu estava fazendo, quando consumi pornografia hoje. Eu assumi os riscos, todos. Acredito que essa consciência se desenvolve com o tempo de reboot. Todos vão alcançar esse grau em algum momento, não importa quanto tempo leve. Estou aqui a quase 4 anos, e nunca alcancei os famigerados 90 dias. E mesmo que tivesse alcançado, em algum momento, poderia simplesmente optar por consumir porn.

A questão é mudar de vida. Acho que esse é o ponto central do reboot. Sustentar uma nova forma de existir. Minha experiência pessoal diz que não dá pra alcançar grandes marcas, existindo e se portando do mesmo modo, na vida. Acredito que o reboot, ao contrário da visão fria e científica do ebook, é muito mais do que 90 dias; é um experimento que vai nos confrontar com a gente mesmo, com nossas fraquezas, com nossa capacidade de resistir a dor, ou a outros sentimentos. É um verdadeiro "teste da espada": ou brandimos firmemente a espada contra os demônios, ou caímos nas garras dele. Mas nunca pra sempre, é importante que se diga. Se não houver espadas, tem as mãos, e também a mente, que é  a maior e mais fabulosa ferramenta de todas.

Sempre podemos lutar. E todos alcançarão o sucesso. Digo isso pra quem está no fundo do poço: não se aflija, porque você também alcançara o topo. Ainda não é a hora: é preciso mais tempo na arte do reboot. O reboot é como qualquer outro aprendizado: pratique, e vai ficar cada vez melhor. Não se aflija por poucos dias, ou por ter caído hoje. Apenas continue, e logo alcançara marcas maiores. É tipo aprender violão, ou praticar um esporte: um aprendizado constante, que vai sendo incorporado na própria vida.

De modo que, o que eu deveria realmente me questionar hoje, na minha queda, é: que tipo de postura é essa que estou tendo? Porque estou desrespeitando completamente a mim mesmo, e até a outros? Essa atitude, sem dúvidas, é indigna. Qualquer um com um certo grau de consciência sabe disso. Importante salientar que não devemos nunca nos culpar. Aconteceu, ok, mas não devo me culpar. Devo me perguntar sobre as raízes profundas disso, o porque continuo perpetuando esse estado de existência, que não é o que eu quero. Acima de tudo, saber que o controle está nas minhas mãos. Eu não sou mais um refém do meu cérebro. Os 53 dias, e as tentativas anteriores, que também foram muito boas, me libertaram em 90% do meu cérebro. Isso é um fato científico: pare de consumir pornografia, e os caminhos vão sendo desconstruídos com o tempo. Mas mesmo assim, ainda existe a escolha. Ter clareza sobre minha escolha. Ter o pleno entendimento do porque eu fiz isso. Afirmo: eu caí porque eu quis.

E isso nos remete ao campo espiritual. Eu me entreguei aos sentimentos ruins. Alimentei minha pior parte. Consumi pornografia, e nem por isso sou um cara ruim, ou mal; eu tenho plena capacidade de ter uma namorada, mesmo com esse problema do vício em porn. Se ela não gostar, dane-se; todos temos defeitos, e nem por isso as pessoas deixam de ser felizes.

O vício em porn é provavelmente, uma condição crônica. Acho pra me ver 100% livre disso, só com uns 3 ou 4 anos totalmente limpo.Eu acredito que chegarei lá. O que eu me pergunto todo dia é se um dia poderei ter um computador pessoal, com acesso a internet. Se poderei ter livre acesso ao google, ao youtube, normalmente. Eu não sei responder essa pergunta. Faço-a aos rebooters mais experientes. Eu optei por não ter um computador, dane-se. As vezes sinto falta. Cheguei a dar um netbook que eu tinha, mas que estava com o linux instalado. Eu nunca consegui bloquear efetivamente o linux. Claro que deve ter um jeito de fazer isso, mas achei tão complicado e complexo que simplesmente desistir. Lembro que, na época, depois de passar vários dias tentando bloquear, e vários dias caindo, eu simplesmente dei o computador. Ele me faz falta. Mas eu não quero um computador com Linux, prefiro passar adiante.

Curioso que eu ia consumir pornografia hoje, de novo. Mas pensei bem sobre minha condição, e embora esteja invadido por sentimentos ruins e negativos - o início de uma queda - por outro lado, estou esperançoso. Eu não quero ter uma vida indigna - ser um viciado em pornografia, com tudo que isso implica. Eu acho que o vício em pornografia torna  a pessoa indigna. Graças a Deus que existe o reboot, e eu acho que o reboot é a salvação profunda da ignorância. Se não fosse vocês, Deus sabe como eu estaria.  Esse fórum é o instrumento da salvação, para nós, que somos viciados. Dou muito valor a todos aqui, especialmente aos que permanecem. Os que somem, eu acredito que eles vão voltar um dia. Ser viciado em porn não é vida. Um dia todo mundo vai entender isso, e ir naturalmente, largando. Com ou sem ajuda. Eu realmente acredito nisso.

Portanto, a lição de hoje é: pensem bem no que estão fazendo. Assumam a queda, de corpo e alma, e busquem a raiz profunda disso. Se não der pra fazer isso, apenas continuem com o reboot, até essa consciência se desenvolver. Quando o cérebro estiver razoavelmente descansado dos anos de estímulos artificiais e agressivos.

Acima de tudo, mudem de vida. Se não houve uma mudança efetiva e radical, o reboot não foi bem feito. Penso que, se eu consumi isso por 14 anos seguidos, diariamente, isso esteve presente na minha vida inteira. Nos momentos bons e ruins. Nos dias de sol e de chuva. Em viagem, ou fora do domicilio. Na capital ou no interior do estado. Em todos os momentos. O grau de alcance e profundidade disso é muito grande. Talvez seja por isso que ainda não alcancei os 90 dias: são 14 anos de vício, e 4 anos de tentativas de parar, desde de que descobri esse fórum.

Continuem no reboot, que é o caminho do combate a ignorância, e do auto conhecimento. Eu nem tenho como descrever o quanto eu conheci a mim mesmo e minhas emoções durante esse percusso. Descobri muitas coisas - inclusive que eu era um homem, do ponto de vista sexual - durante o reboot.

Vou-me, por enquanto. E não consumirei pornografia hoje, e devo dizer, muito auxiliado por escrever essa mensagem e poder contar com vocês.

Bom reboot pra todos.

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11/12/2019, 21:28
Impactante sua mensagem, Vierkenes.

Gostaria de deixar aqui uma frase que mexeu muito comigo hoje, ao ler o livro "Em busca de sentido", do Viktot Frankl.

A frase é de Dostoievski. Ela diz: "temo somente uma coisa: não ser digno do meu tormento". O sofrimento é parte central da vida; diria até que, sem sofrimento, ninguém se fortalece nem evolui. Procure entender se o seu sofrimento vale à pena ser vivido e se faz sentido pra você. Caso faça, tudo o que vier pela frente vai valer à pena.

Desde que inicie o Reboot, tinha plena ciência de que a questão não é passar apenas 90 dias sem P; a questão central é evoluir como ser humano, em todas as facetas, e, assim, deixar a P sair de nossa mente de forma natural.

Espero que você consiga prosseguir nessa caminhada e evoluir mais ainda como pessoa, meu caro.

Forte abraço !

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12/12/2019, 23:45
Caro Vitrola, você resumiu bem meu pensamento! Eu já até pesquisei esse livro que você citou aqui no google. Vou dar uma olhada. Valeu pela força, companheiro!

Retorno aqui para escrever, mais uma vez, ao invés de me masturbar. Escrever aqui substitui minha punheta com pornografia. Escrevendo sou potente e ajudo os outros. Me masturbando sou um lixo e privo tudo e todos das minhas potencialidades.

Estou em um momento de profunda mudança. Em mudança de paradigmas. A beira de uma completa reviravolta do modo como levei minha vida até aqui.

Admito que a resistência a essa mudança é muito grande. Está sendo realmente muito doloroso para mim. Bebi um monte hoje, estou muito chapado, mas não irei me masturbar nem consumir pornografia.

Acredito estar dando o passo fundamental para a cura. Ainda estou no embalo dos 53 dias. É como eu disse: mesmo que tenha caído, estou em plena recuperação.

Fiz hoje uns remédios que irão me auxiliar nessa caminhada. Minha obrigação é toma-los do modo correto. E eles serão minha cura; eu tenho certeza disso.

Admito que vim ao computador pensando em consumir pornografia. Mas como meu cérebro não é mais refém disso (4 anos de fórum e longos períodos fazem com que a gente saia do estado zumbi), eu pude fazer uma escolha muito clara. Pude optar por me afundar mais e levar uma vida indigna, ser profundamente desrespeitoso comigo mesmo; ou ficar tranquilo, e escrever no fórum.

Gostaria de dizer que a parte afetiva/contato/sexual é algo que representa uma dor muito especifica minha. Se as vezes eu falo demais nisso, é porque eu tenho motivos para tal. A ferida causada nesse campo foi muito violenta para mim. Espero que compreendam quando falo nisso, inclusive quando me excedo um pouco.

Eu entrei pensando em consumir pornografia. Mas aí uma menina que eu tinha em mente dar em cima (uma que comentei vários posts acima), veio falar comigo. Ela estava ausente da cidade, acabou de chegar...e veio falar comigo. Bom, eu a achei muito legal, muito atraente. É uma mulher que eu daria em cima, facilmente. E ela está pra jogo. Considerando a atração, em todos os sentidos, e que eu achei ela uma pessoa realmente bacana, eu acho que pode ser absolutamente espetacular se eu exercitar meu flerte com ela. Beijar ela seria ótimo. E transar com ela seria o céu. Ainda por cima considerando que a citada tem um corpo absolutamente maravilhoso.

Bom, vou conversando com ela pela internet, é bom pra desenvolver afinidade e intimidade. Em breve nos encontraremos, não vai demorar. Eu sinto que, no meu caso em específico, essa parte sexual faz parte da cura. Eu acho que é muito humilhante e ridículo eu assistir vídeos de pornografia, e ficar pensando: "meu deus, é uma sensação muito boa fazer o que esse cara tá fazendo no vídeo, colocar o dedo lá e masturbar a mina, enquanto beija ela na boca. Isso é maravilhoso! E depois penetrar ela! Por Deus, isso é realmente muito bom!.

Esse pensamento é o cúmulo da humilhação pra mim. Eu não quero ser esse cara. Mesmo que eu não assista pornografia, eu quero sentir aquela sensação de novo. Quando eu experimentar isso (de forma natural, e não com uma prostituta, por exemplo), acredito que as últimas ligações do meu cérebro com pornografia vão ser terminantemente desligadas. Eu vou entender o que é sexo de verdade. E aí esse lance de vício em porn vai perder o sentido.

Hoje estou escrevendo só para não cair. A partir de amanhã, deixarei de ter acesso a computador e internet, novamente. E aí será mais fácil de seguir.

Tudo tranquilo por enquanto.

Bom reboot pra todos!

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13/12/2019, 15:16
vierkenes escreveu:Caro Vitrola, você resumiu bem meu pensamento! Eu já até pesquisei esse livro que você citou aqui no google. Vou dar uma olhada. Valeu pela força, companheiro!

Retorno aqui para escrever, mais uma vez, ao invés de me masturbar. Escrever aqui substitui minha punheta com pornografia. Escrevendo sou potente e ajudo os outros. Me masturbando sou um lixo e privo tudo e todos das minhas potencialidades.

Estou em um momento de profunda mudança. Em mudança de paradigmas. A beira de uma completa reviravolta do modo como levei minha vida até aqui.

Admito que a resistência a essa mudança é muito grande. Está sendo realmente muito doloroso para mim. Bebi um monte hoje, estou muito chapado, mas não irei me masturbar nem consumir pornografia.

Acredito estar dando o passo fundamental para a cura. Ainda estou no embalo dos 53 dias. É como eu disse: mesmo que tenha caído, estou em plena recuperação.

Fiz hoje uns remédios que irão me auxiliar nessa caminhada. Minha obrigação é toma-los do modo correto. E eles serão minha cura; eu tenho certeza disso.

Admito que vim ao computador pensando em consumir pornografia. Mas como meu cérebro não é mais refém disso (4 anos de fórum e longos períodos fazem com que a gente saia do estado zumbi), eu pude fazer uma escolha muito clara. Pude optar por me afundar mais e levar uma vida indigna, ser profundamente desrespeitoso comigo mesmo; ou ficar tranquilo, e escrever no fórum.

Gostaria de dizer que a parte afetiva/contato/sexual é algo que representa uma dor muito especifica minha. Se as vezes eu falo demais nisso, é porque eu tenho motivos para tal. A ferida causada nesse campo foi muito violenta para mim. Espero que compreendam quando falo nisso, inclusive quando me excedo um pouco.

Eu entrei pensando em consumir pornografia. Mas aí uma menina que eu tinha em mente dar em cima (uma que comentei vários posts acima), veio falar comigo. Ela estava ausente da cidade, acabou de chegar...e veio falar comigo. Bom, eu a achei muito legal, muito atraente. É uma mulher que eu daria em cima, facilmente. E ela está pra jogo. Considerando a atração, em todos os sentidos, e que eu achei ela uma pessoa realmente bacana, eu acho que pode ser absolutamente espetacular se eu exercitar meu flerte com ela. Beijar ela seria ótimo. E transar com ela seria o céu. Ainda por cima considerando que a citada tem um corpo absolutamente maravilhoso.

Bom, vou conversando com ela pela internet, é bom pra desenvolver afinidade e intimidade. Em breve nos encontraremos, não vai demorar. Eu sinto que, no meu caso em específico, essa parte sexual faz parte da cura. Eu acho que é muito humilhante e ridículo eu assistir vídeos de pornografia, e ficar pensando: "meu deus, é uma sensação muito boa fazer o que esse cara tá fazendo no vídeo, colocar o dedo lá e masturbar a mina, enquanto beija ela na boca. Isso é maravilhoso! E depois penetrar ela! Por Deus, isso é realmente muito bom!.

Esse pensamento é o cúmulo da humilhação pra mim. Eu não quero ser esse cara. Mesmo que eu não assista pornografia, eu quero sentir aquela sensação de novo. Quando eu experimentar isso (de forma natural, e não com uma prostituta, por exemplo), acredito que as últimas ligações do meu cérebro com pornografia vão ser terminantemente desligadas. Eu vou entender o que é sexo de verdade. E aí esse lance de vício em porn vai perder o sentido.

Hoje estou escrevendo só para não cair. A partir de amanhã, deixarei de ter acesso a computador e internet, novamente. E aí será mais fácil de seguir.

Tudo tranquilo por enquanto.

Bom reboot pra todos!

Vierkenes, se você fala tanto nessa questão afetiva/sexual, é porque isso é um incômodo enorme dentro de você. Por mim, não vejo problema nenhum que você bata nessa tecla. Acredito fortemente que quem consome pornografia possui uma carência efetiva enorme. Se não for isso, por que diaxos iríamos recorrer a essa merda toda? Nosso cérebro é que não entende direito e nos leva a esse fundo do poço.

No mais, espero que tenha sucesso com a garota. Se você acha que transar com ela vai te fazer bem, vá em frente.

Uma coisa que eu indicaria você: acredito que você seja ateu, correto? Não estou querendo desrespeitar sua posição, apenas relatar o que eu sinto e, se possível, te ajudar nessa seara.

Cara, eu já fui ateu. Passei por uma fase da minha vida que não havia quem me fizesse acreditar em Deus ou numa força maior, sendo esta capaz de reger nossa vida aqui na terra.

Acontece que, desde que iniciei o Reboot, passei a ver como Deus é imprescindível na minha vida. Sem Ele, eu sozinho não tenho força suficiente pra me livrar dessa merda toda.

Passei por momentos horríveis comigo e, juro a você, já cogitei atos dos quais me arrependo só de ter pensado. A questão aqui é que só você sabe se quer aceitar Deus e sua natureza em Cristo. Procure pesquisar sobre tudo o que eu te disse. Talvez, seja esse o elemento que falta pra você começar a trilhar uma vida de abundância.

No mais, estamos juntos. Sempre acompanhando seu diário e desejando-te um ótimo Reboot.

Abraço !

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14/12/2019, 05:17
Caro Vierkenes, acompanhei seu diário, o desenvolvimento desde 2016 e a maioria das quedas que teve. Notei que somente os últimos meses conseguiu bater metas maiores (50 dias), pois no início as quedas eram em intervalos bem menores, de 1 a 3 dias. Isso é uma evolução.

Fiquei impressionado com as demais dependências que você parece ter (alcool e maconha). O consumo de pornografia foi anterior a esses vícios, não? Você acha que eles são complementares ou o simples uso do álcool alivia sua necessidade de pornografia?

Gostei da sua defesa sobre o uso de GPs. Parece-me também que é senso comum aqui que faz mal relacionar-se com GPs

É isso, meu caro. Seja perseverante! Você começou aqui em 2016, queremos um desfecho da história positivo! Cool

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Sou aluno de doutorado da PUC-Rio e estou escrevendo minha tese sobre pornografia. Estou aqui para compreender cada vez mais esse problema que prejudicou minha vida e de todos que estão aqui.
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16/12/2019, 10:05
Caros, volto aqui para postar, em um momento de grande dor emocional. E também pra explicar ainda mais minha situação. Eu vi que tem perguntas pra responder, vou tentar fazer isso durante o post.

Começo relatando minha noite de hoje. Vejam bem, era uma noite como toda as outras - em severa tortura psicológica e emocional, pois é assim que tenho vivido minha vida. Até que encontro uma menina que tinha tempo que eu não via, e pela qual sinto bastante desejo. Eu fiquei animado, pensei que seria uma boa oportunidade pra expressar meu desejo, beijar na boca, fazer sexo, e essas coisas de gente normal. Sai com ela, conversei bastante, senti um certo clima. Pensei que seria hoje que eu iria sair da minha seca permanente. Já estávamos bem próximos um do outro, e fomos pra um bar com música. Eu já tinha bebido algumas cervejas, estava "alegre". Dancei bastante até. Ela olhou pra mim e se surpreendeu com minha desenvoltura - olha só que ironia. Estava me olhando bastante no olho. Me aproximei dela e dançamos juntos. Aproximamos mais nossos corpos. Eu senti o bico do peito dela roçar em mim. Eu fiquei excitado. Minha pele se arrepiou. Olhei bem pro rosto dela, bem de perto. E isso com 1 ou 2 dias de reboot.

O que teria feito uma pessoa normal nessa situação?

Internamente, eu entrei em pânico. E logo depois a paralisia. Saí imediatamente de perto dela e fui pro lado de fora. Acho que ela não entendeu nada - isso que dá, se envolver com quem tem sérios problemas. Um tempinho depois ela saiu, foi até mim, perguntou porque eu sai de perto dela do nada. Ela colocou a mão no meu ombro, e eu tremi. Senti agonia. Afastei ela, muito delicadamente. Ela ficou sem entender,mas continuou conversando comigo. Depois entrou no bar de novo. Continuamos lá, me afastei dela e fiquei conversando com outras pessoas. 10 minutos depois ela começou a conversar com outro cara. Vi eles se beijando em um canto do bar. Depois saíram - foram transar pra caralho, ela tava bem afim. E eu continuei no bar.

Como vocês acham que eu me sinto com isso? Sentir desejo por alguém pra mim representa dor e desespero, nada mais do que isso. É sempre uma situação extrema e limite, que estica minha alma até os limites da tensão. É como se - me perdoem o linguajar pornográfico - uma mulher estivesse nua na minha frente, se esfregando em mim, esfregando a boceta na minha cara e eu estivesse amarrado e impossibilitado de reação. Tentem se imaginar nessa situação: é exatamente assim que eu me sinto, faz muito tempo. Desde sempre, na verdade.

Caras, eu estou muito fodido. Eu passo por esse tipo de coisa desde os 14 anos. Eu não suporto mais existir e viver com isso. Estou pensando em fazer merda, virar um extremista, me tornar um cara violento com as mulheres. O pessimismo e  desespero estão me dominando. Eu poderia citar mais 20 casos semelhantes que me ocorreram. Caras, eu senti o bico do peito dela roçar em mim, senti bem.

Ela foi embora transar com o cara. Eu fiquei no bar e bebi mais 1 cerveja. Mais 2. E ainda bebi a terceira, pra ficar logo bêbado. Era madrugada de domingo, umas 4 da manhã de hoje, e me vi no último bar aberto, bebendo, no meio de outros desesperados, alcoólatras, marginais, gente sem esperança, com sérios problemas familiares, ou sei lá mais o que. Alguém que tá bebendo a essa hora, num domingo, não pode ser gente equilibrada. Um cara apareceu me perguntando se eu não queria fumar maconha. Me chamou pra ir numa boca de fumo, na madrugada, só pra pegar maconha. É muito menos arriscado do que em uma capital, mas como eu ainda não conheço tão bem aqui, Deus sabe que tipo de risco eu iria correr. Eu iria com ele, mas não tinha mais dinheiro. Torrei tudo com álcool e cigarro. Depois, outro cara apareceu, um cara gay. Ele deu em cima de mim, e eu estava me sentindo tão desesperado que eu quase topei. Depois eu pensei que meu pau nem iria subir, eu não iria gozar, e que eu não teria absolutamente nenhum ganho com isso. Ele logo conversou com outro cara, também gay. Como eu não tinha dado uma negativa, eles me convidaram pra um sexo rapidinho, num banheiro imundo. Comer cu e chupar pica, provavelmente sem camisinha. Eu recusei. Se meu pau subisse e eu conseguisse gozar, eu acho que teria ido, mesmo eu não sendo gay. Mas como isso não iria acontecer, eu disse que não ia. E eles foram transar. Porra, qualquer um consegue fazer sexo. Eu não to nem mais pensando se é bom ou ruim, se é degradante ou não. Se tivesse uma puta gostosa hoje, naquele momento, eu teria desperdiçado 50 ou 100 reais, só pra ver como é.

Eis meu problema. Eu já sei que vai aparecer alguém aqui e dizer: "cara, é só agir!". Com todo respeito, vou me expressar de forma honesta aqui. Quando eu ouço isso, tenho vontade de quebrar a cabeça da pessoa ao meio. Pros outros isso é normal, dar em cima de uma mulher, expressar desejo. Pra mim isso não só não é normal, como representa minha maior ferida e, provavelmente, o desafio de minha vida. Fora que isso não é simplesmente falta de ação, mas algo  enraizado nas profundezas da minha alma e do meu corpo. 14 anos de vício em pornografia? Tenho muito mais tempo do que isso de traumas profundos relacionados a parte sexual. Talvez desde criança. Se lembrem disso antes de falar "cara, é só agir". É como virar pra um cara que acabou de chegar no fórum e simplesmente dizer: "cara, pare de se masturbar!".  A gente aqui sabe que não é bem assim que a coisa funciona, e que o buraco é muito mais embaixo. Se fosse assim, esse fórum estaria vazio, e não teria porque esse espaço existir. Isso tudo é resultado de alguém que foi severamente martirizado e agredido na parte sexual, desde sempre, por décadas, de forma contínua. Desde bem antes de bater minha primeira punheta pra pornografia.

De modo que, minha sensação, especialmente quando passo pelas experiências como as de hoje com a tal menina, é de que minha alma e meu corpo estão sendo esticados em algum instrumento de tortura, e a tensão se torna insuportável. Como não beber desse jeito? Acho que estou ficando meio louco, de tanta tensão acumulada. Estou pensando várias merdas. Em virar um extremista e cometer atos violentos. Em fugir. Em me jogar na ponte. Em começar a fumar crack.

Eu já vivo assim tem muiiiiiito tempo. E estou chegando no meu limite. Não sei se isso é bom ou ruim. Como sou uma pessoa doente, acho que sou capaz de esticar essa corda até simplesmente arrebentar. Aí vou parar no hospital, no psiquiatra, ou ser internado em algum lugar. Ou morrer de overdose de alguma coisa.

Fora a paralisia que toma conta de toda minha vida emocional e física. Não estou conseguindo fazer mais nada. Dia desses passei o dia todo, literalmente, olhando pra parede ou pro teto. E isso não é força de expressão. Eu nem sabia que era possível ser tomado por tal estado. Fiquei preocupado, pensei se isso seria algum tipo de depressão ou algo do tipo. Fiquei de 8 da manhã até as 6 da tarde, sentado numa cadeira, ou deitado na cama, sem dormir, sem fazer absolutamente nada.

Sabem, eu seria capaz de fazer qualquer coisa pra me ver curado disso tudo. Daria tudo que eu tenho, ficaria até nu. Acho que nada mais tem valor na minha vida, com esse problema. Ele tomou uma proporção muito extrema, isso me causa um sofrimento imenso a décadas. Eu simplesmente cansei.

....

Não, não vou consumir pornografia, mesmo que esteja realmente sentindo vontade agora. Eu já tive o suficiente desse vício em minha vida. Mas por outro lado, se eu não resolver isso que falei acima, como vou superar definitivamente o vício? Não consigo enxergar essa perspectiva, sinceramente. Mas vou continuar, tentando atingir metas altas (mais de 50 dias).

Queria dizer que estou fazendo um tratamento especificamente para essas questões, com um remédio natural que fiz. Eu nem queria revelar aqui que tratamento é esse, por questões pessoais, mas como isso pode ser uma luz no caminho de alguém aqui, eu falo. Trata-se da Terapia Floral. Isso pode trazer grande paz e alívio para muitas situações, e resolver problemas emocionais de todos os tipos, mesmo os mais complexos. Quem se interessar, que pesquise.

Estou, literalmente, esperando o efeito do remédio. O que eu mais quero na minha vida é não ter mais esse tipo de reação. Nunca mais passar por esse tipo de coisa ou me sentir assim. Isso é a coisa mais importante da minha vida, no momento.

Vou continuar, sem consumir pornografia.  Foda-se. Agora, vou responder as mensagens.

Caro Vitrola, muito obrigado por sua presença constante em meu diário! Já tá virando figurinha carimbada, hehe. Obrigado pelo apoio e compreensão. Sobre a menina que tinha falado (que não essa que encontrei hoje), estou muito disposto a me encontrar com ela. Mesmo que aconteça a mesma de sempre. Eu tenho que correr esse risco. Se eu tiver a mesma reação de novo....bom, eu não vou pensar nisso. Só indo conferir o que vai acontecer. E eu não sou ateu. Eu gosto muito de acreditar em um Poder Superior a mim. Isso me dá uma certa paz e conforto, mesmo nos momentos de maior desespero. Tudo ganha sentido. Hoje eu estou pessimista e amargo, mas eu tenho consciência de que minha jornada é gloriosa, e de que serei recompensado se eu conseguir realizar minha missão nessa vida - que envolve superar isso tudo e me tornar uma pessoa autêntica e verdadeira comigo mesmo, expressando tudo que eu sinto. Fora que o Criador é abundante e amoroso com todos os seres vivos. Quem não acredita nisso, aí sim, está muito mal. Com isso, vamos seguindo, sabendo que tempos melhores nos espera.

brfreedom: obrigado pelas observações. Essa questão sexual é tão importante no meu caso, que você pode observar que, só depois do meu primeiro relacionamento que eu consegui bater mais de 30 dias. Devo ter ficado cerca de 1 ano aqui no fórum, sem passar dos 30. Depois da minha primeira experiência amorosa que eu comecei a chegar aos 50, 60 ou mais. Minha vida mudou de sentido quando eu descobri o que é o sexo. Passar 14 anos se masturbando pra uma tela sem ter a mínima noção do que é sexo de verdade é muito complicado. Isso acontece com alguns aqui.

Sobre os outros vícios, a pornografia foi anterior. É complicado também: um moleque de 11 anos já tem acesso a um computador, com internet veloz na privacidade do quarto. Antes da época, de modo geral, em que se começa a sair, ir pra festas ou coisas do tipo. Ainda sobre o vício, eu acredito firmemente que o buraco é muito mais embaixo. Acho que hoje em dia, a partir de minha experiência pessoal, eu não acredito mais em "vício químico". O uso do álcool nunca me serviu de alívio pra pornografia. Na verdade, tanto um, como outro, ambos servem de alívio para minha existência. Ou mais especificamente, de alguns traumas ou dores específicos de minha existência. Vou deixar aqui um link de uma entrevista com um médico que me chamou muito a atenção. Vou até colar um trecho da fala dele, e depois vocês podem ler o resto. Acredito que isso pode ser útil para muitos aqui. Lá vai:

"Para entender o que leva ao vício, é necessário observar seus benefícios. O que ele faz por você?

As pessoas costumam dizer que o vício "oferecia um alívio para a dor, uma saída para o estresse, dava um senso de conexão, uma noção de controle, de significado, a sensação de estar vivo, entusiasmo, vitalidade".

Em outras palavras, o vício preencheu uma necessidade humana que era essencial, mas que não tinha sido satisfeita na vida daquela pessoa.

Todos esses estados — da ausência de conexão e do isolamento até o estresse no dia a dia — eram de dor emocional.

Então, o que se deve perguntar sobre dependência química não é "qual é o vício?" mas sim "qual é a dor?".

Quando se olha para uma população de dependentes químicos, o que se observa é que quanto mais adversidades na infância, maior o risco de dependência.

Então, o vício está sempre relacionada ao trauma e às adversidades na infância — o que não significa que todas as pessoas traumatizadas se tornarão dependentes, mas que todos os dependentes passaram por traumas"

Segue o link com o resto da reportagem:  https://www.bbc.com/portuguese/internacional-50459101

Sobre GP, na maioria das vezes e dos casos, é furada. Não recomendo. Mas isso não significa que não seja possível fazer um uso razoável disso. Tem um usuário aqui que já é bem experiente, já atingiu marcas bem altas, e o cara não transa com ninguém. Dai quando ele tá com 100 dias, por exemplo, cheio de tesão e com a energia lá em cima, o cara simplesmente vai numa GP e se alivia. Enfim, cada um sabe o que faz da vida.

Eu também quero um desfecho positivo pra minha história. Mas ou eu resolvo essas coisas que falei acima, ou nada feito. Parar de consumir pornografia não é suficiente pra mim - imagina eu, com 100 dias de reboot, e com essas reações? Não tem como. E olha que nem quando eu tava com 85 dias, teoricamente já com bastante energia, eu consegui romper esse condicionamento.

Bom, continuo por aqui. E sem pornografia nessa porra, que eu não quero mais ser drenado por isso, nem passar por todas as humilhações que já passei por causa desse vício desgraçado.

Bom reboot pra todos!

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Diário - Vierkenes - Página 25 Empty Re: Diário - Vierkenes

16/12/2019, 13:36
vierkenes escreveu:Caros, volto aqui para postar, em um momento de grande dor emocional. E também pra explicar ainda mais minha situação. Eu vi que tem perguntas pra responder, vou tentar fazer isso durante o post.

Começo relatando minha noite de hoje. Vejam bem, era uma noite como toda as outras - em severa tortura psicológica e emocional, pois é assim que tenho vivido minha vida. Até que encontro uma menina que tinha tempo que eu não via, e pela qual sinto bastante desejo. Eu fiquei animado, pensei que seria uma boa oportunidade pra expressar meu desejo, beijar na boca, fazer sexo, e essas coisas de gente normal. Sai com ela, conversei bastante, senti um certo clima. Pensei que seria hoje que eu iria sair da minha seca permanente. Já estávamos bem próximos um do outro, e fomos pra um bar com música. Eu já tinha bebido algumas cervejas, estava "alegre". Dancei bastante até. Ela olhou pra mim e se surpreendeu com minha desenvoltura - olha só que ironia. Estava me olhando bastante no olho. Me aproximei dela e dançamos juntos. Aproximamos mais nossos corpos. Eu senti o bico do peito dela roçar em mim. Eu fiquei excitado. Minha pele se arrepiou. Olhei bem pro rosto dela, bem de perto. E isso com 1 ou 2 dias de reboot.

O que teria feito uma pessoa normal nessa situação?

Internamente, eu entrei em pânico. E logo depois a paralisia. Saí imediatamente de perto dela e fui pro lado de fora. Acho que ela não entendeu nada - isso que dá, se envolver com quem tem sérios problemas. Um tempinho depois ela saiu, foi até mim, perguntou porque eu sai de perto dela do nada. Ela colocou a mão no meu ombro, e eu tremi. Senti agonia. Afastei ela, muito delicadamente. Ela ficou sem entender,mas continuou conversando comigo. Depois entrou no bar de novo. Continuamos lá, me afastei dela e fiquei conversando com outras pessoas. 10 minutos depois ela começou a conversar com outro cara. Vi eles se beijando em um canto do bar. Depois saíram - foram transar pra caralho, ela tava bem afim. E eu continuei no bar.

Como vocês acham que eu me sinto com isso? Sentir desejo por alguém pra mim representa dor e desespero, nada mais do que isso. É sempre uma situação extrema e limite, que estica minha alma até os limites da tensão. É como se - me perdoem o linguajar pornográfico - uma mulher estivesse nua na minha frente, se esfregando em mim, esfregando a boceta na minha cara e eu estivesse amarrado e impossibilitado de reação. Tentem se imaginar nessa situação: é exatamente assim que eu me sinto, faz muito tempo. Desde sempre, na verdade.

Caras, eu estou muito fodido. Eu passo por esse tipo de coisa desde os 14 anos. Eu não suporto mais existir e viver com isso. Estou pensando em fazer merda, virar um extremista, me tornar um cara violento com as mulheres. O pessimismo e  desespero estão me dominando. Eu poderia citar mais 20 casos semelhantes que me ocorreram. Caras, eu senti o bico do peito dela roçar em mim, senti bem.

Ela foi embora transar com o cara. Eu fiquei no bar e bebi mais 1 cerveja. Mais 2. E ainda bebi a terceira, pra ficar logo bêbado. Era madrugada de domingo, umas 4 da manhã de hoje, e me vi no último bar aberto, bebendo, no meio de outros desesperados, alcoólatras, marginais, gente sem esperança, com sérios problemas familiares, ou sei lá mais o que. Alguém que tá bebendo a essa hora, num domingo, não pode ser gente equilibrada. Um cara apareceu me perguntando se eu não queria fumar maconha. Me chamou pra ir numa boca de fumo, na madrugada, só pra pegar maconha. É muito menos arriscado do que em uma capital, mas como eu ainda não conheço tão bem aqui, Deus sabe que tipo de risco eu iria correr. Eu iria com ele, mas não tinha mais dinheiro. Torrei tudo com álcool e cigarro. Depois, outro cara apareceu, um cara gay. Ele deu em cima de mim, e eu estava me sentindo tão desesperado que eu quase topei. Depois eu pensei que meu pau nem iria subir, eu não iria gozar, e que eu não teria absolutamente nenhum ganho com isso. Ele logo conversou com outro cara, também gay. Como eu não tinha dado uma negativa, eles me convidaram pra um sexo rapidinho, num banheiro imundo. Comer cu e chupar pica, provavelmente sem camisinha. Eu recusei. Se meu pau subisse e eu conseguisse gozar, eu acho que teria ido, mesmo eu não sendo gay. Mas como isso não iria acontecer, eu disse que não ia. E eles foram transar. Porra, qualquer um consegue fazer sexo. Eu não to nem mais pensando se é bom ou ruim, se é degradante ou não. Se tivesse uma puta gostosa hoje, naquele momento, eu teria desperdiçado 50 ou 100 reais, só pra ver como é.

Eis meu problema. Eu já sei que vai aparecer alguém aqui e dizer: "cara, é só agir!". Com todo respeito, vou me expressar de forma honesta aqui. Quando eu ouço isso, tenho vontade de quebrar a cabeça da pessoa ao meio. Pros outros isso é normal, dar em cima de uma mulher, expressar desejo. Pra mim isso não só não é normal, como representa minha maior ferida e, provavelmente, o desafio de minha vida. Fora que isso não é simplesmente falta de ação, mas algo  enraizado nas profundezas da minha alma e do meu corpo. 14 anos de vício em pornografia? Tenho muito mais tempo do que isso de traumas profundos relacionados a parte sexual. Talvez desde criança. Se lembrem disso antes de falar "cara, é só agir". É como virar pra um cara que acabou de chegar no fórum e simplesmente dizer: "cara, pare de se masturbar!".  A gente aqui sabe que não é bem assim que a coisa funciona, e que o buraco é muito mais embaixo. Se fosse assim, esse fórum estaria vazio, e não teria porque esse espaço existir. Isso tudo é resultado de alguém que foi severamente martirizado e agredido na parte sexual, desde sempre, por décadas, de forma contínua. Desde bem antes de bater minha primeira punheta pra pornografia.

De modo que, minha sensação, especialmente quando passo pelas experiências como as de hoje com a tal menina, é de que minha alma e meu corpo estão sendo esticados em algum instrumento de tortura, e a tensão se torna insuportável. Como não beber desse jeito? Acho que estou ficando meio louco, de tanta tensão acumulada. Estou pensando várias merdas. Em virar um extremista e cometer atos violentos. Em fugir. Em me jogar na ponte. Em começar a fumar crack.

Eu já vivo assim tem muiiiiiito tempo. E estou chegando no meu limite. Não sei se isso é bom ou ruim. Como sou uma pessoa doente, acho que sou capaz de esticar essa corda até simplesmente arrebentar. Aí vou parar no hospital, no psiquiatra, ou ser internado em algum lugar. Ou morrer de overdose de alguma coisa.

Fora a paralisia que toma conta de toda minha vida emocional e física. Não estou conseguindo fazer mais nada. Dia desses passei o dia todo, literalmente, olhando pra parede ou pro teto. E isso não é força de expressão. Eu nem sabia que era possível ser tomado por tal estado. Fiquei preocupado, pensei se isso seria algum tipo de depressão ou algo do tipo. Fiquei de 8 da manhã até as 6 da tarde, sentado numa cadeira, ou deitado na cama, sem dormir, sem fazer absolutamente nada.

Sabem, eu seria capaz de fazer qualquer coisa pra me ver curado disso tudo. Daria tudo que eu tenho, ficaria até nu. Acho que nada mais tem valor na minha vida, com esse problema. Ele tomou uma proporção muito extrema, isso me causa um sofrimento imenso a décadas. Eu simplesmente cansei.

....

Não, não vou consumir pornografia, mesmo que esteja realmente sentindo vontade agora. Eu já tive o suficiente desse vício em minha vida. Mas por outro lado, se eu não resolver isso que falei acima, como vou superar definitivamente o vício? Não consigo enxergar essa perspectiva, sinceramente. Mas vou continuar, tentando atingir metas altas (mais de 50 dias).

Queria dizer que estou fazendo um tratamento especificamente para essas questões, com um remédio natural que fiz. Eu nem queria revelar aqui que tratamento é esse, por questões pessoais, mas como isso pode ser uma luz no caminho de alguém aqui, eu falo. Trata-se da Terapia Floral. Isso pode trazer grande paz e alívio para muitas situações, e resolver problemas emocionais de todos os tipos, mesmo os mais complexos. Quem se interessar, que pesquise.

Estou, literalmente, esperando o efeito do remédio. O que eu mais quero na minha vida é não ter mais esse tipo de reação. Nunca mais passar por esse tipo de coisa ou me sentir assim. Isso é a coisa mais importante da minha vida, no momento.

Vou continuar, sem consumir pornografia.  Foda-se. Agora, vou responder as mensagens.

Caro Vitrola, muito obrigado por sua presença constante em meu diário! Já tá virando figurinha carimbada, hehe. Obrigado pelo apoio e compreensão. Sobre a menina que tinha falado (que não essa que encontrei hoje), estou muito disposto a me encontrar com ela. Mesmo que aconteça a mesma de sempre. Eu tenho que correr esse risco. Se eu tiver a mesma reação de novo....bom, eu não vou pensar nisso. Só indo conferir o que vai acontecer. E eu não sou ateu. Eu gosto muito de acreditar em um Poder Superior a mim. Isso me dá uma certa paz e conforto, mesmo nos momentos de maior desespero. Tudo ganha sentido. Hoje eu estou pessimista e amargo, mas eu tenho consciência de que minha jornada é gloriosa, e de que serei recompensado se eu conseguir realizar minha missão nessa vida - que envolve superar isso tudo e me tornar uma pessoa autêntica e verdadeira comigo mesmo, expressando tudo que eu sinto. Fora que o Criador é abundante e amoroso com todos os seres vivos. Quem não acredita nisso, aí sim, está muito mal. Com isso, vamos seguindo, sabendo que tempos melhores nos espera.

brfreedom: obrigado pelas observações. Essa questão sexual é tão importante no meu caso, que você pode observar que, só depois do meu primeiro relacionamento que eu consegui bater mais de 30 dias. Devo ter ficado cerca de 1 ano aqui no fórum, sem passar dos 30. Depois da minha primeira experiência amorosa que eu comecei a chegar aos 50, 60 ou mais. Minha vida mudou de sentido quando eu descobri o que é o sexo. Passar 14 anos se masturbando pra uma tela sem ter a mínima noção do que é sexo de verdade é muito complicado. Isso acontece com alguns aqui.

Sobre os outros vícios, a pornografia foi anterior. É complicado também: um moleque de 11 anos já tem acesso a um computador, com internet veloz na privacidade do quarto. Antes da época, de modo geral, em que se começa a sair, ir pra festas ou coisas do tipo. Ainda sobre o vício, eu acredito firmemente que o buraco é muito mais embaixo. Acho que hoje em dia, a partir de minha experiência pessoal, eu não acredito mais em "vício químico". O uso do álcool nunca me serviu de alívio pra pornografia. Na verdade, tanto um, como outro, ambos servem de alívio para minha existência. Ou mais especificamente, de alguns traumas ou dores específicos de minha existência. Vou deixar aqui um link de uma entrevista com um médico que me chamou muito a atenção. Vou até colar um trecho da fala dele, e depois vocês podem ler o resto. Acredito que isso pode ser útil para muitos aqui. Lá vai:

"Para entender o que leva ao vício, é necessário observar seus benefícios. O que ele faz por você?

As pessoas costumam dizer que o vício "oferecia um alívio para a dor, uma saída para o estresse, dava um senso de conexão, uma noção de controle, de significado, a sensação de estar vivo, entusiasmo, vitalidade".

Em outras palavras, o vício preencheu uma necessidade humana que era essencial, mas que não tinha sido satisfeita na vida daquela pessoa.

Todos esses estados — da ausência de conexão e do isolamento até o estresse no dia a dia — eram de dor emocional.

Então, o que se deve perguntar sobre dependência química não é "qual é o vício?" mas sim "qual é a dor?".

Quando se olha para uma população de dependentes químicos, o que se observa é que quanto mais adversidades na infância, maior o risco de dependência.

Então, o vício está sempre relacionada ao trauma e às adversidades na infância — o que não significa que todas as pessoas traumatizadas se tornarão dependentes, mas que todos os dependentes passaram por traumas"

Segue o link com o resto da reportagem:  https://www.bbc.com/portuguese/internacional-50459101

Sobre GP, na maioria das vezes e dos casos, é furada. Não recomendo. Mas isso não significa que não seja possível fazer um uso razoável disso. Tem um usuário aqui que já é bem experiente, já atingiu marcas bem altas, e o cara não transa com ninguém. Dai quando ele tá com 100 dias, por exemplo, cheio de tesão e com a energia lá em cima, o cara simplesmente vai numa GP e se alivia. Enfim, cada um sabe o que faz da vida.

Eu também quero um desfecho positivo pra minha história. Mas ou eu resolvo essas coisas que falei acima, ou nada feito. Parar de consumir pornografia não é suficiente pra mim - imagina eu, com 100 dias de reboot, e com essas reações? Não tem como. E olha que nem quando eu tava com 85 dias, teoricamente já com bastante energia, eu consegui romper esse condicionamento.

Bom, continuo por aqui. E sem pornografia nessa porra, que eu não quero mais ser drenado por isso, nem passar por todas as humilhações que já passei por causa desse vício desgraçado.

Bom reboot pra todos!


Meu caro,

você faz algum tratamento psicológico? Eu não sei se você tem condição financeira para tal, mas, caso tenha, recomendo que busque o quanto antes. Pelo que eu entendo de todo o seu relato até aqui, a pornografia é um problema, mas existem outros problemas maiores ou, talvez, mais urgentes de serem tratados. Pelo que você
nos contou nesse último relato, você estava com tudo "organizado" pra poder transar com a moça. Não vou nem dizer pra você ter paciência, porque eu não gostaria que
me pedissem paciência numa situação como esta.

Recomendo fortemente que você procure um psicólogo primeiro; caso haja necessidade, vá ao psiquiatra, mas apenas se seu psicólogo lhe indicar. Continue com o Reboot, mas não se esqueça de procurar tratamento. Essa crise existencial pela qual você passa está tomando dimensões enormes, e você não pode permitir que
seu estado atual faça você tomar um atitude que afete você ou outras pessoas, fisica e mentalmente.

Abraço !

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Diário - Vierkenes - Página 25 Empty Re: Diário - Vierkenes

18/12/2019, 20:28
Caro Vitrola: eu fiz sessões de psicanálise por 3 anos. Foi bom, porque me esclareceu muita coisa do meu comportamento, mas acho que não consegui a mudança efetiva dessas atitudes. Precisaria de mais tempo? Talvez. Ou de outra linha terapêutica, mais focada em mudanças de comportamento? Poderia ser também.

Sim, de fato eu tenho muitos problemas. Acho que os deixei acumular tempo demais, e muitos, ao mesmo tempo. É complicado.

Quanto a menina, sim, eu poderia transar com ela, se eu fosse um cara normal. Ela tava louca pra fazer sexo - não necessariamente comigo, tanto é que ela foi com o outro cara. Mas eu tenho uma química muito boa com ela, então se rolasse, seria muito bom. Mas isso de fazer sexo é coisa de gente normal. Muitas vezes eu me sinto diferente de todas as outras pessoas por causa disso. Claro que não sou o único assim, mas das pessoas que ando, eu sou o único que nunca fica com ninguém. Isso me dá uma sensação horrível.

No momento, estou sem tratamento, apenas com o que relatei no post anterior, e com o qual já obtive excelentes resultados. Vai dar certo, com certeza. Recuso a psiquiatria por motivos pessoais: só se eu estiver surtado ou oferecendo risco a mim ou aos outros.

Obrigado, mais uma vez, pela presença aqui!

Vim pra um post rápido, com míseros 4 dias.

Queria dizer que apesar deu ter esse "problema sexual" desde sempre, as piores situações são quando eu me vejo em uma situação como a relatada. O fato de ter o problema exposto de forma tão violenta (eu vejo isso tudo como uma violência comigo mesmo) me leva ao auge da dor. Todas as vezes que eu passo por essa situação, sou dominado pelo desespero. Eu já passei por isso dezenas de vezes, e eu simplesmente tremo com a ideia de que pode acontecer de novo. Fora o fato de que isso se arrasta desde sempre.

Ontem eu encontrei essa mesma menina, e passei por uma situação meio humilhante com ela. É uma merda, porque eu realmente me sinto humilhado com essas coisas. Aliás, eu estou aqui na lan house, e ela está no computador do lado. Bom, foda-se. Eu sei que ela sabe que eu sou um fracassado por não assumir meu desejo, um cara que só tem bloqueios e que nada flui comigo. Eu gosto dela, fora essa parte do desejo, mas não sei se vou cultivar amizade com ela. Sempre rola um clima quando a gente se encontra, e eu não to afim de passar pela mesma coisa de novo. Só se eu assumisse de vez que não vou ficar com ela, e parar de sentir desejo. Dane-se, vou mudar de assunto.

Infelizmente, eu não estou nada bem. Aliás, como hoje estou pessimista, poderia dizer que eu nunca estive bem. Meus severos bloqueios me atormentam em um grau extremo, e não achem que é só sexual! Eu me formei na faculdade, todos que me conhecem diziam que eu poderia ser brilhante na área, que eu deveria investir, me soltar mais - logo eu, que cresci acorrentado! Mas adivinhem? Passei 6 anos em uma universidade, com toda a estrutura, com equipamentos, com pessoas dispostas a trabalhar em equipe, com pessoas muito talentosas. E o que eu fiz nesses 6 anos? Absolutamente nada. Bom, isso me machuca bastante. E tudo isso porque eu sou uma pessoa travada, bloqueada, em muitos níveis. Minha voz é travada, meu corpo é travado, minha sexualidade é travada. Eu sinto que eu sou um grande desperdício. Eu tenho talento, mas isso não aparece, é soterrado por milhões de problemas, por uma existência acorrentada, por padrões de pensamentos negativos, etc.

Queria me curar dessa porra toda, mas tá foda.

Ainda por cima, acho que estou em um período depressivo. A casa tá um lixo, e eu não to ligando a mínima. To dormindo com uma roupa de cama imunda, tá horrível. Eu quase não to ficando em casa - algum tipo de loucura, em que não consigo ficar tranquilo, como a maioria das pessoas. Estou bebendo todo dia, e isso destrói qualquer um. Sinto uma energia de falta muito grande. Me sinto profundamente solitário, e não sei como lidar com isso. Até tenho amigos, mas tenho dificuldade de estabelecer contato, por causa de um jeito de ser estúpido que criou raízes em mim.

Bom, hoje eu não vou beber de jeito nenhum. Aliás, eu simplesmente não posso beber. Eu já passei por períodos assim, mas estou sentindo que se eu continuar bebendo, posso afundar de um modo grave e severo. Não quero que isso aconteça.

Ainda estou completamente perdido na cidade. Acho que as pessoas já perceberam que eu só ando na rua, que eu não trabalho nem faço nada, que eu não tenho rumo, que eu fico por aí, bebendo.

Eu simplesmente não estou conseguindo fazer nada. Nem planos pessoais eu estou conseguindo - e eu tenho vários.

Dia desses eu saí pra distribuir alguns currículos, no meio do caminho senti uma angústia pesada no peito, uma falta muito grande de algo essencial. Parei e fui beber cerveja, em pleno meio dia, um sol escaldante. Isso é pra vocês terem ideia de como eu sou...

A notícia boa é que hoje de manhã eu corri e me alonguei. Eu senti que minha situação poderia se tornar grave, e entendi que precisava fazer alguma coisa. A corrida foi o mínimo. Amanhã vou de novo, com certeza. Ou é isso, ou é entrar em um estado depressivo, de completa imobilidade e inércia, de casa suja e imunda, de total desprezo comigo mesmo.

Fora a dificuldade de estabelecer relação. Eu realmente me sinto a parte dos outros. Isso é foda.

Também me masturbei ontem e hoje. Não é o ideal, é claro. Mas pra situação em que me encontro, foi o possível. Estou com vontade de consumir pornografia, mas nem tenho como. Ainda estou abalado pela experiência do post anterior, mas daqui a pouco isso passa. Se eu encontrar com ela de novo, vou trata-la sem sentir desejo nenhum. Vou evitar olhar demais pra ela, e buscar interagir mais com as outras pessoas ao redor.

Caras, tá foda por enquanto. To bem perdido. Mas espero que melhore com o tempo de reboot. E, é claro, o reboot não é nem nunca foi suficiente pra mim. Tem caras que fazem o reboot só pra curar a DE. E eu, que mesmo com 100 dias de reboot, iria continuar com minha energia bloqueada, sem dar vazão? E eu, que não consigo fazer a religação, e fico na solidão e na imobilidade, sem conseguir entrar em contato com as coisas boas e benéficas?

Vou ficar por aqui, por enquanto.

Bom reboot pra todos!

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18/12/2019, 21:06
Fala mano!!!!!!!!!!!!

Dei uma lida nas suas postagens. Sugestão que te dou: busque uma TCC (terapia cognitiva comportamental). Ela não tem muito uma pegada filosófica de ficar pensando em como que lá de criancinha você desenvolveu o problema e etc, como seria numa psicanálise, que você disse já ter feito durante três anos. A TCC é uma das vertentes mais brutamente científicas e de aplicação direta no problema, lida diretamente com comportamento e, na real, acho que você nesse momento provavelmente já pensou o suficiente sobre toda essa situação, já deve ter raciocinado sobre milhões de ângulos diferentes e acho que provavelmente já se esgotou tudo que tinha que pensar sobre sua questão. Você provavelmente precisa é de algo que te bote pra frente, de fato, que envolva ação. Pensar demais sobre o problema já deixou de ser benéfico pelo visto, e essa abordagem pode te dar um outro horizonte.

Eu mesmo estou indo começar minha primeira sessão, em janeiro. Acho que vai me ajudar muito, meu problema pode ter raízes emocionais, pessoais e blá blá blá, mas no fundo é comportamento. Se eu resolver o comportamento, ainda que eu não resolva absolutamente todas as questões emocionais por trás, por mim tá ótimo. Dane-se se eu vou estar ou não incrível no resto todo e me tornar o super-homem da mente inabalável. Eu só quero ter foco e resolver essa porra, você só precisa resolver essa parada, e é mais disso que essa terapia se trata.

Bora experimentar?

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Diário - Vierkenes - Página 25 Empty Re: Diário - Vierkenes

19/12/2019, 13:20
Vierkenes, saudações.

Meu velho, é como o amigo falou aí em cima> procura pela TCC e vê se te ajuda.

Vou recorrer à hipnoterapia porque sinto uma aflição horrível quando lembro de meu pai. Preciso resolver esse problema
pra poder seguir em frente. Mas reconheço que isso não será o suficiente: coisas do meu dia-a-dia não serão resolvidas
pela hipnoterapia. Estou cogitando fortemente fazer a TCC depois da hipnoterapia.

Mano, sobre essa questão de ter potencial e ser um fracasso, eu te entendo. Desde a época do colégio, havia outros alunos
"melhores" do que eu (entre aspas porque não considero que tirar nota mais alta faz de alguém um aluno melhor), mas eu
sempre me esforçava e acabava melhorando todo o ano. Cheguei até em ficar no primeiro lugar da sala por uns 2 anos, alternando
com um amigo meu da época.

A questão é que, como você, eu vejo que é uma merda ver que há potencial em si e não conseguir converter esse potencial em ações.
Eu tenho vários planos, mas acabo recorrendo a PMO vez ou outra e minha autoestima vai pra pqp. Com isso, o plano fica só no papel.
É angustiante passar por essas merdas.

Contudo, sei que isso tudo é nossa mente de viciado que quer nos manter presos ao vício pro resto de nossas existência. Foda-se essa fdp.
Nós precisamos lutar todo minuto, toda hora, todo dia pra conseguir fazer que esse Reboot valha à pena.
Estou praticando as atividades de religação, mas o vício ainda atormenta minha mente, de forma diária. Estou usando bloqueadores em
tudo quando é canto: bloqueando youtube, instagram etc. O primeiro passo é eliminar esses gatilhos.
Depois, é fazer com que as atividades de religação sejam pequenos antídotos pra nossa autoestima. Comece a fazer alguma atividade
desse gênero e vá injetando um pouco de energia na sua autoestima. Vai demorar pra você ver resultados satisfatórios, mas entenda
que esse trabalho, como tudo na vida, leva tempo e paciência.

Desculpa por relatar coisas que acontecem comigo aqui no seu diário, mas achei que,s se você visse alguém que passa por algo parecido (além do vício),
te ajudaria de alguma forma.

Estarei orando por você. Abraço !

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Diário - Vierkenes - Página 25 Empty Re: Diário - Vierkenes

19/12/2019, 20:01
Nobre Vierkenes, lamento pelo seu drama e venho lhe dizer que muito me solidarizo com o mesmo. Já disse que em muitas coisas me identifico com seu perfil de Rebooter, devido ao fato de ambos nós possuirmos mentes agitadas, demandantes de grande esforço a fim de que se vejam purificadas de qualquer má influência. Infelizmente não tenho muitas sugestões a dar a você na busca por desatar estes nós tão terríveis, mesmo porque por vezes até eu me pego em tal busca...

De todo modo, receba novamente um grande abraço meu e intensos votos de conquista. Não poderia deixar de dar uma passada em seu Diário.

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23/12/2019, 13:34
Meus caros amigos, é muito bom ver que vocês me acompanham e me incentivam.

Serei um pouco direto hoje e irei logo ao post. Sobre essa questão da TCC, acredito que não deve ter nenhum profissional que trabalha com isso por aqui. De qualquer modo, irei conferir, procurar, mas acho que vai ser difícil. Se eu encontrar, tenham certeza de que experimentarei!

Dia 9 do reboot

Estou tranquilo quanto a experiência relatada nos últimos posts. Mas não tranquilo com a minha condição de celibato forçado. Isso me faz sofrer muito. Espero não passar mais 5 anos de minha sem sexo, sem toque íntimo, sem essas coisas que fazem tão bem de vez em quando.

Estou me sentindo perdido. Não estou bem. A experiência diz que o reboot e o bem estar tem tudo a ver. Se estou com 50 dias, por exemplo, é sinal de que estou mais equilibrado, mas centrado, lidando melhor com os desafios da vida. Se estou com poucos dias, posso estar me sentindo mal, pessimista, sem nada andar pra frente.

Então eu sigo com o reboot. Por um lado, o reboot não é suficiente pra mim. Por outro, sem ele, nada vai pra frente. Não adianta. Eu sei muito bem que essa porcaria tem a capacidade de destruir nossos sonhos, destruir nosso progresso. Creio que isso tenha acontecido no passado. Mas não vou deixar que isso aconteça mais, mesmo que eu recaia algumas vezes pelo caminho.

Estou com planos pessoais pra desenvolver aqui, inclusive pra ganhar dinheiro. Vou me dedicar ao que realmente gosto, e fazer por conta própria. Uma escolha que muitos considerariam arriscada, mas que pra mim é a mais autêntica e livre. Prefiro levar uma vida mais modesta e fazer o que eu realmente amo, do que ganhar mais e estar num lugar que eu não quero. Isso é complicado. As vezes bate uma insegurança, mas eu logo vejo que isso é besteira, porque eu amo essas atividades, e tenho certeza de que posso fazer elas perfeitamente.

É aí que entra o reboot. Eu trabalho com minha sensibilidade e energia. Eu tenho que cuidar dessas duas coisas, ou o trabalho pode desandar. Atingir marcas cada vez maiores é fundamental pro meu trabalho, pra eu faze-lo bem feito e com o máximo de empenho. Com porn, tudo dá errado, lembrem-se bem disso.

Ainda me lembro de momentos absolutamente constrangedores, em que tentei iniciar atividades e deu tudo errado. Me lembro do total desastre que foi tentar fazer uma oficina de teatro. Eu tava com 4 ou 5 dias de reboot, um total retardado na aula. A dinâmica do exercício envolvia imitar animais e reproduzir os movimentos. Uma menina tava lá tava de quatro, andando como um....cachorro. Ora, os cachorros andam de quatro, qual o problema disso? Homens andam de quatro, mulheres andam de quatro. Isso é muito normal. Mas pra um viciado em pornografia, nada é normal. Adivinhem que tipo de coisa tava passando na minha cabeça, com apenas 4 dias de reboot, tendo enchido a cabeça de porcaria?

Sei que foi horrível e eu saí de lá correndo. O vício em pornografia contribuiu enormemente pra isso. Se eu tivesse com 90 dias de reboot, faria o curso inteiro, estaria livre, desenvolto, tranquilo e sereno. É complicado, o vício em pornografia.

Bom, ontem eu sai com um amigo e a namorada dele. Tinhamos planejado uma coisa - ele iria me ajudar, me dar dicas pra divulgar meu nome na praça. Mas não foi isso que aconteceu. Acabamos indo pro rio, eu, ele, a namorada e o filho deles.

Sabem, graças a Deus que eu não sinto inveja. Eu não me importo nem um pouco de ver outros casais, etc. Mas eu me sinto realmente estranho, as vezes. Quando fui na casa deles, eu senti um clima de intimidade. Eles moram juntos. Ela estava bem a vontade. Talvez eles façam sexo naquela sala, naquele sofá - eu faria, e muito, se morasse sozinho e tivesse uma namorada. Como eu disse, eu não tenho inveja de ninguém, mas me sinto constrangido por praticamente nunca ter experimentado isso. Depois, que fomos pro rio, eles ficaram lá, no momento deles. Sorte que chegou outros amigos, e eu fiquei conversando. Mas de vez em quando eu olhava pra eles, os dois abraçados no rio, tomando sol. Se beijando ocasionalmente, dando carinho um pro outro. Sorrindo felizes, naquele momento. Eu pensei que esses momentos são bons pra caralho, e aumentam a saúde, a disposição, e o vigor em uns 1000%. É claro que tem outras coisas - exercício físico, por exemplo - mas eu pensei que essa sensação de estar junto, num lugar desses, é insuperável. Quem me acompanha sabe um pouco da minha história e das minhas faltas, então não seria nada estranho se eu dissesse que isso é simplesmente uma das coisas que eu mais preciso nesse momento. Seria curativo pra mim. Me levaria longe. Eu iria praticamente me tornar outra pessoa, tamanha seria a quantidade de energia liberada. Mesmo que fosse com algum caso eventual - sem problemas. Contanto que fosse sincero e honesto, não importando se é apenas uma tarde e nada mais.

Claro, minha mente é obsessiva e meio doente. Fica dando loops, me aprisiona, me impede de ver as coisas. Isso contribuiu muito pro meu mal estar, mas mesmo que não fosse isso....eu simplesmente já vivo nessa falta de contato a décadas. Tirando a breve experiência de 6 meses que tive, que foi a única de minha vida.

Também um dia desses, eu trabalhei pra um amigo. Fiquei na loja dele, já que ele ia viajar. Foi, literalmente, minha primeira experiência de trabalho. Foi interessante, porque desmistifiquei um pouco a coisa e vi como é. Ganhei 40 reais - fiquei com a metade dos lucros da noite. E entendi um pouquinho como funciona o trabalho, o dinheiro e essas coisas. Vi que quanto mais dinheiro você ganha, mais você gasta. E pensei que realmente gostaria de ter uma vida mais modesta e mais simples.

Nesse mesmo dia, puxei o maior papo com uma menina, turista, que entrou na loja. Vi que tenho mais facilidade de fazer contato ou amizade com quem tá aqui de passagem do que com os moradores de fato. E isso é bom, porque tem muita gente bacana que passa por aqui. As vezes esses encontros são maravilhosos, mesmo que durem pouco. De modo que puxei conversa com ela, eu vi que ela tava aberta, talvez estivesse até querendo isso mesmo. Eu logo achei ela muito bonita (tinha achado desde o início), simplesmente simpatizei com ela. E quis, indiretamente e de modo muito suave, dar em cima dela. Não fui direto e explícito, eu tava na loja trabalhando e tal. Mas ela ficou de me adicionar no facebook - estava sem celular. Disse pra ela que podia mostrar uns lugares muito bons aqui na cidade. O legal daqui é que dá pra fazer isso fácil, com qualquer pessoa. Mulher então, é o que não falta. E de vários lugares do mundo. Não tem nenhuma dúvida de que é muito fácil arranjar um parceiro ou uma parceira aqui, principalmente gente que tá de passagem. Mas como eu sou uma pessoa adoecida, isso não é tão simples pra mim.

Me recordei do texto que postei lá no dia 53, que se não me engano, tá no topo da página. Um texto bonito e tudo o mais, fui até elogiado aqui. Naquele momento, eu não me referia só a largar a pornografia, mas a todo um modo de existir. A questão é que eu ainda estou nesse ponto de transição. Eu não posso continuar existindo como existi até aqui. Um cara reprimido, que não diz o que sente. Que não admite seu desejo. Um cara que não faz sexo, nem nunca fica com ninguém. Que tem a vontade fraca e deixa os outros montarem em cima. Que não tem iniciativa pras coisas. Que tá em boa parte do tempo sem energia. Que não consegue fazer as coisas. Em resumo: todas as coisas que eu fui esse tempo todo, nos últimos 14 anos, em que estive consumindo pornografia de forma maciça. É muito difícil determinar até onde a pornografia interferiu nessas coisas, já que ela praticamente sempre esteve presente na minha vida. Mas isso deve ser besteira, porque tem caras viciados que tem um comportamento totalmente diferente: pra frente, dando em cima de todas as mulheres, extrovertido, conseguindo fazer qualquer coisa. Bom, julguem vocês mesmos e tirem suas conclusões.

Hoje não estou muito bem. Fiquei sem beber por alguns dias - uns 3 ou 4. Parece que estou mais sensível ao efeito depressor do álcool. Não posso abusar disso, ou minha energia é drenada. Ontem eu fui invadido pelo que chamo de falta - a sensação de que me falta o contato, o toque, e o sexo, principalmente - e acabei bebendo. Pra piorar, não tinha dormido quase nada ontem por algum motivo. Ontem também me intoxiquei bastante. Cerveja, muito cigarro, o famoso "podrão". Comida ruim, etc. Mas estranhamente, acordei me sentindo bem hoje. Tomei banho de sol e de rio - deveria fazer isso todo dia, é uma fonte maravilhosa de dopamina, cheguei a sorrir ao pular na água.

E aqui estou, sozinho na casa. Tem mais de 1 mês que to morando sozinho - eu não tinha esse hábito, e isso foi um pouco difícil pra mim. Mas o indício de que tem alguma coisa errada é o fato de que ninguém foi me visitar lá, ainda. É uma casa solitária, em que só eu ando e moro, em que não recebo ninguém. Ontem eu pensei que seria espetacular trazer uma mulher pra transar lá, na casa onde estou. Talvez isso aconteça, quem sabe? Não é impossível, apenas muito raro e difícil, com o andar das coisas e as experiências antecedentes. Mas pode acontecer. E eu queria, além de transar, ter um orgasmo. O vício me deu uma ER severa, que só cura com 30 ou mais dias, de preferência em hard mode. Passei 6 meses namorando e só tive um orgasmo, no nosso último encontro - ou seja, só tive um orgasmo com penetração, em toda minha vida! Isso foi foda. Queria experimentar essa sensação de novo, pois é muito bom. Sem camisinha e com amor então, é uma das melhores sensações do mundo, sem exageros.

Enquanto isso, vou fazendo o reboot. A tendência é meu estado geral de ânimo melhorar, com o tempo. A casa está um lixo, e eu não estou conseguindo organizar ela. Estou com pouca estrutura. Ainda não consegui me organizar pra começar a trabalhar - eu já devia estar fazendo isso a um tempo. As vezes me pergunto o que estou fazendo aqui. Mas sem dúvidas, muito melhor do que a vida que eu levava antes, morando em um apartamento, preso entre o computador, a televisão e o bar do lado de casa. Era horrível. Eu adoeci com esse esquema. Quanto tempo vivi assim?

Não tem problema. Temos muito pela frente.

Por enquanto é isso. 9 dias e adiante!

Bom reboot pra todos.

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24/12/2019, 10:32
vierkenes escreveu:Meus caros amigos, é muito bom ver que vocês me acompanham e me incentivam.

Serei um pouco direto hoje e irei logo ao post. Sobre essa questão da TCC, acredito que não deve ter nenhum profissional que trabalha com isso por aqui. De qualquer modo, irei conferir, procurar, mas acho que vai ser difícil. Se eu encontrar, tenham certeza de que experimentarei!

Dia 9 do reboot

Estou tranquilo quanto a experiência relatada nos últimos posts. Mas não tranquilo com a minha condição de celibato forçado. Isso me faz sofrer muito. Espero não passar mais 5 anos de minha sem sexo, sem toque íntimo, sem essas coisas que fazem tão bem de vez em quando.

Estou me sentindo perdido. Não estou bem. A experiência diz que o reboot e o bem estar tem tudo a ver. Se estou com 50 dias, por exemplo, é sinal de que estou mais equilibrado, mas centrado, lidando melhor com os desafios da vida. Se estou com poucos dias, posso estar me sentindo mal, pessimista, sem nada andar pra frente.

Então eu sigo com o reboot. Por um lado, o reboot não é suficiente pra mim. Por outro, sem ele, nada vai pra frente. Não adianta. Eu sei muito bem que essa porcaria tem a capacidade de destruir nossos sonhos, destruir nosso progresso. Creio que isso tenha acontecido no passado. Mas não vou deixar que isso aconteça mais, mesmo que eu recaia algumas vezes pelo caminho.

Estou com planos pessoais pra desenvolver aqui, inclusive pra ganhar dinheiro. Vou me dedicar ao que realmente gosto, e fazer por conta própria. Uma escolha que muitos considerariam arriscada, mas que pra mim é a mais autêntica e livre. Prefiro levar uma vida mais modesta e fazer o que eu realmente amo, do que ganhar mais e estar num lugar que eu não quero. Isso é complicado. As vezes bate uma insegurança, mas eu logo vejo que isso é besteira, porque eu amo essas atividades, e tenho certeza de que posso fazer elas perfeitamente.

É aí que entra o reboot. Eu trabalho com minha sensibilidade e energia. Eu tenho que cuidar dessas duas coisas, ou o trabalho pode desandar. Atingir marcas cada vez maiores é fundamental pro meu trabalho, pra eu faze-lo bem feito e com o máximo de empenho. Com porn, tudo dá errado, lembrem-se bem disso.

Ainda me lembro de momentos absolutamente constrangedores, em que tentei iniciar atividades e deu tudo errado. Me lembro do total desastre que foi tentar fazer uma oficina de teatro. Eu tava com 4 ou 5 dias de reboot, um total retardado na aula. A dinâmica do exercício envolvia imitar animais e reproduzir os movimentos. Uma menina tava lá tava de quatro, andando como um....cachorro. Ora, os cachorros andam de quatro, qual o problema disso? Homens andam de quatro, mulheres andam de quatro. Isso é muito normal. Mas pra um viciado em pornografia, nada é normal. Adivinhem que tipo de coisa tava passando na minha cabeça, com apenas 4 dias de reboot, tendo enchido a cabeça de porcaria?

Sei que foi horrível e eu saí de lá correndo. O vício em pornografia contribuiu enormemente pra isso. Se eu tivesse com 90 dias de reboot, faria o curso inteiro, estaria livre, desenvolto, tranquilo e sereno. É complicado, o vício em pornografia.

Bom, ontem eu sai com um amigo e a namorada dele. Tinhamos planejado uma coisa - ele iria me ajudar, me dar dicas pra divulgar meu nome na praça. Mas não foi isso que aconteceu. Acabamos indo pro rio, eu, ele, a namorada e o filho deles.

Sabem, graças a Deus que eu não sinto inveja. Eu não me importo nem um pouco de ver outros casais, etc. Mas eu me sinto realmente estranho, as vezes. Quando fui na casa deles, eu senti um clima de intimidade. Eles moram juntos. Ela estava bem a vontade. Talvez eles façam sexo naquela sala, naquele sofá - eu faria, e muito, se morasse sozinho e tivesse uma namorada. Como eu disse, eu não tenho inveja de ninguém, mas me sinto constrangido por praticamente nunca ter experimentado isso. Depois, que fomos pro rio, eles ficaram lá, no momento deles. Sorte que chegou outros amigos, e eu fiquei conversando. Mas de vez em quando eu olhava pra eles, os dois abraçados no rio, tomando sol. Se beijando ocasionalmente, dando carinho um pro outro. Sorrindo felizes, naquele momento. Eu pensei que esses momentos são bons pra caralho, e aumentam a saúde, a disposição, e o vigor em uns 1000%. É claro que tem outras coisas - exercício físico, por exemplo - mas eu pensei que essa sensação de estar junto, num lugar desses, é insuperável. Quem me acompanha sabe um pouco da minha história e das minhas faltas, então não seria nada estranho se eu dissesse que isso é simplesmente uma das coisas que eu mais preciso nesse momento. Seria curativo pra mim. Me levaria longe. Eu iria praticamente me tornar outra pessoa, tamanha seria a quantidade de energia liberada. Mesmo que fosse com algum caso eventual - sem problemas. Contanto que fosse sincero e honesto, não importando se é apenas uma tarde e nada mais.

Claro, minha mente é obsessiva e meio doente. Fica dando loops, me aprisiona, me impede de ver as coisas. Isso contribuiu muito pro meu mal estar, mas mesmo que não fosse isso....eu simplesmente já vivo nessa falta de contato a décadas. Tirando a breve experiência de 6 meses que tive, que foi a única de minha vida.

Também um dia desses, eu trabalhei pra um amigo. Fiquei na loja dele, já que ele ia viajar. Foi, literalmente, minha primeira experiência de trabalho. Foi interessante, porque desmistifiquei um pouco a coisa e vi como é. Ganhei 40 reais - fiquei com a metade dos lucros da noite. E entendi um pouquinho como funciona o trabalho, o dinheiro e essas coisas. Vi que quanto mais dinheiro você ganha, mais você gasta. E pensei que realmente gostaria de ter uma vida mais modesta e mais simples.

Nesse mesmo dia, puxei o maior papo com uma menina, turista, que entrou na loja. Vi que tenho mais facilidade de fazer contato ou amizade com quem tá aqui de passagem do que com os moradores de fato. E isso é bom, porque tem muita gente bacana que passa por aqui. As vezes esses encontros são maravilhosos, mesmo que durem pouco. De modo que puxei conversa com ela, eu vi que ela tava aberta, talvez estivesse até querendo isso mesmo. Eu logo achei ela muito bonita (tinha achado desde o início), simplesmente simpatizei com ela. E quis, indiretamente e de modo muito suave, dar em cima dela. Não fui direto e explícito, eu tava na loja trabalhando e tal. Mas ela ficou de me adicionar no facebook - estava sem celular. Disse pra ela que podia mostrar uns lugares muito bons aqui na cidade. O legal daqui é que dá pra fazer isso fácil, com qualquer pessoa. Mulher então, é o que não falta. E de vários lugares do mundo. Não tem nenhuma dúvida de que é muito fácil arranjar um parceiro ou uma parceira aqui, principalmente gente que tá de passagem. Mas como eu sou uma pessoa adoecida, isso não é tão simples pra mim.

Me recordei do texto que postei lá no dia 53, que se não me engano, tá no topo da página. Um texto bonito e tudo o mais, fui até elogiado aqui. Naquele momento, eu não me referia só a largar a pornografia, mas a todo um modo de existir. A questão é que eu ainda estou nesse ponto de transição. Eu não posso continuar existindo como existi até aqui. Um cara reprimido, que não diz o que sente. Que não admite seu desejo. Um cara que não faz sexo, nem nunca fica com ninguém. Que tem a vontade fraca e deixa os outros montarem em cima. Que não tem iniciativa pras coisas. Que tá em boa parte do tempo sem energia. Que não consegue fazer as coisas. Em resumo: todas as coisas que eu fui esse tempo todo, nos últimos 14 anos, em que estive consumindo pornografia de forma maciça. É muito difícil determinar até onde a pornografia interferiu nessas coisas, já que ela praticamente sempre esteve presente na minha vida. Mas isso deve ser besteira, porque tem caras viciados que tem um comportamento totalmente diferente: pra frente, dando em cima de todas as mulheres, extrovertido, conseguindo fazer qualquer coisa. Bom, julguem vocês mesmos e tirem suas conclusões.

Hoje não estou muito bem. Fiquei sem beber por alguns dias - uns 3 ou 4. Parece que estou mais sensível ao efeito depressor do álcool. Não posso abusar disso, ou minha energia é drenada. Ontem eu fui invadido pelo que chamo de falta - a sensação de que me falta o contato, o toque, e o sexo, principalmente - e acabei bebendo. Pra piorar, não tinha dormido quase nada ontem por algum motivo. Ontem também me intoxiquei bastante. Cerveja, muito cigarro, o famoso "podrão". Comida ruim, etc. Mas estranhamente, acordei me sentindo bem hoje. Tomei banho de sol e de rio - deveria fazer isso todo dia, é uma fonte maravilhosa de dopamina, cheguei a sorrir ao pular na água.

E aqui estou, sozinho na casa. Tem mais de 1 mês que to morando sozinho - eu não tinha esse hábito, e isso foi um pouco difícil pra mim. Mas o indício de que tem alguma coisa errada é o fato de que ninguém foi me visitar lá, ainda. É uma casa solitária, em que só eu ando e moro, em que não recebo ninguém. Ontem eu pensei que seria espetacular trazer uma mulher pra transar lá, na casa onde estou. Talvez isso aconteça, quem sabe? Não é impossível, apenas muito raro e difícil, com o andar das coisas e as experiências antecedentes. Mas pode acontecer. E eu queria, além de transar, ter um orgasmo. O vício me deu uma ER severa, que só cura com 30 ou mais dias, de preferência em hard mode. Passei 6 meses namorando e só tive um orgasmo, no nosso último encontro - ou seja, só tive um orgasmo com penetração, em toda minha vida! Isso foi foda. Queria experimentar essa sensação de novo, pois é muito bom. Sem camisinha e com amor então, é uma das melhores sensações do mundo, sem exageros.

Enquanto isso, vou fazendo o reboot. A tendência é meu estado geral de ânimo melhorar, com o tempo. A casa está um lixo, e eu não estou conseguindo organizar ela. Estou com pouca estrutura. Ainda não consegui me organizar pra começar a trabalhar - eu já devia estar fazendo isso a um tempo. As vezes me pergunto o que estou fazendo aqui. Mas sem dúvidas, muito melhor do que a vida que eu levava antes, morando em um apartamento, preso entre o computador, a televisão e o bar do lado de casa. Era horrível. Eu adoeci com esse esquema. Quanto tempo vivi assim?

Não tem problema. Temos muito pela frente.

Por enquanto é isso. 9 dias e adiante!

Bom reboot pra todos.



Fala, Vierkenes !

Meu caro, tenho um colega que é relativamente mais novo que eu e com quem eu converso bastante. Um dos maiores problemas pelo qual ele passa é
justamente essa questão da falta de toque. Ele me disse que nunca recebeu amor da mãe dele da forma adequada; nunca namorou; suspeito que ele
nunca tenha beijado na vida. O conselho que eu dei pra ele talvez se aplique a você: meu velho, foca em se desenvolver como pessoa ! Acho que você
está fazendo o Reboot não apenas para largar o vício, mas para ser um cara foda, que se ama e que se respeita acima de tudo.

Por isso, foque em desenvolver esse trabalho que você disse. No começo, vai ser difícil mesmo; nem sei do que se trata, mas a tendência é que, quando
começamos um empreendimento, as dificuldades sejam bem maiores do que se fossemos assumir uma carreira pública, por exemplo. Não é por ser
difícil que você não vai fazer, contudo ! Caso seja possível, converse com esse seu amigo e veja se ele pode arrumar um emprego pra você, mesmo que
seja de forma temporária. Ficar menos tempo em casa vai te fazer um bem danado.

O que eu achei mais bacana do seu relato foi que percebi que você sabe onde buscar dopamina, mas precisa fazê-lo com mais frequência.
Vá tomar banho de rio todo dia, cabra ! Se te faz bem, aproveite !

Agora, percebi também que você talvez não tenha a trava que muitos caras têm de falar e de estabelecer uma conversa agradável com uma guria, por exemplo.
Tente fazer isso mais vezes; convide uma ou outra garota pra sair, tomar um café, algo do tipo. E tente não ficar se pressionando pra beijar a garota, pra transar com ela...
Nosso cérebro é um bicho safado, cara! Se ficarmos pensando sempre nos "finalmentes", nosso corpo vai reagir de uma forma que você não consiga chegar a esses objetivos.

Peço desculpas por escrever de forma desordenada, mas sou meio bicho do mato rs.

Seguirei orando por você, meu velho. Um abraço, e desejo que seu ano de 2020 seja uma ano de uma verdadeira revolução na sua vida.

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Acompanhe Minha Jornada   >>> http://www.comoparar.com/t9766-diario-do-vitrola-primeiro-passo-para-a-liberdade-mental-10-11-19   cheers  cheers


Oração da Serenidade: "Concedei-nos, Senhor, a serenidade necessária para aceitar as coisas que não podemos modificar, coragem para modificar aquelas que podemos e sabedoria para distinguir umas das outras".


"Aquele que tem um porque para viver, pode enfrentar quase todos os comos."( Nietzsche)
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Diário - Vierkenes - Página 25 Empty Re: Diário - Vierkenes

25/12/2019, 19:45
Caro Vitrola, suas palavras são muito significativas, e me motivaram a falar mais de minha situação. Vamos por partes.

Acredito estar gravemente doente a muito tempo. Hoje estou me sentindo desesperado, pois não estou conseguindo vencer as minhas questões, mudar as minhas características doentias. E sem essas mudanças, eu não vou conseguir largar a pornografia. É um fato, para mim.

1) Passar anos e mais anos reprimindo meu desejo foi mortífero pra mim. O grau de violência foi muito grande. Já passei por dezenas de situações em que o desejo, o tesão, a vontade de estar junto era muito alta, e isso foi simplesmente engolido e colocado debaixo do tapete, com mil pedras em cima pra nada aparecer. Foi demais pra mim. Vou levar anos pra me curar dessas mazelas

2) Minha mente é obsessiva, e fica sempre girando em torno de um único ponto. Ela é unilateral; parece um piano de uma nota só. Isso evidentemente me impede de ver e avaliar as coisas corretamente. Você está muito correto ao dizer que eu devo focar em outras coisas; não tem dúvida nenhuma disso. Mas os pensamentos obsessivos, sempre sobre o mesmo tema, impedem meu progresso. É torturante viver com uma mente dessas. Eu não tenho paz mental, nem muita clareza das coisas. Minha mente é meu maior inimigo, e ela está comigo 24 horas por dia.

3) Vivi durante muitos e muitos anos em um estado de completa imobilidade. Sabem quando eu digo que paraliso com uma mulher que desejo? Pois é, infelizmente não é apenas nesse tipo de situação que eu paraliso. Passei anos sem fazer absolutamente nada, bebendo no bar do lado de casa, assistindo tv o dia todo e consumindo um monte de pornografia. Eu não sei o que é ser produtivo. Não sei o que é me mexer. Sinto como se estivesse viciado em fazer nada. É como se minha atividade preferida de todas fosse beber sozinho no bar, e depois ir pra casa fazer nada. Isso é altamente doentio.

4) Sinto uma solidão profunda, a muito tempo- não me refiro a parte sexual. Curiosamente, eu sou uma pessoa simpática - ou assim me consideram. Eu tenho amigos, tenho pessoas que gostam de mim. Mas é como se houvesse uma barreira entre eu e os outros. Eu recuso contato. Eu prefiro ir pro bar beber sozinho do que sair na companhia de amigos, ou até mesmo do que beber em companhia de amigos - é muito diferente beber sozinho e beber acompanhado. Eu não consigo sentir que estou ligado afetivamente as outras pessoas, não consigo convida-las para fazer algo, ou chama-las para visitar minha casa. Quando me chamam, muitas das vezes eu recuso. Eu não sei ao certo porque sou assim, mas isso me faz sofrer em um grau severo.

5) Possuo muita rigidez mental, nenhuma firmeza e nenhuma determinação. Sou muito autocrítico, e não necessariamente isso é ruim, mas se torna um grande empecilho pra vida quando você deixa de fazer as coisas por medo de errar. Estou com planos pessoais a muito tempo, pra fazer aqui, mas não consigo mover uma palha. Ao invés de simplesmente fazer - é tão simples fazer as coisas! - minha mente entra em mil elaborações, e eu fico achando que vai ficar imperfeito, que falta algo, ou coisas do tipo. E o resultado final é que nada é feito; eu vou pro bar beber e passar o resto do dia imóvel.

Esse é um pequeno resumo. Eu estou a quase 3 meses aqui, e estou na COMPLETA IMOBILIDADE. Esse estado pode me levar facilmente a uma doença física grave. Totalmente estagnado. Não estou produzindo nada. Não estou gerando renda. Não estou sendo útil pros outros. Não estou desenvolvendo habilidades ou coisas do tipo. Estou levando uma vida 100% inútil. Minha vida está sem propósito. O pior é que eu já vivo assim a muito tempo. Acho que vivi minha vida inteira assim. Foram raros os momentos em que fui diferente disso.

Curiosamente, eu sei que tenho um lado que é o oposto disso. Eu sei dentro de mim que posso ser produtivo, que posso estar junto, posso amar, posso ser útil pros outros, etc.

Estou me sentindo realmente desesperado por não conseguir quebrar esses padrões. Não vejo como vencer o vício desse jeito. É praticamente o oposto do recomendado. Alguém que vive assim não vai se livrar de vício nenhum.

Ontem fui chamado pra casa de um amigo, passar o natal. Adivinhem pra onde eu fui? Pra um bar, e lá fiquei conversando com um cara totalmente aleatório. Hoje já estou querendo beber de novo, mesmo me sentindo deprimido pelo efeito de ter bebido ontem.

Minha vida está sem propósito a muito tempo. Isso me parece mais uma vida suicida. Vazia e sem objetivo. Parece que meu único objetivo é beber e não fazer nada, dormir pra ficar o dia todo em casa parado, e beber de novo de tarde. Estou ficando cego pras coisas boas da vida, pras pessoas boas ao meu redor.

Pra terminar, queria dizer que as duas coisas que eu mais preciso são: 1) carinho e contato físico 2) trabalho! trabalho! trabalho!

Acho que o segundo item está pesando bem mais agora. Não sei o que fazer. Tenho planos, mas não existe concretização, porque não existe uma vontade direcionada e manifesta - e olha que eu já vivo assim a anos, isso é que é o mais impressionante.

Amanhã, se Deus quiser, vou pra cidade vizinha comprar umas coisas pra começar meu trabalho. É claro, eu poderia fazer de qualquer jeito - dá pra fazer um filme com um celular, gravar um disco no aplicativo do celular, fazer um quadro com um toco de lápis, ou tocar bateria em um balde, se for necessário. O correto mesmo é fazer de qualquer jeito! Com erro, com tudo! Que fique tosco! O que interessa mesmo é começar!

Espero que minha mente compreenda bem esses pontos.

Estou muito mal. Minhas energias estão estagnadas em um grau severo, e fico com medo de onde isso pode me levar.

Mas sigamos em frente.

Bom reboot pra todos!

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27/12/2019, 10:12
Bom dia a todos.

Venho aqui relatar um pequeno progresso.

Ontem, iluminado por algum anjo, resolvi ir pro rio meditar. Como vocês sabem, minha mente é como um cavalo descontrolado rumo ao precipício, e isso atrapalha toda a minha vida, incluindo o reboot. Isso me faz sofrer muito e atrasa o lado no grau maximo.

Quem quiser ir um pouco mais longe nessa vida, tem que controlar a mente. Quem tem ela descontrolada esta sujeito ao tormento dos infernos, 24 horas por dia.

Entao, decidi meditar no meio da natureza. Me sentei calmamente numa pedra, fixei o olhar em um ponto e me deixei invadir pelo som do rio correndo. Caras, foi espetacular. Senti alívio e clareza imediatamente. Nao foi fácil, é claro. Ela resistia e divagava, mas eu logo pensei: eu eu domo e coloco ela na rédea, ou ela vai me levar pro buraco e matar. Portanto, trate de voltar pro seu ponto fixo. Nao importa quantas vezes você fuja e divague, eu vou trazer você de volta ao centro. Pode ser 500 mil vezes, sem problemas. Eu tenho tempo pra isso.

E assim, meditei. Se eu quiser seguir na vida e no reboot, ter paz e tranquilidade, eu tenho que seguir esse caminho. Meditação é a minha cura. Eu preciso disso como um sedento no deserto. Se eu nao meditar, vou estar sempre desequilibrado e infeliz.

Cansei de ser conduzido pelo descontrole e ilusão! Foda-se, eu vou assumir o controle da minha mente. Eu posso e mereço paz e harmonia! Descobri o meu remédio!

Ontem eu também treinei capoeira. Meu corpo estava implorando por movimento - ele estava totalmente parado a um tempo. Eu gosto muito de capoeira, e quero ir alem do que ja fui. Vou continuar treinando. Sozinho também: vai ser meu momento se me fortalecer, de gastar energia, de me sentir melhor. Vamos que vamos.

Depois do treino, encontrei uns conhecidos que fazia tempo que eu nao via - dois casais - e sai com eles. Nao me importo de sair com casais, as pessoas namoram, casam, e isso é normal. Em algum momento será minha vez, afinal, eu também quero desfrutar desse prazer. Em um momento, entramos no mercado, a menina resolveu comprar preservativo. Dai ela tava lá escolhendo entre o de morango ou de chocolate, ela vira pra mim, com um sorriso de quem ia transar muito (é sério!) e me pergunta qual eu prefiro...

No momento, eu pensei varias barbaridades. Pensei coisas violentas e ofensivas. Mas evidentemente eu nao ia ofender ela. Falei pra ela perguntar pro namorado. E ela insistiu, dizendo que tava perguntando pra mim. Eu me enchi de ódio, começei a pensar: "sera que essa puta vai dar pra mim? Eu comeria ela por 10 reais, é isso que ela vale". Mas nao falei nada. Isso tudo, é claro, porque sou frustrado em um grau extremo,e isso me mata. Se eu nao fosse, nao teria me importado tanto, mas ainda achei a pergunta inconveniente.Sou do tempo em que camisinha interresa só ao casal e a mais ninguém. Nao tenho interesse nenhum em saber se os outros vão transar hoje, ou se usam preservativo de chocolate ou de morango.

Continuei com eles, apesar do fato de ter ficado " negativo" pelo comentario da menina. Consegui esquecer isso e me divertir um pouco. Ate que uma hora, a mesma menina me pergunta: "vierkenes, porque vocé nao arranja uma namorada? Ou fica com alguem? Sempre te vejo só.É muito bom, você devia tentar".

Nesse momento, eu fervi de ódio. Pensei em esganar e estuprar aquela puta, ali mesmo. Em meter nela até ela sangrar. Me perdoem o linguajar. Senti vontade de expressar isso aqui.

5 minutos depois, me despedi e fui embora. Bebi um monte, movido por esse sentimento de frustração. Pensei varias merdas, ate na hora de dormir.

Mas no final de tudo,pensei que sempre podemos meditar. Que eu nao devia ter me doido tanto pelo comentario dela, que ela é ela, eu sou eu. Ela pode falar a merda que quiser, ela é livre pra isso. Eu deveria ser mais autentico e mais seguro de mim. Ela nao sabe nada de mim: falou em ignorancia. Eu deveria estar mais vazio - a mente mais vazia e fluida, mais cheia de mim. E entao tais comentarios nao me afetariam tanto.

A partir de hoje, meditar é o objetivo principal de minha vida. Ou eu me curo, ou terei minha vida desperdiçada pelo descontrole.

Bom reboot pra todos.

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29/12/2019, 20:47
Cai hoje, dia 29 de dezembro de 2019.

O vicio em pornografia é extremamente cruel. Me assusta pensar que muitos estão nessa, que eu ja consumi isso diariamente por 14 anos.

Como todos que me acompanham ja sabem, eu enfrento inimigos terríveis. Isolamento. Paralisia. Rigidez mental. Estagnação. Vício em álcool. Frustraçao e traumas sexuais. Nao acredito que foi o vicio em porn que me causou essas coisas. Esses são desafios pessoais e de personalidade. Talvez parar com porn por mais de 90 dias nao seja suficiente pra mudar isso tudo.

Mas o que posso dizer é que minha situação é tao grave que, se eu afundasse demais em porn agora, estaria até correndo risco de vida. Nao posso afundar nisso. Talvez eu terminasse até me matando.

Algumas coisas contribuiram pra queda. Tensão extrema causada pela tentativa de vencer minhas limitações. Varias noites sem dormir - isso é absolutamente mortifero. Estou, de fato, a uns 4 ou 5 dias dormindo 3 ou 4 horas por dia. Isso me deixa no pior estado possível.

A queda ocorreu através de um site, velho conhecido, que nao é bloqueado pelo spin. Acho que todas as ultimas vezes que cai foram através desse site, inclusive quando tava com mais de 50 dias. Só pra vocês terem ideia, eu nem tenho na cabeça o endereço, mas nesses momentos, sempre encontro muito fácil. Eu vi que o spin tem um email pra sugestões, incluindo o envio de sites que nao são bloqueados, pra que eles possam somar na lista. Aparentemente eles respondem. Eu enviei o email com o site, e vou aguardar a resposta, enviar outro email se preciso. Estou confiando na seriedade dos desenvolvedores e espero estar contribuind pra todo mundo que sofre desse problema.

Atualmente, meu maior problema, a meu ver, é a NEGAÇAO em seguir meu caminho. Isso é muito grave. Ou eu cedo e faço o que sei que tenho que fazer, ou estarei correndo sérios riscos.

Por Deus, nao da pra ficar com porn. Impossivel.

Outra: é só seguir no reboot que tudo melhora. Disso ninguém mais tem duvida. Infelizmente eu cai, eu vou sentir esse atraso. Bom mesmo seria um hard mode de pelo menos 20 dias, sem choro. Menos do que isso é só brincar de fazer reboot - ainda mais pra mim,que to no forum a quase 4 anos.

Caras, as coisas ja estavam bem complicadas pra mim, e eu joguei uma pá de bosta em cima, pra deixar tudo melado e difícil. Minha situação é grave. Nao quero continuar a viver a vida desgraçada que levei durante a maior parte de minha vida. Mas nao estou tendo sucesso em romper esses padrões. Frequentemente me pego pensando: "sera que nao vou conseguir, e vou ter que voltar a viver me masturbando todo dia, ficar fedendo a esperma derramado, achando que minha única perspectiva de sexo é ver outros transarem numa tela, e ainda por cima ter que viver alcoolizado 24 horas por dia?"

Pensamentos indignos, que nem mesmo correspondem a realidade. Aqui a gente aprende que cada dia é um aprendizado, que o aprendizado é cumulativo, e que mesmo que haja aparente regresso, o que houve foi mais experiencia e mais maturidade para aprender a lidar com a vida.

Sabem, eu nao faço o reboot pra conseguir sexo, como as vezes pode parecer. Se sinto uma falta imensa disso - de carinho e de contato, nem é de sexo em si - eu tenho meus motivos. Deixo aqui uma mensagem pros frustrados, baseado em minha experiencia própria: muito provavelmente nossa noção de sexo foi totalmente distorcida por essa porra. Claro, o sentimento de frustração é normal, somos homens adultos e precisamos disso de vez em quando. Mas a minha dica é: esqueçam ou ignorem qualquer pensanento ou reflexão séria sobre isso que venha antes dos 50 dias de reboot. Eu me membro bem como eu me senti da ultima vez que atingi essa meta. Eu ainda me sentia frustrado, mas era muito diferente. Eu me sentia mais em paz e equilibrado. Sabia diferenciar bem as coisas. Mais sensível sexualmente - isso é fundamental pra quem é frustrado. Era outra coisa. Eu nem sei explicar bem. Mas aconselho que segurem a onda e ignorem essas coisas antes de metas maiores. A diferença é estúpida.

Bom, amanha vou viajar, e vou virar o ano em grande estilo, mesmo com 1 ou 2 dias de reboot. Admito que estou muito preocupado em como essa queda vai afetar meus planos. Minha situação ta muito complicada, e ter o fator pornografia presente nesse momento seria fatal. Seria risco de vida pra mim.

Que Deus nos abençoe pra que a gente se livre dessa...

Bom reboot pra todos!

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Diário - Vierkenes - Página 25 Empty Re: Diário - Vierkenes

29/12/2019, 21:26
Força vierkenes nesse recomeço.
Feliz Ano Novo!

Abraços.

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Diário - Vierkenes - Página 25 Empty Re: Diário - Vierkenes

3/1/2020, 21:00
vierkenes escreveu:Cai hoje, dia 29 de dezembro de 2019.

O vicio em pornografia é extremamente cruel. Me assusta pensar que muitos estão nessa, que eu ja consumi isso diariamente por 14 anos.

Como todos que me acompanham ja sabem, eu enfrento inimigos terríveis. Isolamento. Paralisia. Rigidez mental. Estagnação. Vício em álcool. Frustraçao e traumas sexuais. Nao acredito que foi o vicio em porn que me causou essas coisas. Esses são desafios pessoais e de personalidade. Talvez parar com porn por mais de 90 dias nao seja suficiente pra mudar isso tudo.

Mas o que posso dizer é que minha situação é tao grave que, se eu afundasse demais em porn agora, estaria até correndo risco de vida. Nao posso afundar nisso. Talvez eu terminasse até me matando.

Algumas coisas contribuiram pra queda. Tensão extrema causada pela tentativa de vencer minhas limitações. Varias noites sem dormir - isso é absolutamente mortifero. Estou, de fato, a uns 4 ou 5 dias dormindo 3 ou 4 horas por dia. Isso me deixa no pior estado possível.

A queda ocorreu através de um site, velho conhecido, que nao é bloqueado pelo spin. Acho que todas as ultimas vezes que cai foram através desse site, inclusive quando tava com mais de 50 dias. Só pra vocês terem ideia, eu nem tenho na cabeça o endereço, mas nesses momentos, sempre encontro muito fácil. Eu vi que o spin tem um email pra sugestões, incluindo o envio de sites que nao são bloqueados, pra que eles possam somar na lista. Aparentemente eles respondem. Eu enviei o email com o site, e vou aguardar a resposta, enviar outro email se preciso. Estou confiando na seriedade dos desenvolvedores e espero estar contribuind pra todo mundo que sofre desse problema.

Atualmente, meu maior problema, a meu ver, é a NEGAÇAO em seguir meu caminho. Isso é muito grave. Ou eu cedo e faço o que sei que tenho que fazer, ou estarei correndo sérios riscos.

Por Deus, nao da pra ficar com porn. Impossivel.

Outra: é só seguir no reboot que tudo melhora. Disso ninguém mais tem duvida. Infelizmente eu cai, eu vou sentir esse atraso. Bom mesmo seria um hard mode de pelo menos 20 dias, sem choro. Menos do que isso é só brincar de fazer reboot - ainda mais pra mim,que to no forum a quase 4 anos.

Caras, as coisas ja estavam bem complicadas pra mim, e eu joguei uma pá de bosta em cima, pra deixar tudo melado e difícil. Minha situação é grave. Nao quero continuar a viver a vida desgraçada que levei durante a maior parte de minha vida. Mas nao estou tendo sucesso em romper esses padrões. Frequentemente me pego pensando: "sera que nao vou conseguir, e vou ter que voltar a viver me masturbando todo dia, ficar fedendo a esperma derramado, achando que minha única perspectiva de sexo é ver outros transarem numa tela, e ainda por cima ter que viver alcoolizado 24 horas por dia?"

Pensamentos indignos, que nem mesmo correspondem a realidade. Aqui a gente aprende que cada dia é um aprendizado, que o aprendizado é cumulativo, e que mesmo que haja aparente regresso, o que houve foi mais experiencia e mais maturidade para aprender a lidar com a vida.

Sabem, eu nao faço o reboot pra conseguir sexo, como as vezes pode parecer. Se sinto uma falta imensa disso - de carinho e de contato, nem é de sexo em si - eu tenho meus motivos. Deixo aqui uma mensagem pros frustrados, baseado em minha experiencia própria: muito provavelmente nossa noção de sexo foi totalmente distorcida por essa porra. Claro, o sentimento de frustração é normal, somos homens adultos e precisamos disso de vez em quando. Mas a minha dica é: esqueçam ou ignorem qualquer pensanento ou reflexão séria sobre isso que venha antes dos 50 dias de reboot. Eu me membro bem como eu me senti da ultima vez que atingi essa meta. Eu ainda me sentia frustrado, mas era muito diferente. Eu me sentia mais em paz e equilibrado. Sabia diferenciar bem as coisas. Mais sensível sexualmente - isso é fundamental pra quem é frustrado. Era outra coisa. Eu nem sei explicar bem. Mas aconselho que segurem a onda e ignorem essas coisas antes de metas maiores. A diferença é estúpida.

Bom, amanha vou viajar, e vou virar o ano em grande estilo, mesmo com 1 ou 2 dias de reboot. Admito que estou muito preocupado em como essa queda vai afetar meus planos. Minha situação ta muito complicada, e ter o fator pornografia presente nesse momento seria fatal. Seria risco de vida pra mim.

Que Deus nos abençoe pra que a gente se livre dessa...

Bom reboot pra todos!



Vierkenes, sinto muito pela sua queda.

Eu também caí, mas foi hoje. É uma merda esse sentimento que nos abate, logo após o ato. No meu caso, eu fico morgado, depois fico puto, depois fico choroso.
É incrível como um vício de merda desse pode mexer com nosso psicológico desse jeito.

Fico feliz de saber que está meditando. Acho que é uma das chaves para controlarmos nossa mente. Não é tarefa fácil domar essas armadilhas que são nossas conexões neuronais, mas é nosso dever tentar.

Espero de coração que você possa conseguir colocar sua vida nos eixos. Sinto essa tristeza com relação ao trabalho também, mas nós precisamos nos forçar cada
vez mais. Não adianta ficarmos reclamando direto e não tomarmos a dianteira das ações. Por isso, vamos com tudo, amigo !

Confesso a você que, nos últimos 15 dias limpos, comecei a pensar em puxar conversa com algumas gurias, mas, depois de ter caído hoje, essa vontade se dissipou.
Não podemos deixar que o vício interrompa toda e qualquer atividade capaz de nos tirar, aos poucos, do fundo do poço ! Temos que seguir lutando e sendo fortes, porque
somos fracos perante o vício.

Seguirei orando por você e por todos os participantes desse fórum. Abraço.

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