Reboot do Darth Vader

Você citou uma palavra que é tudo: CARÊNCIA. Ela nos destrói, fazemos coisas que não faríamos em sã consciência. Eu tenho a carência até como um narcotizante.

Carência é uma desgraça mesmo.

Outro ponto que vejo é que te sinto muito sozinho, sem amigos, sem interações... Vamos cuidar disso?

Você está certo, tenho uma grande amiga e uma amiga "média". Alguns poucos colegas e nada mais.

Por fim, acho até que falei demais, pois não quero julgar ninguém. Me vejo muito nos seus relatos e enquanto não superar essa dor, enquanto não trabalhar a carência e amar a você mesmo o reboot não vai pra frente.

Não julga não... tenho trabalho a carência na minha psicoterapia, mas confesso que é um fator importante na minha vida. Desconto a carência na PMO, na comida...

Comigo teve uma questão espiritual que me motivou a mudar minha postura de vida. Eu não estou procurando homens mais, estou ressignificando praticamente tudo na minha vida.

Comecei a fazer meditação guiada, vamos ver no que dá. A psicoterapia ajuda demais, mas sinto que preciso de mais recursos.

Oi Darth Vader!

Passei um tempo lendo seus últimos posts. Foi legal te conhecer um pouco melhor pelos teus relatos! Muita clareza de detalhes, e tenho certeza que ajuda bastante gente por criar essa oportunidade de nos vermos refletidos nessas situações desafiadoras do dia-a-dia.

Sinto muito pela sua recente perda.

Pensei em uma reflexão pra compartilhar.

Sobre a carência, eu penso que é um assunto realmente delicado. Existe sempre uma linha tênue entre habitar seu espaço de independência de uma maneira mais inteira e segura, sem se tornar alvo de dependência emocional; e habitar esse espaço em demasia, negando em si mesmo a necessidade natural de companhia e afeto, que todos temos e que só pode ser aliviada por relações. Como pessoa também bastante solitária, todo dia aprendo um pouco mais sobre como viver esse equilíbrio em mim. Percebo que, quando nos envolvemos em tarefas que precisam de certa austeridade (trabalho, disciplinas pessoais, cuidado da casa, manutenção da rotina, etc.), isso às vezes solicita bastante da nossa esfera individual, porque nessa exercemos ordem e controle de uma maneira mais inteira (quando existe energia). No entanto, é no momento que outra pessoa invade esse espaço que o "caos" bate outra vez na porta. E precisamos aprender a lidar com ele sem medo, eu penso.

Eu percebo que acabo evitando contatos apenas pra não precisar lidar com o "caos". Mas isso tem um limite: se eu passo muito tempo sem "me soltar" um pouco da minha esfera solitária, fica cada vez mais difícil manter disciplinas e um senso de ordem. Então, eu penso, de certa forma, o caos é exatamente aquilo que desafia mas também habilita a gente se sentir mais confiante pra manejar a esfera individual. Mas a maré é sempre vai e vem, e instabilidade é a única constante.

Bom, talvez tenha ficado um pouco abstrato, mas espero que ache interessante.

Abç e bom dia!

henriquew escreveu:Oi Darth Vader!

Passei um tempo lendo seus últimos posts. Foi legal te conhecer um pouco melhor pelos teus relatos! Muita clareza de detalhes, e tenho certeza que ajuda bastante gente por criar essa oportunidade de nos vermos refletidos nessas situações desafiadoras do dia-a-dia.

Sinto muito pela sua recente perda.

Pensei em uma reflexão pra compartilhar.

Sobre a carência, eu penso que é um assunto realmente delicado. Existe sempre uma linha tênue entre habitar seu espaço de independência de uma maneira mais inteira e segura, sem se tornar alvo de dependência emocional; e habitar esse espaço em demasia, negando em si mesmo a necessidade natural de companhia e afeto, que todos temos e que só pode ser aliviada por relações. Como pessoa também bastante solitária, todo dia aprendo um pouco mais sobre como viver esse equilíbrio em mim. Percebo que, quando nos envolvemos em tarefas que precisam de certa austeridade (trabalho, disciplinas pessoais, cuidado da casa, manutenção da rotina, etc.), isso às vezes solicita bastante da nossa esfera individual, porque nessa exercemos ordem e controle de uma maneira mais inteira (quando existe energia). No entanto, é no momento que outra pessoa invade esse espaço que o "caos" bate outra vez na porta. E precisamos aprender a lidar com ele sem medo, eu penso.

Eu percebo que acabo evitando contatos apenas pra não precisar lidar com o "caos". Mas isso tem um limite: se eu passo muito tempo sem "me soltar" um pouco da minha esfera solitária, fica cada vez mais difícil manter disciplinas e um senso de ordem. Então, eu penso, de certa forma, o caos é exatamente aquilo que desafia mas também habilita a gente se sentir mais confiante pra manejar a esfera individual. Mas a maré é sempre vai e vem, e instabilidade é a única constante.

Bom, talvez tenha ficado um pouco abstrato, mas espero que ache interessante.

Abç e bom dia!

Oi, Henrique! Ficou profundo.

Se eu entendi o que você disse, eu sou exatamente o oposto: a presença de uma outra pessoa ajuda a lidar com o caos que são minha mente e minha rotina. Sei que parte disso vem do TDAH e estou trabalhando na terapia uma forma de colocar ordem na minha vida. Nos tempos em que eu namorei e morei junto, uma outra pessoa acabava me "dando ordens" para arrumar a casa, acordar cedo, colocar ordem. Então ela trazia certa estabilidade para mim. E eu sentia tanta necessidade desse comando que fazia qualquer coisa (principalmente $$$) para que a pessoa continuasse a me "ajudar".

Hoje foi um dia do @#$%

Reunião de trabalho na quarta para entregar um caminhão de documentos na sexta, fora os outros documentos e atividades que chegam todos os dias e tenho de lançar cada uma em três planilhas diferentes. O trabalho me sugou demais.

Já comi um almoço caro na rua e que não gostei muito, fiquei pesado. Tive de ir em treinamento das eleições e depois passei no mercado e comprei chocolate com o pensamento "eu mereço". Comi as duas barras e fiquei prostrado no sofá.

O bichinho começou a querer aparecer, mas estou tão sem energia que a vontade de PMO se foi, embora a de sexo esteja forte. Tenho uma outra preocupação: meu psiquiatra me prescreveu um fitoterápico que é conhecido por aumentar libido. Ele tem a finalidade de me dar mais disposição para suportar a rotina e também começar a me exercitar. Mas minha preocupação é que o medicamento mexa realmente com a libido e me deixe maluco com PMO.

darthvader escreveu:Hoje foi um dia do @#$%

Reunião de trabalho na quarta para entregar um caminhão de documentos na sexta, fora os outros documentos e atividades que chegam todos os dias e tenho de lançar cada uma em três planilhas diferentes. O trabalho me sugou demais.

Já comi um almoço caro na rua e que não gostei muito, fiquei pesado. Tive de ir em treinamento das eleições e depois passei no mercado e comprei chocolate com o pensamento "eu mereço". Comi as duas barras e fiquei prostrado no sofá.

O bichinho começou a querer aparecer, mas estou tão sem energia que a vontade de PMO se foi, embora a de sexo esteja forte. Tenho uma outra preocupação: meu psiquiatra me prescreveu um fitoterápico que é conhecido por aumentar libido. Ele tem a finalidade de me dar mais disposição para suportar a rotina e também começar a me exercitar. Mas minha preocupação é que o medicamento mexa realmente com a libido e me deixe maluco com PMO.

Ontem também tive um dia complicado, desses que parece que tudo vai dar errado. Mas esses dias passam! Força pra você!

Eu estou achando que é mais efeito placebo, mas minha vontade de sexo aumentou. Não é de PMO, é algo real mesmo. Não sei se só uma dose da maca faria isso.

Oi Darth
Estou aqui acompanhando seus relatos e vejo muita vontade, muita disposição em combater o vício.
Que bom que você não entendeu minhas colocações como um julgamento.
Pegando carona na reflexão do amigo que fez logo depois que você comentou o meu, não é que ache que devemos não ter ninguém. É inegável os benefícios de um relacionamento e somos seres de relacionamento. Eu também quero um. Só que as vezes a ansiedade, a procura exacerbada, em vez de nos promover a ter um relacionamento acaba nos deixando mais solitários ainda e mais carente. Por isso é deixar o cosmos agir em nossa direção e pode ter certeza que ele agirá. Eu estou muito feliz com sua presença aqui e independente dos resultados você vencerá!
Força parceiro!
Abraços! Paz!

David Silva escreveu:Oi Darth
Estou aqui acompanhando seus relatos e vejo muita vontade, muita disposição em combater o vício.
Que bom que você não entendeu minhas colocações como um julgamento.
Pegando carona na reflexão do amigo que fez logo depois que você comentou o meu, não é que ache que devemos não ter ninguém. É inegável os benefícios de um relacionamento e somos seres de relacionamento. Eu também quero um. Só que as vezes a ansiedade, a procura exacerbada, em vez de nos promover a ter um relacionamento acaba nos deixando mais solitários ainda e mais carente. Por isso é deixar o cosmos agir em nossa direção e pode ter certeza que ele agirá. Eu estou muito feliz com sua presença aqui e independente dos resultados você vencerá!
Força parceiro!
Abraços! Paz!

Oi, David! Não tenho postado muito no fórum, estou com cansaço físico e mental incrível. O que você falou, da procura exacerbada, realmente traz mais ansiedade e carência, e faz com que a gente aceite qualquer pessoa que apareça nas nossas vidas. Eu, que já fui perseguido, ameaçado e agredido por ex, sei o quanto não observar e ser precavido custa. No ano passado eu estava saindo com um cara, ele sumiu. No começo deste ano reapareceu, ficamos e ele sumiu. Quando decidi não dar mais nenhuma chance, ele passou e me mandar mensagens e me procurar por todos os meios que ele encontrou: whatsapp, facebook, instagram, achou até meu whatsapp business. Acho que só não bateu aqui em casa porque não sabe o número do apartamento. Tentou me cercar de todas as formas.

Uma parte de mim queria dizer "sim", sabe? A maldita da carência, era como se uma voz dissesse: "olha, alguém te quer". Mas a terapia tem me fortalecido e eu pude dizer um sonoro "não me procure mais" a partir de um novo número que ele me contactou.

Voltei a jogar RPG nesse período (pela internet, é verdade), hábito que no passado me permitiu fazer amigos (e um deles está presente até hoje, embora não tão próximo quanto antes). No começo deu aquela preguiça de pensar, de fazer esforço mental, pois ficar prostrado no sofá vendo séries é mais fácil. Mas persisti e estou conhecendo mais quatro pessoas. Quando a pandemia acabar, quem sabe nós nos encontremos e os jogos passem a ser presenciais? Eu sinto muita falta de amigos e pessoas com quem eu possa sair, me divertir, ir a um barzinho ou jogar qualquer coisa. Nunca fui alguém muito habilidoso para manter as amizades por mais tempo.

Outra coisa que eu comecei na semana passada foi a meditar, por dica do Henrique. Baixei um app ótimo que tem aulas teóricas e práticas de meditação. Anteontem estava com a cabeça super agitada e confusa quando estava deitado. Liguei o app, escutei as duas aulas e pratiquei, sem pretensão nenhuma. Dormi muito bem. Ontem já não fiz pois acabei adormecendo muito rápido.

Enfim, tenho sentido progresso, estou mais animado com o futuro. David, obrigado por todo o apoio!

Bastante feliz por saber que você está experimentando o app de meditação.


Cara, das poucas coisas que eu sei por certo na vida, uma delas é essa que o Sam Harris martela tantas vezes: nosso sofrimento tem base na mente. Isso parece algo super forte ou até irresponsável de se dizer pra muita gente, porque é enorme o apelo de responsabilizar o mundo pelo que nos acontece. E, de fato, a solução de muitos problemas de vida não está na esfera individual, e depende de iniciativas maiores, transformações na sociedade, etc. Mas a maneira como a gente lida com esses obstáculos inevitáveis depende inteiramente do nosso estado mental. É no "como" que o sofrimento se desencadeia ou não.

Eu acredito mesmo que meditação não é simplesmente uma prática que algumas pessoas decidem fazer e pronto. Não acho que seja só uma medida paliativa. Não acho que é uma terapia alternativa, uma moda, uma questão de estilo pessoal. Eu acho que meditação é, pra mente, o equivalente ao que escovar os dentes seria pra um planeta onde, por algum azar, todo mundo têm dentes ruins e ninguém descobriu a causa. Como o Sam Harris diz, o fato de uma cultura inteira ser ignorante a respeito de uma realidade básica não torna essa cultura livre das consequências desse fato. A cultura ocidental, por alguma razão, não trouxe consigo nenhuma tecnologia básica pra lidar com a mente de uma maneira mais objetiva. E essa tecnologia é meditação.

Espero mesmo que você passe por todo o curso introdutório (10 minutos por dia) e consiga começar a ter uma dimensão do "novo membro" (por falta de um termo melhor haha) que vai começar a sair da atrofia uma vez que você comece a observar esse espaço interno.

Tenho pra mim que posso até padecer de sofrimentos pelo resto da minha vida. Mas não vai ser por eu não saber desse fato, e simplesmente porque não tive forças pra continuar praticando.

Tenha uma boa semana!

Bastante feliz por saber que você está experimentando o app de meditação.

Eu estou me perguntando por que resisti tanto a procurar isso?

Cara, das poucas coisas que eu sei por certo na vida, uma delas é essa que o Sam Harris martela tantas vezes: nosso sofrimento tem base na mente. Isso parece algo super forte ou até irresponsável de se dizer pra muita gente, porque é enorme o apelo de responsabilizar o mundo pelo que nos acontece. E, de fato, a solução de muitos problemas de vida não está na esfera individual, e depende de iniciativas maiores, transformações na sociedade, etc. Mas a maneira como a gente lida com esses obstáculos inevitáveis depende inteiramente do nosso estado mental. É no "como" que o sofrimento se desencadeia ou não.

Eu não sei se li no Sam Harris ou no Dan Harris (ou em ambos, li um na sequência do outro), mas a meditação não garante que não sentiremos raiva, por exemplo. Mas evita que ela se prolongue mais que necessário. Sentir raiva de algo por alguns minutos ou uma hora, até vai. Sentir raiva e ódio por um tempo muito prolongado faz muito mal.

Eu acredito mesmo que meditação não é simplesmente uma prática que algumas pessoas decidem fazer e pronto. Não acho que seja só uma medida paliativa. Não acho que é uma terapia alternativa, uma moda, uma questão de estilo pessoal. Eu acho que meditação é, pra mente, o equivalente ao que escovar os dentes seria pra um planeta onde, por algum azar, todo mundo têm dentes ruins e ninguém descobriu a causa. Como o Sam Harris diz, o fato de uma cultura inteira ser ignorante a respeito de uma realidade básica não torna essa cultura livre das consequências desse fato. A cultura ocidental, por alguma razão, não trouxe consigo nenhuma tecnologia básica pra lidar com a mente de uma maneira mais objetiva. E essa tecnologia é meditação.

Eu resistia, não acreditava muito. Foi a partir da leitura dos dois livros (do Sam e do Dan) e do seu comentário, que me apresentou o app, que decidi dar um chance. E adorei.

Espero mesmo que você passe por todo o curso introdutório (10 minutos por dia) e consiga começar a ter uma dimensão do "novo membro" (por falta de um termo melhor haha) que vai começar a sair da atrofia uma vez que você comece a observar esse espaço interno.

Essa é a ideia, terminar o curso e continuar praticando.

Tenha uma boa semana!

Para ti também! Siga inspirando outras pessoas a meditarem!

Ontem foi um dia ruim. Acordei bem cedo (às 5h, me dá muita disposição) e às 8h estava na escola. Fiquei até quase 12h. Tinha de ir à academia, à loja de materiais para construção e ao funileiro. A uma quadra da escola há um mercado e estava bem vazio. Fui lá e comprei amendoim e chocolate. Ontem foi quando me dei conta do desespero para comer essas coisas, lavei as mãos e fui comendo enquanto dirigia!!! Acabei não indo na loja, a academia estava fechada e só cheguei no funileiro. Chegando em casa, terminei de comer a lixarada e a moleza veio. Dormi. Acordei depois de algumas horas pensando em PMO, mas consegui resistir. Comi comida decente e saí para ir a outra academia. Fiquei indeciso, mas acabei fechando e começo amanhã. Tenho academia no prédio mas em pouco mais de 2 anos que moro aqui, fui só três vezes. Na academia da rua preciso pagar, então a chance de eu ir é maior. Voltando, trabalhei um pouquinho e a moleza continuou, fui dormir.

Hoje acordei cedo, trabalhei um bocado, fiquei super agoniado que de manhã acabou a água do prédio (deu problema no reservatório) e levou muitas horas para chegar. Não tinha água para beber e nem para lavar louça, que dirá tomar banho. Quando passava das 17h, a água voltou (eu já estava super sonolento), fiz um café forte e voltei para trabalhar com o cérebro afiado. Agora o cansaço voltou, estou escrevendo enquanto a máquina termina de lavar minhas roupas e, assim que estendê-las, já vou para a cama meditar, ler e dormir. Mais um dia sem PMO. Um dia sem comida-lixo.

Oi!
Acompanhando.
11 dias né? Já é uma marca interessante.
A questão da comida lixo eu vejo como um outro vício. E se pararmos pra pensar, todos nós, mesmo quem não é viciado em pornografia, temos muitos vícios em nossas vidas. O vício nada mais é do que um hábito repetitivo para suprir uma carência. Eu, por exemplo, além da PMO sou viciado em café. Vamos descobrindo junto como melhorar em tudo a nossa vida? É claro que não dá para ser radical e começar a cortar tudo de uma vez, senão vamos pirar e nenhum vício será cortado e pelo contrário será aumentado. Mas procuremos pensar nisso. Nosso foco neste momento tem que ser erradicar a P. Mas nessa busca em erradicar a P, vamos nos conhecendo e procurando nossa melhoria também em outras áreas e outros vícios. Você já percebeu que o comer (besteiras) compulsivo já é um ponto fraco e que está muito ligado com a P. Em breve vc começará a ressignificar tudo isso. O importante é NÃO DESISTIR. Conte comigo! Paz! Abraços!

David Silva escreveu:Oi!
Acompanhando.
11 dias né? Já é uma marca interessante.
A questão da comida lixo eu vejo como um outro vício. E se pararmos pra pensar, todos nós, mesmo quem não é viciado em pornografia, temos muitos vícios em nossas vidas. O vício nada mais é do que um hábito repetitivo para suprir uma carência. Eu, por exemplo, além da PMO sou viciado em café. Vamos descobrindo junto como melhorar em tudo a nossa vida? É claro que não dá para ser radical e começar a cortar tudo de uma vez, senão vamos pirar e nenhum vício será cortado e pelo contrário será aumentado. Mas procuremos pensar nisso. Nosso foco neste momento tem que ser erradicar a P. Mas nessa busca em erradicar a P, vamos nos conhecendo e procurando nossa melhoria também em outras áreas e outros vícios. Você já percebeu que o comer (besteiras) compulsivo já é um ponto fraco e que está muito ligado com a P. Em breve vc começará a ressignificar tudo isso. O importante é NÃO DESISTIR. Conte comigo! Paz! Abraços!

Tanto a P quanto o açúcar estimulam a produção de dopamina, o que acaba por dar problemas em sua sensibilidade. É como qualquer vício - drogas, álcool, jogos... o sistema de recompensas precisa de mais e mais. Por isso há muitos que fazem bariátrica e se tornam viciados em álcool quando emagrecem, já que não podem comer.

O importante é se livrar dessas coisas e aos poucos deixar a dopamina do meu cérebro agir naturalmente. Eu não sou viciado em café, tomo de manhã cedo porque me dá agilidade mental, foco. Uso o café para não usar ritalina.

Não desisti não, pelo contrário, estou me fortalecendo. Obrigado pelo apoio.

Edit: achei um artigo bem interessante sobre a dopamina.

https://drauziovarella.uol.com.br/drauzio/artigos/a-memoria-do-prazer-artigo/

Eu não sei se li no Sam Harris ou no Dan Harris (ou em ambos, li um na sequência do outro), mas a meditação não garante que não sentiremos raiva, por exemplo. Mas evita que ela se prolongue mais que necessário. Sentir raiva de algo por alguns minutos ou uma hora, até vai. Sentir raiva e ódio por um tempo muito prolongado faz muito mal.

Cara, que sensacional os trilhos que a gente percorre em sincronia sem saber. Eu também conheço o livro do Dan, e junto com o livro do Sam, acho dois dos melhores que já li sobre o tema.

E você tem razão quanto à raiva. O sofrimento é justamente o nosso apego com essas coisas, por associarmos a emoção à nossa história pessoal, e ruminarmos o conteúdo repetitivamente dentro da mente sem a consciência de que se trata apenas de uma onda que passa e vai embora.

Continuemos!

henriquew escreveu:

Eu não sei se li no Sam Harris ou no Dan Harris (ou em ambos, li um na sequência do outro), mas a meditação não garante que não sentiremos raiva, por exemplo. Mas evita que ela se prolongue mais que necessário. Sentir raiva de algo por alguns minutos ou uma hora, até vai. Sentir raiva e ódio por um tempo muito prolongado faz muito mal.

Cara, que sensacional os trilhos que a gente percorre em sincronia sem saber. Eu também conheço o livro do Dan, e junto com o livro do Sam, acho dois dos melhores que já li sobre o tema.

E você tem razão quanto à raiva. O sofrimento é justamente o nosso apego com essas coisas, por associarmos a emoção à nossa história pessoal, e ruminarmos o conteúdo repetitivamente dentro da mente sem a consciência de que se trata apenas de uma onda que passa e vai embora.

Continuemos!

Sim!! Estou continuando com minha meditação.

Ontem foi um dia "flawless victory" para mim.

O começo não foi nada fora do comum: acordei bem cedo, trabalhei, lavei louça, roupa... fiz várias pesquisas pessoais que estavam paradas, mexi nas checklists. À tarde o cansaço e a sonolência começaram a chegar e a vontade de deitar apareceu. Fiquei no deito-não deito mas não deitei. Eu havia me inscrito na academia para a aula das 17h e ela é bem perto da minha casa. Fui de carro para ver direitinho como é a rua e tal.

Cheguei lá 16h45 e ela estava fechada. Por conta da pandemia, ela pode funcionar por algumas horas por dia e 17h era o primeiro período da tarde, então haviam baixado as portas. Como faltavam 15 minutos, não iria voltar para casa. Seria o trabalho de chegar, pegar o elevador e depois descer novamente. Parei o carro mais para frente e fiquei escutando música. Quando foi mais perto da hora, dei a volta no quarteirão e estacionei, havia acabado de abrir. Consegui vencer a vontade de voltar para casa e deixar para o dia seguinte.

Chegando lá, me apresentei e a recepcionista falou que o professor estava um pouco atrasado e que eu poderia começar a aquecer se eu quisesse. Fui para a esteira, fiz 10 minutos alternando entre devagar e mais rápido e nada do professor. Fiquei conversnado com a recepcionista e ele chegou quase meia hora atrasado, todo apavorado, pedindo mil desculpas. Poderia ter ido embora, mas não fui. Fiz todos os exercícios direitinho sem roubar (como fazia antigamente). Voltei com a endorfina lá no topo.

Estou com um pouco de dor nas pernas, mas é normal depois de anos parado. A satisfação é enorme e é um hábito que pretendo estabelecer. Agora sou muito mais maduro do que era nas outras vezes em que fiz, tenho um real propósito, não foi só o médico que mandou fazer. Quanto mais coisas prazerosas entrarem na rotina, acredito que as que não prestam - PMO e comida-lixo - terão menos espaço na minha vida.

Muito bem! Estou gostando de ver.
Academia no começo o corpo fica todo dolorido.
Força!

David Silva escreveu:Muito bem! Estou gostando de ver.
Academia no começo o corpo fica todo dolorido.
Força!

Hoje será meu segundo dia de academia. Na quinta eu tive de ir à escola mais tarde e me perdi no horário. Quando voltei, resolvi almoçar, o que impossibilitou fazer exercícios. Normalmente não teria muito problema, mas eu fiquei frustrado por não conseguir ir.

Neste feriadão viajei com a família para Minas. Foi tudo certo, deu para descansar, só comi muita bobagem. Com certeza ganhei peso, mas não me pesei para não me aborrecer. Agora é voltar para a alimentação saudável. Tenho um vizinho maravilhoso na chácara com todo o estereótipo que eu gosto. Vi, conversei, tive vontade de transar, mas nenhuma de PMO. Quando estava voltando para casa, pensei: vários dias sem PMO, será que vai dar vontade? Nada.

Por outro lado, a vontade de transar está lá no céu. Mas o medo da covid e a autoestima lá no meu pé por causa do corpo estão impossibilitando.

Acompanhando.
18 dias é uma marca considerável.
Você consegue, irmão!
Que tal dar um tempinho nessa vontade de transar também? Vejo até que ela é real, você tem vontade mesmo, mas está muito influenciada pela PMO. Dê um tempo de descanso da sua sexualidade.
Abraços! Paz!

David Silva escreveu:Acompanhando.
18 dias é uma marca considerável.
Você consegue, irmão!
Que tal dar um tempinho nessa vontade de transar também? Vejo até que ela é real, você tem vontade mesmo, mas está muito influenciada pela PMO. Dê um tempo de descanso da sua sexualidade.
Abraços! Paz!

Não sei como, espero que os exercícios da academia me ajudem nisso.

Da última postagem até quarta-feira desta semana meu pique estava nas alturas. Super empolgado para fazer as coisas, com energia. Em um dos dias, quando estava para sair para a academia (fica a pouco mais de 1 km daqui, estava indo de bike), começou a chover forte. Passou na minha cabeça várias vezes se iria ou não, mas estava de banho tomado, vestido, com a toalha e a garrafinha na mão e tudo. Passei a mão no guarda-chuvas e fui. Fiz meu exercício sem roubar e voltei para casa. Na quinta acordei não tão cedo como de costume, fiz minha sessão de terapia e depois minha energia sumiu, parecia que tinha passado um vampiro por ali. E isso foi até sábado. Voltei a me alimentar muito pouco, mas também comi pouca porcaria. Na quinta fiquei bem dolorido dos exercícios na quarta e não fui na academia. Na sexta dois compromissos enroscaram e não consegui ir também. Fiquei bastante frustrado, em outras situações essas coisas seriam as desculpas ideiais.

Nesses últimos dias só tive vontade de ficar deitado. Dois dias seguidos me alimentei de whey e ovos (nenhum dos dois é ruim, mas têm poucas calorias) por falta de vontade de fazer comida. Ontem à noite a louça já estava com cheiro ruim e hoje eu acordei cedo (mas nem tanto) e fui direto para a pia, lavei tudo (e era muita coisa), guardei a pilha de roupas enorme nos armários e ainda tirei várias peças plus size que estavam gigantes em mim para poder doar.

Só parei agora porque minhas costas estão doendo. A energia não está como até quarta, mas está melhor que nos últimos dias. A vontade de sexo anda oscilando. Ainda tenho o badoo instalado e dou uns matchs por lá. Tinha intenção de só bater papo, interagir, mas nem responder as pessoas estou fazendo. Como o David disse, eu estou muito isolado, sozinho, falo com minha família e minhas amigas diariamente, mas sinto falta do contato humano, moro sozinho e não vejo nem as caras dos vizinhos.

Tenho me arrastado em algumas coisas, inclusive nos cursos que estou fazendo. Não entrego nada atrasado, mas faço em cima do prazo. Um deles está muito fácil por enquanto, então nem leio o material e nem assisto aos vídeos, vou direto para as avaliações. O outro dá um pouco mais de trabalho, então preciso exercitar minha paciência e meu foco. Nesses dias até abandonei a leitura e a meditação. Hoje pretendo voltar com uma das duas.

Que saudade de treinar em academia . Forças no Reboot!

D notícias Darth! Como você está?

Oi, gente.

Minha vida não mudou muito desde então. Saí da academia porque me incomodei com o descaso dos donos com a covid. Comecei na academia do prédio, com um treino caro que paguei a um personal, e estou indo com muita irregularidade. No entanto, quando faço, eu me sinto muito bem.

Na semana que vem acabam minhas férias, volto ao trabalho sem saber como vai ser. Uso isso como desculpa para não fazer os exercícios.

MO nunca foram embora, P havia desaparecido e reapareceu depois de um longo tempo. A expectativa de um retorno presencial ao trabalho (principalmente) jogou minha ansiedade na estratosfera. Tudo isso vai alterar a minha rotina de quase um ano.

Embora eu tenha muito medo de me contaminar, quero voltar porque ficar esse tempo todo em casa também não está me fazendo bem. Vou trabalhar com máscara, shield e tudo mais o que puder. Continuo tendo falta de ar de ansiedade, abandonei a meditação, a alimentação não está firme como já foi. Perdi o peso que ganhei no fim do ano e já destrambelhei de novo.

O desânimo tomou conta. Parece que minha vida foi "pausada" até que definam como será o retorno. E realmente foi, tenho minha terapia e exercícios que fazia dentro do horário que seria de trabalho. Na verdade eu não tinha muita disciplina, normalmente começava a trabalhar muito antes (lá pelas 5h00, meu horário começaria mesmo às 7h00) e parava, recomeçava... às vezes eram mais de 21h e eu estava trabalhando. Agora precisarei ser mais regrado em tudo, no autocuidado, na alimentação, limpeza e organização da casa e, claro, no trabalho, já que trabalharei quatro dias presencialmente e um remoto. Mas não sei horários, nada.

Uma coisa que comprei nesse período é um outro masturbador. Dá um super barato e eu comecei a ficar viciado nele (MO). Quando passei a me afastar dele, a vontade de P voltou. Estou descarregando minha ansiedade nisso e também na comida, claro.

Estou realmente muito cansado de lutar contra esses impulsos, às vezes fico com vontade de negligenciar só pra pegar uma covid e acabar com isso, mas meus pais são idosos e não quero correr o risco de contaminá-los.

A carência vai e vem e ontem eu conheci um cara que parece ser bacana. Nos encontramos no Tinder e marcamos de tomar um sorvete e bater papo. Coisa tranquila, eu curti. Eu tinha voltado a falar com um antigo crush que dava bola para mim mas a coisa não avançava. Acho que ele queria se valorizar demais. Penso que eu não deva ficar mendigando atenção de ninguém e parei de insistir. Esse de ontem parece ser grudento e carente, não sei se terei paciência de me relacionar com alguém tão parecido.

Mas parece inteligente, temos gostos parecidos. Vou levar mais um pouquinho pra ver no que dá. Não quero incorrer nos erros dos relacionamentos anteriores. Ao menos esse não tem grande diferença de idade como os relacionamentos anteriores (temos meses de diferença).

Tenho vontade de jogar os masturbadores fora mas receio ficar ainda mais viciado na P ou mergulhar de vez na comida lixo.

Enfim, desculpem o desabafo.

Oi Darthvader. Todos nós, que passamos o mesmo, somos solidários a sua angústia. Vou acompanhar seu diário, na torcida que a volta ao trabalho lhe traga não somente a disciplina para as atividades cotidianas, mas a disciplina pra se manter distante da MO.

Força!

darthvader escreveu:

sbtrktr escreveu:seja bem-vindo, darthvader. me identifiquei com seu relato - progressão no consumo de formas mais pesadas de P e também episódios de DE. acho que se afastar da P vai te fazer muito bem.

Oi, sbtrktr !

Como eu havia mencionado, eu passei a procurar material de adolescentes - ou que se pareçam com, tipo aqueles meninos que são maiores de idade mas tão magros quase desnutridos, sem pelos etc.

Você só se estimulava vendo P ou se visse na rua também?

Por que se passa um na rua que tenha o perfil que eu assistia na net, eu fico que nem um cavalo no cio, tenho que fazer um baita esforço para tirar os olhos.