Minha corrida contra o vício

Está tudo bem.

Navegando sozinho, os olhos fixos no horizonte foram ficando pesados. Mas o que se espera ver de diferente, navegando em águas abertas? Uma miragem?

O cansaço bateu forte esses dias. Esforço para dar conta de tudo: compromissos, obrigações, filho, trabalho e minhas próprias frustrações.

Lembro apenas de me encostar. Agora de olhos fechados, ainda acordado, ouvia o barulho do mar. A essa altura não sei mais o que era sonho ou realidade. E no meu último lampejo de consciência, então percebi que era mais uma vez meu corpo e mente pedindo pela velha dopamina barata.

Eis que ressurge a PMO como uma sereia convidando para um mergulho sem volta. A solidão e a noite gelada de um lado. Aquela doce sereia na proa, mãos esticadas, me chamando para nadar. Foram 10 longos dias, que desapareceram em segundos. Mergulhei deixando meu pequeno barco a deriva. E me deixei levar para escuridão do profundo do mar.

Acordei agora pouco na mesma praia de que duas vezes parti. Mas não me sinto triste. Vejo agora que meu companheiro Rottweiler tbm caiu.

Recomeçar o reebot levará um pouco mais de tempo. Ainda me falta construir meu novo barco. Talvez caia mais algumas vezes, mas o principal agora talvez seja consertar o que me fez cair duas vezes: o desconforto da solidão.

Sigo náufrago nessa pequena ilha, mas não estou triste. Apenas mudando a estratégia e esperando novos ventos.

Até breve, marujos.

ayrton.85 escreveu:Está tudo bem.

Navegando sozinho, os olhos fixos no horizonte foram ficando pesados. Mas o que se espera ver de diferente, navegando em águas abertas? Uma miragem?

O cansaço bateu forte esses dias. Esforço para dar conta de tudo: compromissos, obrigações, filho, trabalho e minhas próprias frustrações.

Lembro apenas de me encostar. Agora de olhos fechados, ainda acordado, ouvia o barulho do mar. A essa altura não sei mais o que era sonho ou realidade. E no meu último lampejo de consciência, então percebi que era mais uma vez meu corpo e mente pedindo pela velha dopamina barata.

Eis que ressurge a PMO como uma sereia convidando para um mergulho sem volta. A solidão e a noite gelada de um lado. Aquela doce sereia na proa, mãos esticadas, me chamando para nadar. Foram 10 longos dias, que desapareceram em segundos. Mergulhei deixando meu pequeno barco a deriva. E me deixei levar para escuridão do profundo do mar.

Acordei agora pouco na mesma praia de que duas vezes parti. Mas não me sinto triste. Vejo agora que meu companheiro Rottweiler tbm caiu.

Recomeçar o reebot levará um pouco mais de tempo. Ainda me falta construir meu novo barco. Talvez caia mais algumas vezes, mas o principal agora talvez seja consertar o que me fez cair duas vezes: o desconforto da solidão.

Sigo náufrago nessa pequena ilha, mas não estou triste. Apenas mudando a estratégia e esperando novos ventos.

Até breve, marujos.

Fala meu irmão.
Parabéns pelos dias alcançados.
Sigo lutando daqui e sofrendo um pouco mais.
Tem dias que parece que não cnseguirei...
A luta é constante, cair faz parte, infelizmente, mas o que conta é o nosso posicionamento diante disso tudo, ficar no chão já não é mais uma opção.
Seus posts são demais mano, criativos e mto bem elaborados.
Grande abraço e que Deus o abençoe sempre!
Vc vai vencer!!!

Bora pra frente amigo, continue fechando as brechas.

Obrigado, companheiros. Sigo no propósito, mas com outro olhar.

Aos que acompanham, deixo uma indicação: a série Ruptura (Severence) dirigida por Ben Stiller. Assisti todos os episódios após a última queda. Não vou adiantar elementos do roteiro, para não estragar nada que deva ser desfrutado pelos amigos.

Ao olhar de um leigo, nada pode ter com nossa luta aqui. Mas adianto (e insisto), fala muito sobre nossa luta com duas consciências distintas (a que quer fugir da PMO e a que nos joga de corpo e alma nela).

Estamos fazendo escolhas equivocadas sempre. Mas e se escutarmos melhor a parte que quer a liberdade? A série fala sobre isso e, por isso, insisto para aqueles que, como eu, estão cansados: assistam.

Estou disponível para o debate com aqueles que aceitarem a sugestão.

Boa semana!

Olá como tão as coisas?

Ayrton boa noite nego,,,estive lendo o seu diário e confesso que fiquei bastante impresionado com suas conquistas e tbm a sua queda e a sua força de vintade de continuar e isso tbm me motiva muito,,, sabe sou novo por aqui e tbm estou nessa jornada e estou a sinco dias limpo e desejo nego que possamos trilhar juntos essa difícil caminhada obg por este diário sou Ronaldinho mais um soldado a sua disposição abraços nego

2024.

De volta ao ponto de onde parti tantas vezes. A mesma praia. Anima-me ver a ausência de alguns antigos companheiros. Quero crer que partiram em definitivo para a vida em paz.

Estive fora. Aprendi como construir a rotina de exercícios diários. Alimentação mais saudável. Sem isso, já aviso aos mais novos que estão iniciando agora: não há salvação.

Estranha sensação de me sentir um marujo mais velho no mesmo ponto onde estava como aprendiz. O vício? Ainda persiste, mas controlado pelos exercícios, rotinas de estudo, momentos de paz. Mas estou pronto para mais uma jornada de abstinência, apronto meu barco pra logo partir.

A vida bateu forte. Tive que vender minha casa. Meu filho que morava comigo, agora passa os meses com a mãe num outro estado. A promoção na empresa, tantas vezes prometida, nunca veio. Vivo, na maior parte do tempo, sozinho.

Minha história não é mais ou menos pesada que a sua. Nossas dores, em última instância, doem. Independente de quais sejam. Pois coloque algumas coisas na mochila, de barco, bicicleta ou a pé, se lance a construir uma rotina dedicada a sua vida. A abstenção do vício só fará sentido se for dentro de um projeto maior: ser uma pessoa melhor.

Meu velho barco vai partir novamente. Aos amigos antigos, um feliz e bastante atrasado 2024.